
Como se avaliam as UC/UFCD?
A avaliação final é quantitativa, podendo os alunos ingressar no ensino superior, ou é traduzida no número de competências que o adulto adquiriu e isso depois terá uma equivalência para o acesso?
Este espaço destina-se a um lugar de troca de informação, recursos e debate para os profissionais da Educação e Formação de Adultos.
«PINTO, Helena Rebelo, Isabel Ferreira do Vale, Maria da Conceição Soares, Etelvina Cristovão Morais (2008). Instrumentos de apoio à construção de um projecto vocacional nos Centros Novas Oportunidades. Lisboa: ANQ.
Considerando que os Centros Novas Oportunidades são espaços privilegiados para a execução de uma perspectiva de orientação ao longo da vida, o Instituto de Orientação Profissional, a pedido da Agência Nacional para a Qualificação, produziu um documento intitulado "Instrumentos de apoio à construção de um projecto vocacional nos Centros Novas Oportunidades".
Esta publicação integra um conjunto de instrumentos que permitem aos profissionais dos Centros Novas Oportunidades trabalhar com os adultos, numa fase posterior ao processo de RVCC, o seu desenvolvimento vocacional. Em concreto, estes instrumentos podem ser úteis na fase respeitante à elaboração do Plano de Desenvolvimento Pessoal de cada adulto, permitindo definir caminhos que tornem mais significativa a qualificação adquirida através do processo desenvolvido no Centro Novas Oportunidades, numa lógica de consolidação da aprendizagem ao longo da vida.
Nesta perspectiva, o documento apresenta três módulos. O primeiro relaciona-se com o conhecimento que o adulto tem de si próprio; o segundo com a forma como se relaciona com os outros e, por fim, o terceiro com a aprendizagem ao longo da vida e a construção de um projecto vocacional.» Fonte: ANQ
Disponível aqui:
Quando passava pelo cartaz, do lado oposto, um grupo de professores colavam mais cartazes sobre o Dia da Liberdade. Entre fita cola, papel e algum jeito para nivelar o cartaz, falava-se de como era no tempo em que não se podia falar, naquela mesma escola, sobre a Liberdade.
Estes dois mundos não se cruzaram na escola. O aluno foi à exposição porque tinha que ir. Os professores queriam ver nos olhos dos alunos a força, o gosto, o anseio de saber mais que outrora tiveram.
Eu, com a distância que me permite estar só de passagem naquele corredor, penso comigo que a escola de hoje esqueceu Abril. Não o dia. A essência.
Dirá o leitor que hoje a escola é livre. Que hoje, na escola, já não se ensina o pensamento único. Que já não se transmite o culto e a imagem de um Estado que queria ser Novo. De um líder que queria ser eterno. Dir-me-á o leitor, que a escola de hoje é democrática. Que todos têm acesso à escola e nela podem entrar. Dir-me-á que hoje, as condições materiais são muito melhores. Que hoje, as sala de aula estão cheias de tecnologia e de democracia no acesso à leitura, ao conhecimento, ao saber, à aprendizagem.
È aqui, caro(a) leitor(a) que digo que a escola esqueceu Abril. É agora que elevo a minha palavra, como Adriano Correia de Oliveira, que cito, e falo do pensamento.
O aluno que passa pelo cartaz e não o entende. A visita à exposição que não o motiva, tudo parte, essencialmente, da falta da maior liberdade de todas. O Entendimento. Para entender o mundo é preciso saber. É preciso estudar. É preciso aprender. É preciso pensar.
A escola hoje esqueceu esse Abril. Aquele que queria o pensamento livre, rico, pleno, completo. Aquele que queria uma escola democrática mas onde o conhecimento fosse rei e senhor como cantava Ary dos Santos.
É preciso viver Abril na escola. Libertar aqueles que passam sem pensar, sem aprender, sem saber. Só sabendo, só ensinando, só dando conhecimentos a tantos alunos que hoje reconhecem a escola só como lugar de passagem se pode, efectivamente, cumprir a Escola de Abril, libertando o pensamento do carrasco da ignorância.
Publicado pelo autor no Jornal Trevim.
A ministra entregou hoje em Mirandela 500 certificados, nove com equivalência ao 12º ano e a maioria dos restantes ao 9º ano.
Lembrando que o sistema de ensino português já ofereceu outros programas idênticos anteriormente, como a educação de adultos e o ensino recorrente, a ministra frisou que "nem nos melhores anos, com 70 mil inscrições, a adesão foi tão grande como agora".
"É muito mais do que um reconhecimento daquilo que nós sabemos", considerou Fernando Sá, um dos 50 agentes das forças de segurança (PSP e GNR) que receberam certificados, no auditório municipal de Mirandela.
As forças de segurança frequentam este programa ao abrigo de protocolos entre os ministérios da Educação, do Trabalho e Solidariedade Social e da Administração Interna.
Esta oportunidade trouxe motivação para "voos mais altos" ao agente da PSP, que, aos 47 anos, está a pensar continuar a estudar, concretamente num curso de Direito.
Indeciso ficou o colega da GNR, Domingos Alves, hoje certificado com o 9º ano, mas que aos 51 anos entende que "já é um bocado tarde" para continuar os estudos.
"Tenho pena é que tenha (este programa) vindo tão tarde", disse.
A ministra desafiou os críticos do programa a "virem junto desta gente dizer que foi com facilitismo que conseguiram estes diplomas".
Para Maria de Lurdes Rodrigues esta é a forma "de dar a oportunidade ao país para saldar a dívida para com estes adultos", que entraram no mundo do trabalho muito cedo e não puderam estudar.
É para eles, segundo a ministra, este programa que quer "acertar contas com as gerações anteriores excluídas pelo sistema dos avanços que levaram Portugal a conseguir em 30 anos o que muitos países europeus levaram mais de um século".
No país, existem 3,5 milhões de adultos sem o 9º ou 12º anos, meio milhão dos quais com menos de 24 anos". De acordo com a ministra da Educação, fazem parte de gerações anteriores à entrada em vigor da escolaridade obrigatória, em 1986.
Segundo números avançados pela governante, há 30 anos, apenas sete por cento dos jovens tinham acesso ao ensino secundário. "Hoje este número multiplicou por dez" disse.»
Fonte: RTP
Devido a um conjunto de e-mails recebidos deixo aqui informação sobre o processo de acesso ao Ensino Superior por via da candidatura "+ de 23 anos".
«O Decreto-Lei 64/2006, de 21 de Março, que regulamenta as provas especialmente adequadas destinadas a avaliar a capacidade para a frequência do ensino superior dos maiores de 23 anos, previstas no n.º 5 do artigo 12.º da Lei n.º 46/86, de 14 de Outubro (Lei de Bases do Sistema Educativo), alterada pelas Leis n.ºs 115/97, de 19 de Setembro e 49/2005, de 30 de Agosto, tem como destinatários os candidatos que completem 23 anos até ao dia 31 de Dezembro do ano que antecede a realização das provas, independentemente das habilitações académicas de que são titulares, conforme disposto no artigo 8.º.
Assim, na sequência da interpretação já estudada, resultante do artigo 12.º , n.º 5, da Lei de Bases e do preâmbulo do Decreto-Lei em apreço, onde se lê que um dos objectivos do XVII Governo Constitucional é a promoção da aprendizagem ao longo da vida e a atracção de novos públicos, clarifica-se o público alvo a contemplar. Também a Lei n.º 49/2005, de 30 de Agosto, veio a estabelecer uma flexibilização do anterior sistema – o que se tinha revelado extraordinariamente restritivo no acesso ao ensino superior de estudantes adultos – pelo que ela procedia à sua regulamentação “alargando a área de recrutamento de eventuais candidatos e possibilitando o ingresso a um maior número de pessoas”.
Há uma diversidade de situações que poderão integrar-se no âmbito deste regime que contempla condições especiais para maiores de 23 anos, desde que não tenham habilitação de acesso para o curso pretendido.
Os estudantes interessados deverão consultar o estabelecimento de ensino superior que pretendem frequentar e esclarecer-se sobre o Regulamento, bem como o calendário em que decorrerá a avaliação de capacidades.
À medida que forem publicados os Regulamentos, em Diário da República, os mesmos serão divulgados neste site, para além dos sites dos próprios estabelecimentos de ensino superior.
Nota: A consulta deste site não dispensa um contacto directo ao próprio estabelecimento de ensino superior para confirmação da informação divulgada.» Fonte: DGES
Fica também uma repostagem sobre esta forma de abertura do Ensino Superior.
Para o efeito, poderá dirigir-se às instalações deste espaço ou enviar um e-mail para o endereço pontodeinformacaono@anq.gov.pt com os seguintes dados:
- Nome completo;
- Número de documento de identificação (Ex: Bilhete de Identidade, Título de Residência, Passaporte, etc.);
- Data de validade do documento de identificação;
- Data de nascimento;
- Morada de residência;
- Contacto telefónico e de e-mail.
Posteriormente, ser-lhe-á entregue ou enviado um cartão de utilizador do Ponto de Informação Novas Oportunidades - Centro de Recursos em Conhecimento.»
Fonte: ANQ
Existe, em Portugal, uma meta política. Qualificar, até 2010, um milhão de portugueses. Esta meta, definida politicamente representa um dos maiores desafios que o sistema educativo enfrenta actualmente. Qualificar adultos, activos empregados ou desempregados e mudar o panorama da escolaridade em Portugal.
Os Centros Novas Oportunidades e o Processo RVCC, assim como a revitalização dos cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA) foram desenhados para dar resposta a esse objectivo. A pergunta que colocamos é: e esta é uma estratégia de qualificação da população?
Existem hoje, inscritos nos Centros Novas Oportunidades, cerca de 360.000 pessoas que procuram concluir a equivalência ao 9.º ou 12..º ano. Ou seja, 360.000 pessoas que queriam voltar à escola e não tiveram oportunidades sem ser o RVCC. São 360.000 pessoas que queriam uma opção flexível, adaptada à sua história de vida passada, presente e futura. São 360.000 pessoas que precisavam de concluir estudos iniciados, inacabados ou quase concluídos.
E agora terminam. E chega? Podemos chamar a isto qualificar?
A minha resposta, pela experiência de Avaliação Externa no processo RVCC é: não. E porquê? A resposta é simples. Em breve a escolaridade obrigatória passará para os 12 anos. O problema que tinha quem conclui o 6.º ano quando esta era a escolaridade obrigatória será o mesmo de quem hoje conclui a equivalência ao 9.º ano, a curto prazo. E quem acaba o Ensino Secundário, terá o mesmo problema, mas por via da certificação profissional que o Catálogo Nacional para as Qualificação começa a impor. Hoje, cabeleireiros, electricistas, taxista e demais profissões já são obrigados a obter uma carteira e certificado profissional.
A concorrência dos jovens, vindos de cursos profissionais, qualificados em áreas em que a experiência não chega, ajudam a elevar o problema…
Então, como solucionar esta realidade e efectivamente qualificar quem hoje se inscreve nas novas oportunidades?
A resposta está dentro dos Centros Novas Oportunidades. É destes centros e dos seus profissionais, com um boa orientação e plano de formação que os candidatos a certificação podem transformar-se em profissionais qualificados ou com uma escolarização efectiva qualificada.
Hoje os Centros Novas Oportunidades devem ser, acima de tudo, centros de atendimento e orientação. Com um vasto leque de opções (desde o RVCC, ao EFA, à Certificação Profissional, às formações modulares) o candidato à qualificação pode efectivamente ver melhorada a sua situação perante a sociedade e o seu emprego.
Só assim, efectivamente, falamos de qualificação. Esperemos ser este o caminho a seguir pelos Centros Novas Oportunidades, a bem de quem a eles recorre, a bem da Iniciativa Novas Oportunidades, a bem do rigor e qualidade do trabalho efectuado e do reconhecimento social do mesmo e também, a bem da localidade, região e do país.
Do autor publicado no Jornal Trevim.
2 — A identificação e valorização de competências deve ser realizada através de um processo RVCC levado a cabo nos centros novas oportunidades, os quais certificam as unidades de competência previamente validadas no processo e identificam a formação necessária para a obtenção da qualificação pretendida.
3 — Sempre que os adultos não tenham realizado um processo de RVCC, ou não se integrem num percurso formativo tipificado em função da sua habilitação escolar, nos termos dos artigos 9.º e 13.º, devem as entidades formadoras de Cursos EFA desenvolver um momento prévio de diagnóstico dos formandos, no qual se realiza uma análise e avaliação do perfil de cada candidato e se identifica a oferta de educação e formação de adultos mais adequada.
4 — No momento de diagnóstico previsto no número anterior devem ainda identificar -se as necessidades de formação em língua estrangeira, considerando as competências já adquiridas neste domínio.»
Assim temos dois casos: Adultos que fazem RVCC e são encaminhados para EFA com competências validadas parcialmente e Adultos que não passam pelo processo RVCC. No último caso o mediador e a equipa de formadores devem fazer esse prévio balanço de competências e diagnosticar percursos formativos individuais para os formandos. É também aqui que nascem as linhas orientadoras para o PRA e para o percurso formativo do formandos.
Deixamos uma tabela em anexo, que também existe na referida portaria e que ajuda na definição das horas e linhas de orientação programática da formação. Estas tabelas existem para todos os níveis em anexo.
Por último, destacamos a necessidade de articulação, em processo de formação EFA, entre este diagnóstico inicial, a autobiografia que o adulto realizará e será base para o PRA, assim como, entre esta autobiografia e as necessidades e actividades de formação a desenvolver pelos formadores. Esta semana deixarei uma linha de trabalho para a implementação desta articulação numa apresentação de powepoint.