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quarta-feira, 18 de julho de 2018

E depois do adeus?


Foto de ANQEP - Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional.













Hoje, a 18 de julho de 2018, aconteceu o Encontro Nacional de Centros Qualifica, subordinado à comemoração dos 10 anos do Sistema Nacional de Qualificações. 
Aconteceu em Aveiro, no Centro Cultural e de Congressos, para uma plateia constituída por cerca de 700 participantes, de acordo com os organizadores. 

Gostava de poder dizer que o entusiasmo que ali me levou ficou ainda maior após o evento, mas não foi o caso. 
Apesar de ter sido preparado com um cuidado evidente, o atraso com que começou viria a condicionar o decorrer dos paineis da manhã, com o transbordo consequente para as sessões da tarde. Sim, o horário importa. 
O que também importa, por razões bem diferentes, é a memória do arrepio causado pela Escola Profissional de Música de Espinho, numa introdução irrepreensível e agradabilíssima. Foi tão sublime que houve quem dissesse "Só por isto, já valeu a pena!". 
Mas voltemos ao Encontro. 
É verdade que havia, dentro de mim, expectativas altas, após uma eternidade sem um "banho de Agência", de que falara, aliás, com entusiasmo, a colegas  que estavam, pela primeira vez, em funções no Centro Qualifica. E, à imagem do que acontecera noutros tempos, esperava que houvesse a assunção do que está no core da demanda do Graal na Educação e Formação de Adultos. 

Desculpem-me, mas não consigo dizer o contrário do que sinto: ali faltou fullness, completude.

No que aos paineis diz respeito, a apresentação dos temas foi formal, correta e cheia de palavras. 
Se, por um lado houve, por vezes, palavras a mais, também houve, pelo menos, uma palavra a menos: não houve tempo para a conceder à plateia. Et pourtant... a plateia tinha tanto para dizer, a julgar pelo ruído de fundo constante, que se manteve, desagradavel e teimosamente, ao longo do dia, a velar, com zunzuns, um silêncio precioso que nunca se fez ouvir. Falta de interesse? ou de respeito? de tempo de antena? 

Mas no discurso final, algo aconteceu... o ainda presidente do Conselho Diretivo, Gonçalo Xufre, anunciou a sua saída da ANQEP e futura ida para Paris. 
Muito trabalho foi feito, a julgar pelo que nos foi apresentado e pela recente publicação do livro "Sistema Nacional de Qualificações-10 anos", numa edição da ANQEP. Um trabalho meritório num tempo sem andaimes, em que era imperioso não deixar cair o testemunho em caminhos enlameados de escárnio e ladeados de precipícios preconceituosos. 

Por entre desafios e propostas, vislumbram-se, de novo, interstícios de dúvidas e incertezas: o que virá, agora? A que pressões ficará a Agência sujeita? Quem ocupará esta cadeira em setembro? Que rumo tomará a Aprendizagem ao Longo da Vida e com que seiva financeira poderá esta Árvore contar?
Que silêncios foram estes, afinal? 


quarta-feira, 19 de julho de 2017

De regresso ao cais ... ou um barco chamado QUALIFICA


Na nossa escola há umas escadas onde se pode ler um poema, quando se sobe. As letras foram coladas uma a uma e estão recortadas cuidadosamente para caberem no espelho dos degraus, obrigando-nos a refletir nas imagens das palavras que o compõem.  
Curioso é que nunca parei para ler o poema todo de uma vez, mas a cada subida, ficava invariavelmente com um eco na memória, daquela primeira frase e do título.
Sísifo

Recomeça…Se puderes, Sem angústia e sem pressa.
O resto do poema ficando para trás, sentia, ao chegar ao topo das escadas que a intenção fora a de nos levar, vezes sem conta, a recomeçar a escalada, em busca de um qualquer caminho duro, no futuro. E chegava a sentir vaidade em viver numa escola com uma escada poética, parecia até que, por vezes, se animavam aquelas letras pretas recortadas quando alguém parava para ler melhor e mais um pouco...
E os passos que deres,

Nesse caminho duro

Do futuro,

Dá-os em liberdade.
Mil subidas sem ler, outras tantas descidas, ali, sob os nossos pés, a alegoria da vida a passar despercebida para quem não queira ver. Mas quando a alma silencia todos os ruídos do dia e os fantasmas da noite, brotam dos degraus da escada mágica, palavras recheadas da sapiência dos antigos... 
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo Ilusões sucessivas no pomar
E vendo Acordado, O logro da aventura.
Aqui estou eu, de novo, a empurrar o mármore montanha acima, a lançar o barco para longe do cais, a ajustar a vela ao vento, segura da nova aventura, sem logro, ladeada de marujos decididos a chegar a bom porto.

És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura Onde, com lucidez, te reconheças.    
Miguel Torga, Diário XIII
Não é só minha a loucura, pois somos mais que muitos, a querer com uma gota de água reconstituir o mar e com um grão de areia reerguer a praia,  grão a grão, gota a gota: assim é a nossa tarefa perante o desafio de relançar a Educação e Formação de Adultos e de combater o abandono escolar, promovendo a Aprendizagem ao Longo da Vida. 
Estou de volta!... e o meu barco chama-se Centro Qualifica de Cister.



Vídeo Promocional do Programa Qualifica from ANQEP on Vimeo.

terça-feira, 11 de julho de 2017

“Desafios e Mudanças nas Bibliotecas: perspetivas de desafios”



No dia 10 de julho de 2017 decorreu, no Auditório da Biblioteca Municipal de Pombal, o Seminário Rede de Bibliotecas de Pombal subordinado ao tema “Desafios e Mudanças nas Bibliotecas: perspetivas de desafios”.

Durante a tarde, os temas das Mesas gravitaram em torno das seguintes ideias-chave:
1) O que falta às bibliotecas para serem o melhor lugar?
2) Desafios e mudanças nas bibliotecas
3) Autonomia nas bibliotecas escolares
4) Que práticas nas bibliotecas perspetivam o futuro?

De facto, as Bibliotecas (não apenas escolares, mas também municipais e as de instituições de ensino superior) assumem-se hoje como estruturas formativas de aprendizagem e de construção do conhecimento, assente em novas abordagens pedagógicas, baseadas na pesquisa e no processamento da informação e no uso intensivo dos novos recursos e media digitais.
O evento proporcionou aos presentes o privilégio de contar com o contributo de um versátil painel de especialistas que inegavelmente os colocou a refletir sobre o papel, a missão e "boas práticas" das bibliotecas enquanto espaços educadores e construtores de Saber(es) e de conhecimento(s).
De entre as muitas (e relevantes) ideias partilhadas, é de sublinhar a intervenção de Pedro Príncipe, que atualmente exerce funções nos serviços de documentação da Universidade do Minho como Gestor de projetos Open Access e integra o Conselho Diretivo Nacional da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas. Este orador, da sua experiência académica e, sobretudo, profissional, fez emergir o seu enriquecedor contributo focando-o em três aspetos centrais:
  1. Mudanças nas bibliotecas;
  2. Desafios às bibliotecas;
  3. Ações em Portugal.

Quanto às mudanças nas bibliotecas, referiu que as mudanças ocorrem:
* no acesso e gestão da informação;
* nas tecnologias da informação e comunicação;
* na intenção social e nas comunidades;
* nos serviços e recursos e no ensino-aprendizagem.

Em termos de desafios, destacou os seguintes (sublinhamos o primeiro por ir diretamente ao encontro dos pressupostos da Educação Permanente e Formação de Adultos e do paradigma da Aprendizagem ao Longo da Vida):
  • valorizar a expansão dos recursos educativos on line (valorizando a Aprendizagem ao Longo da Vida e promovendo um maior reconhecimento da educação formal, não-formal e informal);
  • defender os valores do acesso à informação (pois em tempos de agitação política e económica, as bibliotecas são mais desafiadas a defender a liberdade intelectual e, o livre acesso ao conhecimento e à informação);
  • promover o acesso livre à informação e ao conhecimento (uma vez que nas bibliotecas das instituições de ensino superior é possível aceder a bases de dados e repositórios digitais de diversas publicações científicas);
  • tornar relevantes os fluxos de informação institucionais (devendo ocupar um lugar de destaque nos processos de gestão da informação e da visibilidade de resultados e permitindo a estudantes e a investigadores aceder a uma diversidade de publicações científicas);
  • reforçar as competências profissionais (apostando em desenvolver comunidades de prática e um esforço de diálogo e de convergência profissional);
  • criar makerspaces (disponibilizando, por exemplo, impressoras 3D, sendo esta uma prática em funcionamento na Universidade do Minho).

Por fim, em relação às ações em Portugal, foi destacada:
  • a importância de “fazer mais com menos” (como sempre tem sido, em plena época de contenção e, simultaneamente, exigência, mostrando o valor da ação);
  • a ampliação do campo de ação e a captação de novos públicos (mas… estarão as bibliotecas excessivamente focadas na animação e leitura? Dever-se-á apostar menos na coleção e mais na comunidade e melhor na gestão de informação?);
  • a recuperação da memória e do património local e regional (criando suportes sólidos que congreguem esse material e legado);
  • o papel das bibliotecas como agentes facilitadores da Ciência Aberta (dada a relevância na política nacional, transformando as bibliotecas em pequenos laboratórios de ciência).

É assim que, enquanto espaços educadores, também as bibliotecas (escolares, municipais e de instituições de ensino superior) se enquadram nos princípios da Cidade Educadora, constituindo-se como verdadeiros palcos vivos de experiências em ebulição. 

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Conferência Europeia de ALV




Nos dias 2 e 3 de dezembro de 2015 decorrerá a Conferência Europeia de Aprendizagem ao Longo da Vida, organizada pela Universidade de Évora (Departamento de Psicologia da Escola de Ciências Sociais) em parceria com a Rede Nacional PT Learning Working Group (LwG@pt).

Esta conferência pretende:
  • Contribuir para o aprofundamento de temáticas associadas a ALV em Portugal e na Europa, focalizando grupos específicos e os desafios à sua inclusão;
  • Partilhar as estratégias de intervenção no desenvolvimento, formação e certificação da aprendizagem ao longo da vida;
  • Estabelecer uma agenda de investigação e formação na área;
  • Consolidar as redes de profissionais, empresas e instituições nacionais e internacionais na área.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

CQEP: Sonhos, numa noite de verão...

Amanhã, abrem-se as portas da corrida aos CQEP. 

Como outrora, partiremos em busca de um tesouro perdido, amargurados com tantas promessas ocas, mas cheios da vontade de erguer, de novo, castelos de eficácia e proficiência, certos que estamos da nossa resiliência. 

Passámos as provas do deserto vazio, caminhámos descalços na areia quente, sob um sol ardente, sem qualquer gota de informação, depois da dor inominável de ver partir os nossos companheiros de infortúnio, aqueles que tinham construído connosco, pedra a pedra, os palácios onde a magia acontecia. Guardámos as sete chaves connosco, podiam ser necessárias, mas vimos as paredes ruir, já longe no caminho, enquanto se enchiam, à força, as masmorras do desemprego.
Agora, já sem fôlego, chegados à beira de um precipício que parece marcar o fim de qualquer coisa, ainda com a visão turva pelo esforço da caminhada, sem saber se é miragem ou se é mesmo realidade, do outro lado da margem, aparece uma vegetação que promete vida e um caminho ladeado de pedras. 
Numa epifania joyceana, surge, evanescente, a descoberta de que ainda é preciso construir a ponte para alcançar o outro lado. 
Será que é possível? Conseguiremos alcançar essa margem onde parece haver vida? Quantos ficarão pelo caminho nesta travessia? 
Haja ou não miragem, é pelo sonho que vamos, porque, quaisquer que sejam as pedras, elas podem servir para construir castelos.
Aos que se vão lançar nesta nova aventura, aos que acreditam em elfos e duendes, aos que querem um mundo onde a magia possa acontecer, os meus agradecimentos e desejos redobrados de sucesso.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O canto das cigarras


Gosto de ouvir o canto das cigarras.
Tem uma vibração característica que me aquece a alma e exala, na perfeição, sentires e sabores da terra e da vegetação. Lembra-me cheiros de verão, do alecrim, da pimenteira e do rosmaninho, que não existem no norte da Europa.
As cigarras cantam sem esperar nada em troca, expressam o prazer de viver e celebram a vida, com um tempo musical allegretto grazioso, que nos prepara para o mundo onírico de Morfeu, o moldador de sonhos.
Tenho uma relação diferente com as formigas. Entram silenciosas nas nossas casas, sem pedir licença e apropriam-se do que lhes parece valioso, impiedosamente. Não cantam para nós, nem nos alegram de alguma forma. Na realidade, roubam o que é nosso e nada nos dão em troca. Vivem numa organização eussocial onde o indivíduo serve dogmaticamente o formigueiro, entidade abstrata coletora de víveres, cuja missão e visão consiste exclusivamente em manter a espécie.

Há dogmas que nos ficam engramados desde a nossa tenra infância, com histórias aparentemente inofensivas,  mas carregadas de juizos de valor, que moldam a nossa visão arquetípica do mundo e das relações.

Quem ficou pela educação formal, o ensino estandardizado, formatado à medida do Estado-fábrica, produtor de agentes de trabalho, absorveu piosamente a versão claramente redutora da fábula de Esopo, revisitada por LaFontaine, e julga que as formigas são todas trabalhadoras irrepreensíveis e que as cigarras são todas ociosas. Acredita devotamente que a virtude consiste em cumprir ordens e metas.
Mas quem procura atualizar-se em permanência, crescendo e evoluindo em espirais de proporção aurea, reconhece na Aprendizagem ao Longo da Vida, a aplicação algorítmica da sequência de Fibonacci e descobre que, na Natureza, existe um fator de imprevisibilidade, longe ainda de estar ao alcance de ciência.

O fator que, por exemplo, fez da cigarra Salgueiro Maia o herói português; aquele que impeliu uma jovem cigarra algarvia a abraçar um polícia em Lisboa; aquele que levou as cigarras espanholas a sentarem-se na Praça Neptuno. Quem aprende para além do que lhe é ensinado, descobre que o canto da cigarra é a expressão de uma alma maior, a de Géia, calorosa, generosa e abundante, traduzida, também, nos Cantos dos Lusíadas , Livro do Desassossego e Pedra Filosofal da nossa Alma Lusa.
"A superioridade do sonhador consiste em que sonhar é muito mais prático que viver, e em que o sonhador extrai da vida um prazer muito mais vasto e muito mais variado do que o homem de ação. Em melhores e mais diretas palavras, o sonhador é que é o homem de ação." Fernando Pessoa, Livro do Desassossego

Pois.
Mas incomoda.
Incomoda os que têm dogmas engramados.

Para que conste, a verdadeira história da cigarra e da formiga não acaba como nos foi repetidamente ensinado. A formiga NÃO fechou a porta à cigarra;  acolheu-a e alimentou-a.
Em troca, a cigarra animou os serões de inverno e aprenderam as duas a dançar...

Je chantais, ne vous déplaise.

Vous chantiez? j'en suis fort aise:

Eh bien! dansons maintenant. 


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A Orquestra


"Gosto de ir ver a orquestra. Vou ouvi-la, também, mas gosto mesmo é de a ver: enche-se-me a alma de uma outra forma; junto à beleza da música o encanto de ver o homem ser como deve ser. Dominar um instrumento musical leva muito tempo. É preciso tornar os gestos sólidos e finos. Exige o aperfeiçoamento constante de qualquer coisa que nasceu connosco, deve desenvolver-se dentro de nós e brotar mais tarde, com naturalidade, como a água da fonte."

A mesma solidez encontra-se na Educação e Formação de Adultos. Uma pauta foi criada há várias décadas e, desde então, diversos agentes que foram virando as páginas da História da Educação em Portugal, estudaram estratégias para aprimorar a melodia concertada dos instrumentos teóricos e pedagógicos e as ferramentas metodológicas que iam sendo manipuladas para tornar o som ainda mais afinado. 
"O belo som que produz é incapaz de se encher de sentido sozinho. Alguns instrumentos podem ser ouvidos, com agrado, sem acompanhamento; outros, nem por isso… Mas cada um deles só se torna verdadeiramente grande quando se apaga e se faz esquecer, passando oculto, como simples gota de água, no mar maravilhoso que é a sinfonia. E há uma obediência maravilhosa. Um senhor de aspecto frágil, já com certa idade e ar de sábio, tem nas mãos uma batuta e dirige com gestos ligeiros todos aqueles sons e todas aquelas vontades individuais. O violinista não se liberta quando lhe apetece. E não pode brilhar: deve conter-se, prendendo-se aos seus tempos próprios e ao papel concreto que lhe corresponde."
E é intenção que as vontades individuais criem uma teia de relações, pois só dessa forma o som fará sentido. Sozinhas, cada uma por si, proporcionarão um tom parcelar. Conciliadas e articuladas, darão vida a um projeto. Aqui, as Redes Locais para a Qualificação (RLQ) poderão deter um papel fundamental na promoção de uma conduta de Aprendizagem ao Longo da Vida nas esferas local e regional. No entanto, esta operacionalização levanta algumas questões: a sustentabilidade das próprias redes no futuro próximo e a necessidade de tornar a sua intervenção mais estruturante, o que exigirá o envolvimento de uma ampla diversidade de atores locais e um reforço adicional da capacidade técnica acumulada. Esses diversos atores são os instrumentos da orquestra: muitos, isolados e sem acompanhamento, apagam-se… Todos são necessários porque todos têm o seu papel, a sua função e a sua missão. É a teia de instrumentos que transmite articulação sonora.
"Há muitos olhos atentos à mão que segura a batuta. Não se sentem constrangidos nem se revoltam. Procuram é a fidelidade ao seu pequeno papel, a melhor forma de passarem despercebidos: a perfeição pequena que é necessária à grande perfeição da sinfonia. E eu gosto de ir ver a orquestra também porque compreendo de novo que é possível obedecer com liberdade, e que não é humano fazê-lo à maneira dos escravos: com raiva e de má-vontade."
Também neste contexto específico a batuta marca presença... aqui! Comanda a engrenagem, levando-a à produção de uma melodia que se deseja que siga a mesma linha condutora: a mesma pauta, a mesma configuração musical, um ritmo acertado e sintonizado.
"Não há nada maior para fazer do que a sinfonia. O homem deseja ser grande e tem os seus sonhos. Mas se aquilo que sonha for verdadeiramente grande, ele não poderá realizá-lo sozinho. Um homem por si só não é capaz de construir uma ponte, ou uma estrada, ou uma universidade. Ou a paz, ou uma família. Não educará os filhos. Não será sequer capaz de se construir a si próprio. É perdendo-se na sinfonia que ele se encontra a si mesmo do tamanho que sonhou."
Um simples violino bem manuseado proporciona um bom momento musical. Mas, juntos, todos os instrumentos dão lugar a uma rede de sentido(s): plena, rica e enriquecida. E agora… Que mudanças irá o maestro apresentar à Orquestra?

Fonte: "A Orquestra" (Paulo Geraldo) - Educação na Aldeia

domingo, 29 de janeiro de 2012

EDEN 2012 Annual Conference: Open Learning Generations


2012 é o “Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações”. Neste contexto, de 6 a 9 de junho de 2012, irá decorrer no Porto a Conferência Anual da European Distance and E-Learning Network (EDEN), cujo tema será “Open learning Generations”.
A conferência promoverá o diálogo inter-geracional no que diz respeito ao uso da tecnologia no setor da educação. O fato de a população da Europa estar a envelhecer, mas com a possibilidade de as pessoas se manterem ativas com o avançar da idade, leva a que as Tecnologias de Informação e Comunicação possam ser veículos de inclusão social para as gerações mais velhas, revelando também a importância da Aprendizagem ao Longo da Vida.

Para obter mais informações: EDEN

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Sentidos e Significados da Aprendizagem ao Longo da Vida

Data de 2010, mas as palavras e a preocupação deste artigo continuam presentes. E bem. O cenário da Educação estende-se de forma ampla. E diversa. Os movimentos e mutações que a envolvem são complexos. E deixam, por vezes (quantas vezes, ultimamente em tão pouco tempo?!), os músculos perplexos.


Do ponto de vista teórico e conceptual…

…a aprendizagem ao longo da vida – embora não necessariamente com esta designação – tem estado presente no pensamento sobre educação de diversos autores ao longo dos tempos, bem como na reflexão que acontece nos organismos internacionais há já várias décadas.
A centralidade crescente da ideia de aprendizagem ao longo da vida nas políticas educativas europeias conduz a que alguns autores se interroguem sobre até que ponto estaremos a assistir à emergência de uma “era de Aprendizagem ao Longo da Vida” que contrasta com uma “era de Educação” que poderá estar em claro declínio (Tuschling & Engemann, 2006).
A emergência daquela expressão como ideia central dos discursos e políticas educativas é coincidente com a intensificação do papel da União Europeia na área das políticas educativas. Tal intensificação vem-se sentindo desde o ano 2000 na sequência do Conselho Europeu de Lisboa no qual se estabelece uma nova visão estratégica que só pode ser alcançada mediante o investimento significativo no setor educativo/formativo.
Ainda que a ação política europeia não se organize em torno de sanções e imposições aos diferentes Estados, verifica-se que através da discussão e construção partilhada de diagnósticos, recomendações e planos de intervenção, as orientações europeias acabam por se constituir como referentes incontornáveis para cada um desses Estados.




Do ponto de vista substantivo…
…a aprendizagem confunde-se com a própria existência humana e, neste sentido, teve sempre lugar ao longo da vida e em diferentes espaços da nossa existência.
Segundo uma perspetiva histórica, é possível identificar referências a pensadores, desde a Antiguidade Grega e Romana, que encararam os processos educativos de forma abrangente, simultaneamente, do ponto de vista dos tempos e espaços em que se aprende: nunca a aprendizagem se reduziu à idade inicial do ser humano.
A ideia de aprendizagem ao longo da vida, entendida como um processo que acontece em diversas fases do ciclo de vida dos indivíduos e nos diferentes espaços da sua existência, implica (re)alargar o âmbito dos conceitos de educação e aprendizagem, reconhecendo a relevância de espaços e tempos educativos que estão para além dos espaços e tempos escolares.




Do ponto de vista das práticas e sistemas educativos…
…o (re)conhecimento da abrangência da ideia de aprendizagem ao longo da vida dá origem a desafios relativamente ao seu modo de funcionamento que podem encerrar alguma novidade.
No entanto, de acordo com os autores do artigo, importa sublinhar que a ampla difusão da ideia de aprendizagem ao longo da vida pode encerrar alguns riscos associados a entendimentos redutores do termo:
  • Aprendizagem ao longo da vida vista como educação de adultos, como de resto está subjacente aos indicadores estatísticos (como por exemplo os disponibilizados pelo Eurostat) que a medem através da participação de adultos em ações de educação/formação.
  • Estreita associação entre aprendizagem ao longo da vida e sistemas educativos, esquecendo que a aprendizagem decorre também em espaços informais que não se estruturam em termos de objetivos educativos e que correspondem às atividades diárias relacionadas, designadamente, com o trabalho, a família ou o lazer.

A estes sentidos restritivos da ideia de aprendizagem ao longo da vida acrescem, pelo menos, dois grandes riscos de reducionismo no modo como esta ideia se tem tornado um elemento central das políticas educativas europeias, que têm sido objeto de estudo por parte de diversos autores (ver, por exemplo, Biesta, 2005 e 2006; Nóvoa, 2005; Canário, 2003; Lima, 2003):
  1. Subjugar a aprendizagem ao longo da vida a finalidades profissionais e de competitividade económica, reduzindo os processos de aprendizagem dos indivíduos a meios para assegurar a capacidade produtiva de cada um de nós.
  2. A aprendizagem ao longo da vida tende a ser entendida, sobretudo, como um processo que é responsabilidade exclusiva dos indivíduos. Nos termos de Biesta (2006), trata-se de considerar a aprendizagem como um assunto e uma responsabilidade do indivíduo, menorizando a necessidade de criar condições que favoreçam a emergência de dinâmicas de aprendizagem ao longo da vida e a adesão dos indivíduos a essas dinâmicas. Essas condições, favoráveis à aprendizagem ao longo da vida, passam por uma multiplicidade de estratégias como as oportunidades educativas e formativas dirigidas a diferentes tipos de públicos, os mecanismos de reconhecimento e validação de aprendizagens informais, os apoios concedidos aos indivíduos (financeiros, mas também logísticos) para frequentar ações de educação e formação, entre outras.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Psicologia da Formação Profissional e da Educação de Adultos: Passos Passados, Presentes e Futuros


Luís Imaginário e José Manuel Castro, para além de docentes e analistas das questões tratadas neste livro, têm sido, ao longo dos anos, atores de outras formas de intervenção no terreno de ação sobre o qual se debruçam na obra, o que constitui uma garantia de interação entre teoria e prática nas posições que aqui assumem. Assim, os autores desta coletânea de textos recentemente publicada justificam esta publicação por duas razões principais:
  1. a atualidade das suas problemáticas (que decorre, por um lado, do histórico estado de carência da educação e formação de adultos em Portugal e, por outro lado, da persistente retórica sobre a “precária qualificação dos recursos humanos”);
  2. a dispersão de tais textos.
A perspetiva de aprendizagem ao longo da vida e nos vários contextos de existência que serve de horizonte global de análise das questões relativas à formação profissional e à educação de adultos confere uma grande atualidade a este livro. Por isso, a sua leitura e estudo podem constituir uma inspiração relevante para todos os profissionais da área da formação profissional e da educação de adultos, bem como para os decisores políticos com responsabilidades mais diretas neste mesmo domínio.

Fonte: Revista Direito de Aprender


domingo, 13 de novembro de 2011

A educação permanente como fonte para repolitizar o debate sobre a educação e formação de adultos


No Relatório Faure (UNESCO, 1972), o conceito de Educação Permanente refere-se a todo o processo educativo, compreendendo todas as suas formas, expressões e momentos, de maneira a garantir a educação global das crianças e jovens e a preparar os adultos para exercerem melhor a sua autonomia e liberdade.

No contexto da história dos sistemas nacionais de educação do ocidente, a Educação Permanente representou a possibilidade de fazer uma profunda reestruturação nos valores subjacentes a estes sistemas. O papel da escola, no âmbito desta perspetiva, muda completamente, na medida em que a educação básica que nela deve ser alcançada é percepcionada como um prelúdio, que se destina quer a dotar os futuros adultos com os melhores meios para se exprimirem uns com os outros, quer a promover a capacidade de obter informação de forma autónoma, quer, ainda, a criar uma sociedade onde os indivíduos saibam comunicar, trabalhar e viver cooperativamente uns com os outros.

A Educação Permanente representa, pois, uma alavanca para alterar o entendimento do conceito moderno de educação. Ao nível da dimensão política da educação, há também um contributo significativo, por propor um caminho teórico e de ação. A visão de construir uma sociedade nova – uma sociedade da aprendizagem – na qual se alude também a um novo tipo de cidade, referida como cidade educativa, merece um destaque especial. Esta visão é na realidade a essência do Relatório Faure e do entendimento dado à Educação Permanente e assenta em objetivos de transformação social, que ao longo do relatório vão sendo progressivamente explanados, em vinte e um princípios e recomendações que ilustram qual o caminho a seguir para tornar a realidade “de hoje e de amanhã” mais próxima da utopia idealizada.

Na perspectiva da Educação Permanente, a ideia da cidade educativa, que consubstancia a visão da sociedade da aprendizagem, parte do pressuposto de que ao admitirmos que a educação será cada vez mais uma necessidade primordial de cada indivíduo, ter-se-á que investir os esforços para o seu alargamento e expansão, sobretudo em duas direções incontornáveis:
  • no desenvolvimento de outro tipo de escolas, politécnicos e universidades, enriquecidas com outro tipo de modos de trabalho pedagógico, bem como com outro tipo de relação pedagógica, construídos a partir dos modelos existentes;
  • na criação de outro tipo de instituições na cidade, públicas e privadas que, promovendo uma extensão educativa, permita incluir nas várias dimensões institucionais da vida na cidade uma função educativa, que saiba aproveitar o potencial educativo existente nas comunidades locais.
A visão da cidade educativa e da sociedade da aprendizagem é, no Relatório Faure, posta ao serviço de uma missão de transformação social cuja finalidade fundamental é democratizar a educação. Uma educação democrática constitui, nesta perspetiva político-filosófica, a condição base e o epicentro para garantir o “direito humano de ser”. Mas a missão de democratizar a educação implica mudar as bases tradicionais da relação entre sociedade e educação e todas as esferas sociais (especialmente a política, a económica e a familiar) são convocadas a dar o seu efetivo contributo.

O futuro assim pensado significa que a “educação de amanhã”, que defendemos e exigimos para hoje, toma forma numa totalidade cooperativa que integra estruturalmente todos os setores da sociedade, para benefício do bem-estar de todos.

sábado, 15 de outubro de 2011

PALADIN International Conference


þ  Proporcionar um espaço de formação e debate sobre as novas exigências e desafios levantados pelo envelhecimento da população em Portugal e na Europa.
þ  Contribuir para a reflexão em torno da promoção do envelhecimento ativo, nas suas diversas vertentes, por parte dos diferentes profissionais das ciências sociais e humanas, tanto numa perspetiva de prevenção como de intervenção.
þ  Promover a formação de técnicos, investigadores e estudantes sobre a potenciação da capacidade de aprendizagem das pessoas seniores, numa perspetiva de empowerment e de desenvolvimento da sua autonomia.
þ  Divulgar e refletir em torno de resultados de investigações realizadas em diferentes áreas do saber que possam informar as práticas de promoção da qualidade de vida das pessoas seniores em diferentes domínios.
þ  Disseminar os resultados do Projeto Palladin, dando a conhecer os recursos disponíveis para a formação, quer dos profissionais de diferentes áreas que trabalham com pessoas seniores, quer dos próprios seniores numa perspetiva de autoformação favorecedora da sua qualidade de vida.

São estes os objetivos da “PALADIN International Conference – Promoting conscious and active learning and ageing: How to face current and future challenges”, que decorrerá de 20 a 21 de outubro na Universidade de Coimbra.

Pretende-se que este seja um contributo significativo para elevar a participação dos seniores nas atividades de educação e formação, numa perspetiva de empowerment, bem como para promover o seu envelhecimento ativo em áreas tão importantes da vida quotidiana como sejam a saúde, a atividade, a educação, a cidadania e as finanças.
As sociedades atuais encontram-se numa trajetória nunca antes alcançada, em termos civilizacionais, devido ao aumento sem paralelo da esperança média de vida e ao consequente incremento bastante significativo de pessoas seniores, tendo para isso em muito contribuído o desenvolvimento da ciência, da tecnologia, dos cuidados de saúde, a democratização do acesso à educação, entre outros factores.

O envelhecimento populacional levanta, assim, numerosos desafios à reorganização das diversas estruturas sociais, mas realça também, num foco positivo, que as potencialidades de desenvolvimento e de aprendizagem dos seniores constituem uma fonte inesgotável de riqueza para as sociedades.
É necessário, porém, que as diversas estruturas e serviços, bem como os técnicos que nelas desenvolvem as suas atividades profissionais, sejam capazes de fomentar efetivamente a estimulação dessas potencialidades, contribuindo para contrariar a reduzida participação na educação da população sénior e para promover a sua autonomia.

Para mais informações, Direito de Aprender e… abrindo a porta (digital ou real) da Faculdadede Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

III Encontro de Centros Novas Oportunidades da ADRIMAG


Numa altura em que, de norte a sul, os Centros entram num novo ciclo de existência e direção (2011-2013) e retomam, na generalidade,  o seu funcionamento e a(s) sua(s) dinâmica(s), o Centro Novas Oportunidades da Associação deDesenvolvimento Rural das Serras de Montemuro, Arada e Gralheira (ADRIMAG) organizará o III Encontro de Centros Novas Oportunidades, no dia 21 de outubro. Este evento, subordinado ao tema “Novas Oportunidades: mais futuro, melhores profissionais”, terá lugar no Auditório do Centro de Informação Turística (Antigas Instalações do Cinema Globo D’Ouro), na Alameda D. Domingos Pinho Brandão, em Arouca.

Os principais objetivos desta iniciativa são os seguintes:
  • Avaliar o impacto dos Centros Novas Oportunidades na sociedade, nomeadamente na promoção de igualdade de género e na qualificação de profissionais;
  • Criar um espaço de reflexão e discussão em torno do papel do candidato enquanto cidadão e promotor da sua formação ao longo da vida, com vista à elevação do seu nível de qualificação.
De acordo com o programa deste evento, estão previstas intervenções de Maria do Carmo Gomes, Vice-Presidente da Agência Nacional para a Qualificação, de Teresa Correia, Diretora do Centro de Emprego de São João da Madeira, de Francisco Jacinto, representante da Equipa da Avaliação Externa do eixo adultos da Iniciativa Novas Oportunidades, e Manuel Albano, Vice-Presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. Pedro Mota Soares, Ministro da Solidariedade e da Segurança Social, deverá presidir à sessão de encerramento.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

EFA sustenido menor



   Por mais incrível que pareça, continuamos todos à espera que a "suspensão" da abertura das turmas de Educação e Formação de Adultos seja devidamente explicada e resolvida. 
Enquanto nada acontece e "sustemos" a respiração, suspendendo-a, apetece-me reler as recomendações da Comissão Europeia em matéria de Aprendizagem ao Longo da Vida para o período 2007-2013.
" O conceito de aprendizagem ao longo da vida é indispensável para a competitividade da economia do conhecimento. Aplica-se a todos os níveis de aprendizagem e diz respeito a todas as fases da vida, bem como às diferentes formas de aprendizagem. O programa «Aprendizagem ao longo da vida» visa dotar os cidadãos das ferramentas necessárias para a promoção do desenvolvimento pessoal, para a integração social e para a participação na sociedade do conhecimento. OS programas Comenius (para as escolas), Erasmus (para o ensino superior), Leonardo da Vinci (para a formação e ensino profissionais) e Grundtvig (para a edução dos adultos), agora reunidos sob a tutela única do programa «Aprendizagem ao longo da vida», contribuem para a realização destes objectivos."
Podem aprender mais aqui.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Semana de Aprendizagem ao Longo da Vida no Parlamento Europeu


A Associação Europeia para a Educação de Adultos (EAEA), juntamente com outros parceiros na Plataforma Europeia da Sociedade Civil para a Aprendizagem ao Longo da Vida (EUCIS LLL), participou na primeira Semana de Aprendizagem ao Longo da Vida, que se realizou em meados de Março no Parlamento Europeu. A EAEA apresentou o seu próprio stand e despertou grande interesse com os seus materiais, sobretudo a brochura Grundtvig, a Newsletter e a brochura sobre participação.

Durante a semana, Pierre Mairesse, Director para a Aprendizagem ao Longo da Vida, na Direcção-Geral EAC, veio encontrar-se com membros da EUCIS a quem apresentou os principais desenvolvimentos próximos, do ponto de vista da Comissão. Incluem-se aqui novas informações sobre:


- a proposta para um novo Programa de Aprendizagem ao longo da Vida;

- um novo Plano de Acção e Comunicações da Comissão sobre sociedade civil;

- multilinguismo.

Com organização conjunta da EUCIS e da SOLIDAR, teve lugar uma Mesa Redonda no Parlamento Europeu sobre os efeitos das medidas de austeridade na educação e formação, tendo-se ouvido contributos de França, Irlanda e Letónia sobre o impacto dos cortes na Aprendizagem ao Longo da Vida.


Em representação da EAEA, Gina Ebner apresentou algumas recomendações, tais como: necessidade de um financiamento sustentável; consultas à sociedade civil; políticas assentes em resultados concretos devidamente avaliados; novos projectos inovadores integrados nas políticas centrais.


Participaram também vários deputados europeus, incluindo membros do Comité para a Educação e Cultura. Houve ainda ocasião para um debate público sobre o impacto e o valor acrescentado dos esquemas de mobilidade e de aprendizagem transnacionais relativamente à produção de competências pessoais, sociais e cívicas. Também aqui se apresentaram recomendações visando a melhoria dos programas de mobilidade, para que mais grupos da população adulta possam participar, para que os participantes aproveitem ao máximo estas experiências educativas e para que tanto a cidadania activa como o desenvolvimento pessoal sejam reconhecidos como de importância igual à empregabilidade.


Mais informações: EAEA


Fonte: Direito de Aprender

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Programa “Aprendizagem ao longo da Vida": candidaturas para 2011


Foi recentemente lançado o anúncio geral a candidaturas para 2011 referente ao Programa “Aprendizagem ao longo da Vida”, como aqui é referido.

Desta forma, tanto os cidadãos como as organizações nos domínios da educação escolar ou superior, da formação profissional e da educação de adultos podem submeter candidaturas às diversas e numerosas medidas apoiadas por este programa. Aqui, incluem-se, entre outros, os seguintes programas:

  • Comenius;
  • Erasmus;
  • Leaonardo da Vinci;
  • Grundtvig.

Toda a informação necessária para concretizar uma candidatura ao Programa Aprendizagem ao Longo da Vida, e em especial as prioridades deste anúncio para 2001 e o Guia do Programa, estão disponíveis aqui, onde poderá seleccionar a Língua Portuguesa.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

"Tão longe e tão perto, já viu, amiga?"

Há alguns dias atrás, soubemos que um dos Avaliadores Externos, com quem costumávamos trabalhar, tinha ido para o Afeganistão, numa missão oficial do Exercito, chefiando uma equipa de formadores. Embora se trate de uma missão de Paz e, portanto, de nobre causa, sentimos, de imediato, o perigo que a viagem podia conter em si, por se tratar de uma zona em constante convulsão.
Quem passa pela experiência do Processo de Reconhecimento de Competências sabe que se estabelece uma relação muito especial entre os elementos da Equipa, os Adultos e todos os outros participantes, especificamente os Avaliadores Externos. De facto, poder participar no reconhecimento social de alguém, com o carácter ritualístico que a Sessão de Júri lhe confere, envolve os seus participantes numa cumplicidade homeostática, com efeitos que perduram, quer no domínio individual quer na vertente social e cultural, pilares da dimensão humana.
É óbvio que nos sentimos implicados ao saber que um dos nossos Amigos ia partir, mas com os meios de comunicação que estão à nossa disposição no século XXI, o longe torna-se perto, num instante.
E assim aconteceu, ontem... Uma mensagem directa no "chat" do Gmail aparecia: "Tão longe e tão perto, já viu, amiga?"
Tão longe no espaço, do Afeganistão até Portugal; tão perto no tempo, graças à comunicação instantânea que a Internet proporciona; tão longe nas vivências, tão perto na relação humana.
E a reflexão sugere que o longe se torna perto e que a distância não conta quando a amizade transcende o espaço e o tempo.
Também com os candidatos certificados, enviados para missões fora do Centro Novas Oportunidades, acontece esta ligação que convida a alimentar as relações que se estabelecem, numa perspectiva de mundo global em construção, onde a Amizade aparece como sentimento regulador e fortalecedor de redes sociais cada vez mais poderosas... Estaremos a assistir à emergência de um novo poder? Outra visão da realidade? Será que estamos prestes a deixar transbordar os sentimentos do virtual para a realidade? Haverá aqui algo prestes a acordar?

domingo, 31 de outubro de 2010

7 Saberes (necessários à Educação do Futuro)

Num fim-de-semana que, além de mais extenso do que o habitual, nos “ofereceu” a hora que nos “roubou” há uns meses atrás, vale a pena aproveitar alguns minutos dessa hora para reflectir sobre os 7 Saberes que Edgar Morin definiu como essenciais à Educação do Futuro:

  1. erro e ilusão (não afastar o erro do processo de aprendizagem, mas sim integrá-lo nesse processo, para que o conhecimento avance);
  2. o conhecimento pertinente (juntar as mais variadas áreas de conhecimento, contra a fragmentação);
  3. ensinar a condição humana (não somos um algo só – somos indivíduos culturais, psíquicos, físicos, míticos, biológicos, etc.);
  4. identidade terrena (a Terra é um pequeno planeta que precisa ser sustentado);
  5. enfrentar as incertezas (a ciência deve trabalhar com a ideia de que existem coisas incertas);
  6. ensinar a compreensão (a comunicação humana deve basear-se na compreensão, pelo que esta deve existir entre departamentos de uma escola, entre alunos e professores, etc.);
  7. ética do género humano (não desejar para os outros aquilo que não queremos para nós).




Assim, numa sociedade (da informação e do conhecimento) cada vez mais fluida e exigente (exige competências, flexibilidade e elasticidade de pensamento e uma sábia gestão do tempo, entre muitos outros requisitos que fazem do Ser Humano um verdadeiro Ser em Devir), estes 7 Saberes vestem-se de significado não apenas a pensar num “amanhã” a médio ou longo prazo, mas também num “amanhã” a curto prazo porque tudo deve estar integrado...

...para permitir mudança de pensamento!


...para que se transforme a concepção fragmentada e dividida do mundo, que impede a visão total da realidade!

terça-feira, 23 de março de 2010

Português para Todos!


No âmbito das actividades do Programa Português para Todos (PPT), irá decorrer, no dia 24 de Março, pelas 14h30, no Centro Nacional de Apoio ao Imigrante, em Lisboa, uma sessão pública de divulgação dos referenciais integrados no projecto “Português para falantes de outras línguas”, desenvolvido em parceria entre a Agência Nacional para a Qualificação (ANQ), a Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular (DGIDC), e o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

  • Os referenciais relativos ao nível de proficiência A (Utilizador elementar) e B (Utilizador independente) serão apresentados pelas autoras dos mesmos (Maria José Grosso, Ana Tavares e Marina Tavares, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa).
  • Os referenciais técnicos relativos a quatro sectores (Engenharia e Construção Civil, Comércio, Hotelaria e Serviços de Beleza) serão apresentados por representantes das equipas de projecto envolvidas na sua criação.
Estes materiais favorecem o trabalho que tem vindo a ser efectuado no âmbito do Programa Português para Todos, uma iniciativa conjunta entre a Presidência do Conselho de Ministros, o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e o Ministério da Educação.
De entre as actividades asseguradas pelo PPT destacam-se os cursos de formação de português para imigrantes que permitem o acesso à nacionalidade, à autorização de residência permanente e/ou ao estatuto de longa duração, bem como os cursos de português técnico para os sectores acima referidos.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Da retórica à garantia de uma verdadeira Educação/Formação ao Longo da Vida

A crise económica vem lembrar-nos que a educação/formação ao longo da vida tem que apoiar as pessoas durante todo o ciclo económico, tanto nas fases de expansão como de recessão. As recessões trazem consigo a mudança. E a mudança exige novas competências. Já antes da crise o trabalho estava a mudar, pois cada vez eram mais os empregos que exigiam uma combinação de competências de alto nível com competências transversais (que ajudam as pessoas a encarar novas solicitações: trabalho em equipa, resolução de problemas, espírito de iniciativa, criatividade, etc.).

A Estratégia U.E. 2020 trará um papel chave para a educação e formação. À medida que o mundo evolui, a educação e a formação têm que evoluir também, a fim de abarcar e transmitir aquelas competências de que depende a nossa capacidade de inovar e a nossa prosperidade futura. A Iniciativa “Novas Competências para Novos Empregos” procura fazer isso mesmo: melhorar a nossa capacidade de antecipar as tendências dos novos empregos e ajustar os nossos sistemas e as competências das pessoas às mudanças que se avizinham, garantindo que todos possam beneficiar da mudança em vez de se sentirem ameaçados por ela. Assim, a Estratégia U.E. 2020 outorga um papel chave à educação e à formação como motores de competências mais elevadas que sustentarão, na Europa, um crescimento sustentável e baseado no conhecimento.
Contudo, tal como a Estratégia e o nosso próprio quadro europeu de cooperação torna claro, educação e formação não se destinam apenas a preparar para empregos, pois são vitais como fermento da inovação.
Dada a tendência demográfica que constitui o pano de fundo da Estratégia U.E. 2020, é evidente que é necessário repensar a educação e formação, de forma a dar um peso muito maior à ajuda de que os adultos necessitam para reforçar as competências que já possuem e para desenvolver novas.
Num mundo em que o conhecimento se torna obsoleto muito rapidamente e as competências mudam, é pertinente oferecer às pessoas oportunidades de educação para além da escola e do ensino superior, para que adquiram novas competências para os empregos novos que vão sendo criados. Tradicionalmente, olhou-se para a educação de adultos principalmente como um instrumento de remediação (e terá sempre que ter também essa finalidade). No entanto, a educação de adultos deve tornar-se agora uma parte integrante do sistema educativo, para que as pessoas, ao longo das suas vidas, possam aperfeiçoar as suas competências e adquirir novas, sobre as quais se construirá uma Europa do conhecimento e da inclusão.
Fonte: aqui