Por definição, o Júri de Validação é o momento último do processo de RVCC. Não o considero nunca desta forma. É um momento essencial na definição dos objectivos individuais de cada candidato a certificação/validação em função da sua história de vida e do que conseguiu demonstrar no tranalho realizado no seu portefólio.
O meu trabalho, nesta área, levou-me nos últimos júris a vários CNO com que trabalho com alguma regularidade.
No CNO da Escola Secundária de Arganil (...que já tem um blog, basta clicar), o júri de validação permitiu uma análise do que são boas práticas que este CNO desenvolve, principalmente ao nível do acompanhamento dados aos adultos em processo. As sessão são individuais e centradas nas competências demonstradas em dossier/PRA.
Sem dúvida que o trabalho realizado por esta equipa se tem revelado essencial na vida de tantos candidatos que procuram uma forma de concluir a equivalência ao Ensino Básico, como, sempre a destacar a originalidade posta na construção dos dossiers/PRA. Os meus parabéns à equipa pelo trabalho feito.
Outro Júri de Validação em que estive presente foi na Escola Secundária Joaquim de Carvalho, na Figueira da Foz. Uma sessão em que re revelou essencial a realização de uma boa triagem inicial para diferenciar os candidatos ao processo RVCC que devem frequentar o Ensino Básico e aqueles que, por terem experiências de vida muito ricas, podem frequentar a equivalência ao Ensino Secundário. Foi também a primeira sessão de júri que acompanhei da Dra. Inês Pinho, a quem dou os parabéns pela melhoria da qualidade observada dos dossiers, assim como, a toda a equipa de formadores que fazem um trabalho contínuo de valorização e credibilização do processo RVCC. Destaco ainda um dossier que pela sua originalidade se destacou nas apresentações realizadas. Falo do dossier do Sr. Pedro, cuja imagem aqui partilho e a sua originalidade está no facto de ser todo construído em alumínio.
Mas os júris de validação continuaram e no CNO da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré fui encontrar um conjunto de candidatas que recordo agora. A equipa de formadores e profissionais demonstra uma capacidade de trabalho, mobilização e desocultação de competências nos adultos em processo que é de destacar pela forma como, em júri, estas se demonstram de forma clara e evidente. A forma como a sessão de júri é preparada demonstra uma dedicação ao processo que é, também, de evidenciar. Curiosamente todas as candidatas pertenciam à fábrica da Vista Alegre. Os projectos pessoais, são, neste caso, muito diversos. Cada qual tinha uma ideia do que desejaria fazer ou que tipo de trabalho gostariam, mais tarde, de vir a realizar. Portas que se abrem com a conclusão da equivalência ao 9.º ano do Ensino Básico, que até aqui estavam fechadas.
Por último, uma viagem mais longa, levou-me ao Agrupamento de Escolas João Franco, no Fundão. Relembro um texto que escrevi e em que refiro que, me muitos locais o processo RVCC é a única forma de regresso à escola para centenas de pessoas. A ruralidade que cerca, muitas vezes, sem possibilidade de saída, muitos dos candidatos que passam pelas mãos de uma equipa de excelentes profissionais e formadores, marca o trabalho deste CNO, que acima de tudo, quer pela qualidade técnica de toda a equipa, quer pela forma como o trabalho é desenvolvido, fazem primeiramente um trabalho de combate a uma exclusão geográfica e depois, dão novas oportunidades verdadeiras a quem, por motivos vários, deixaram os estudos sem possibilidade de os retomar até chegar o processo RVCC. Destaco ainda, quatro candidatos que fizeram validações parciais do RVCC de nível secundário e que, seguem agora para a conclusão através de um curso EFA de dupla certificação na área da Contabilidade. Senti, naquela tarde, que aqueles quatro adultos serão um exemplo e casos de sucesso pois são pioneiros e o interesse e vontade de estudar, aprender e qualificarem-se estava bem escrita nos seus rostos.
A todos, equipas e adultos, coordenadores e candidatos, os meus parabéns.
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