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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O aumento das competências educativas das famílias: um efeito dos Centros de Novas Oportunidades

No passado dia 14 de Janeiro, foram apresentados os resultados do projecto realizado na Escola Superior de Educação de Coimbra: "CNO - Uma Oportunidade Dupla: da promoção da Literacia familiar ao sucesso escolar das crianças".
As conclusões deste projecto permitem evidenciar as mudanças ocorridas nas famílias em que um progenitor (pai ou mãe) fez um RVCC de 9º ano num Centro Novas Oportunidades tendo pelo menos um filho a frequentar o 1º ciclo do Ensino Básico. As mudanças verificadas serão mais facilitadoras do sucesso escolar dos filhos. A percepção destas mudanças é comprovada por professores do 1º ciclo do Ensino Básico em todo o país. in esec.pt
Trata-se de um estudo que vem sublinhar alguns efeitos inesperados da Iniciativa Novas Oportunidades, Eixo Adultos, decorrentes da alteração de perspectiva agora por parte dos candidatos que já passaram pelo processo.
O estudo apresentado pela equipa coordenada pela Dra Lucília Salgado incidiu sobre sujeitos certificados com o nível básico. Facilmente se almeja que os efeitos benéficos do processo venham a ser ainda mais significativos quando pudermos ter acesso aos resultados decorrentes da observação de candidatos com o nível secundário de certificação. O aumento da auto-confiança e da percepção de auto-eficácia é notório e evidente, também para os elementos das equipas técnico-pedagógicas que acompanham estes adultos, desde a sua entrada no Centro Novas Oportunidades até à certificação de nível secundário. Há, aliás, um processo de transformação inesperado, quase imediato, após a realização da sessão de júri, que é perceptível para estes profissionais. A mudança comportamental é, por vezes, de tal ordem que o adulto parece ter vestido "o fato do certificado".
Devemos, no entanto, manter a capacidade de observar alterações nestes efeitos eufóricos do processo RVCC junto dos candidatos. Pensamos como Einstein que "uma mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original", mas parece-nos ainda cedo para garantir que houve, de facto, apropriação de uma nova perspectiva por parte das famílias em causa.


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Da educação popular à educação de segunda oportunidade

Neste espaço virtual, encontra-se alojado um texto que pode ajudar interessados e curiosos a reflectir sobre a evolução da educação de adultos nas últimas décadas.
O 25 de Abril de 1974 foi acompanhado pela explosão do movimento social popular que se seguiu ao golpe de Estado e que atingiu diversas áreas da vida social – entre estas, a educação de adultos. Para este campo de práticas, a Direcção-Geral de Educação Permanente, criada ainda em 1972, sob o regime autoritário, dinamizou uma política pública inovadora para o contexto português que procurou dar resposta às solicitações de iniciativa popular.
Em 1976, a Constituição da República Portuguesa estabeleceu no Art.º 73.º que todos têm acesso à educação, reforçando deste modo o trabalho levado até então.
Após 1976, no âmbito do processo de normalização política pós-revolucionária, a política anteriormente promovida pela Direcção-Geral de Educação Permanente foi abandonada pelo Governo então em funções.
É contudo a corrente de educação popular, então menos entusiasta que alguns anos antes, que reassume um papel decisivo na elaboração do Plano Nacional de Alfabetização e Educação de Base dos Adultos, em 1979.
Em 1986 é aprovada a Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei n.º 46/86). Esta Lei definiu a educação de adultos como subsector que integrou duas ofertas: o ensino recorrente e a educação extra-escolar.
Contando com uma importante contribuição financeira dos fundos estruturais comunitários, o Programa Operacional de Desenvolvimento da Educação de Adultos em Portugal foi lançado em 1989. Este integrou um sub-programa destinado à educação de adultos, tido por tal como um sector de intervenção prioritária. A gravidade da situação educativa do país justificava a finalidade definida neste Programa: a promoção da qualificação da mão-de-obra no quadro de um esforço de modernização económica.
Entre 1995 e 2002, os governos socialistas eleitos avançaram com um conjunto de propostas que visaram “relançar a política de educação de adultos”. O trabalho então levado a cabo permitiu o surgimento do “S@ber +. Programa para o Desenvolvimento e Expansão da Educação e Formação de Adultos”, da responsabilidade da Agência Nacional para a Educação e Formação de Adultos (ANEFA).
Segundo os decisores políticos, a modernização da economia, o necessário aumento da competitividade e a omnipresença de novas tecnologias exigiam trabalhadores mais qualificados, com maior capacidade de adaptação, detentores de outros e mais complexos conhecimentos e competências.
Suportadas pela abordagem das competências, e já não em conteúdos de natureza escolar e disciplinar, o reconhecimento, validação de competências adquiridas informalmente ou em contexto de trabalho, bem como o desenvolvimento de novos modelos, metodologias e materiais de intervenção pedagógica e socioeducativa emergiram como estratégias educativas e formativas centrais.
Deste modo, em meados da década de 1990, a educação de adultos parecia ter assumido um lugar de destaque nos debates políticos sobre educação. É neste quadro que surgem um conjunto de ofertas educativas e formativas que alargam a participação dos adultos e reforçam dimensões sociais, económicas e políticas da sua participação em sociedade.
Desde 2005, a Iniciativa Novas Oportunidades, retomou as principais ofertas do Programa S@ber+, sendo hoje estas ofertas da responsabilidade da Agência Nacional para a Qualificação que possui uma dupla tutela do Ministério da Educação e do Ministério do Trabalho e Segurança Social. Em resultado de uma mais evidente articulação com as políticas de emprego e de modernização tecnológica da economia portuguesa, esta Iniciativa tem como finalidade dar um forte impulso à qualificação dos portugueses, integrando dois pilares: as ofertas dirigidas aos jovens e aquelas dirigidas aos adultos.
Em suma, no quadro do relançamento da educação de adultos em finais da década de 1990, novas ofertas são apresentadas aos adultos, ofertas estas que a Iniciativa Novas Oportunidades retoma, em 2005, atribuindo um relevante alento à política pública de educação e formação de adultos.

É num quadro profundamente contraditório que a promoção do direito à educação de adultos através das políticas públicas coexiste com outras prioridades, desafios e problemas, alguns de natureza económica e social, deixando-nos dúvidas relativamente ao cumprimento das ideias contidas na Constituição de 1976, mas reservando espaços para outras possibilidades, algumas destas promotoras da emancipação e de uma democracia de melhor qualidade.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Reflexos e Resultados do Estudo sobre Literacia Familiar


A Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC) foi o local escolhido para a apresentação, no dia 14 de Janeiro, dos resultados do estudo sobre literacia familiar, coordenado por Lucília Salgado, docente e investigadora naquela instituição.

Este estudo pretende contribuir para a análise do impacto que os Centros Novas Oportunidades, através dos processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, têm no desenvolvimento educativo dos adultos e na maneira como a aprendizagem por parte destes se reflecte na interacção com os filhos, favorecendo, assim, os processos de aprendizagem das crianças no seio familiar, em especial aquelas que se encontram a frequentar o 1.º ciclo do ensino básico, promovendo-se, dessa forma, a literacia familiar.

A apresentação deste estudo insere-se num seminário que, por sua vez, é integrado num ciclo de dez conferências, que têm vindo a decorrer na ESEC, sobre Educação, Lazer e Desenvolvimento Local, no âmbito do Mestrado em Educação de Adultos e Desenvolvimento Local, ministrado naquela instituição.

Fonte: Novas Oportunidades

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Educação como acesso à democracia

Na passada 2.ª feira, decorreu a conferência “Questões-Chave da Educação", organizada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), na Universidade do Algarve, em Faro. O ciclo de conferências promovido por esta fundação visa:
  • fomentar a vinda a Portugal de especialistas internacionais;
  • contribuir para a difusão no nosso país de estudos recentes de fundamentação científica;
  • proporcionar o debate entre especialistas, professores, pais e todos os interessados no problema da educação.
Nesta conferência, Fernando Savater explicou que a educação cívica “não se refere à instrução básica ou à mera preparação para realizar tarefas laborais em qualquer campo, por mais que seja essencial a aquisição de tais conhecimentos e aptidões”, mas está relacionada com o sistema democrático.
A “ignorância” que o filósofo teme é “a incapacidade de expressar exigências sociais inteligíveis para a comunidade ou entender as exigências formuladas por outros”.
Fernando Savater frisa que o grande problema da democracia é “a predominância generalizada da maré de ignorância” e a educação cívica é única melhor forma de a combater.
“Nas nossas sociedades pluralistas, a questão da educação cívica está directamente ligada ao tema da tolerância. Não há educação cívica que não fomente a tolerância democrática”. Por isso, sublinha que “devemos educar para prevenir tanto o fanatismo como o relativismo”.
Savater considera que o “fanático é aquele que não suporta viver com os que pensam de forma diferente por medo de descobrir que também ele não está seguro daquilo em que diz acreditar”.
Fonte: aqui

Desde o Ensino Básico ao Processo de RVCC (que ilustram duas vias tão diferentes de acesso e progresso no caminho formativo e entre as quais tantas outras se incorporam), a Formação Cívica e a Cidadania (e Empregabilidade... e Profissionalidade...) marcam a sua presença no dia-a-dia. O desenvolvimento de valores como o respeito mútuo, regras de convivência, tolerância e solidariedade conduz a uma participação mais efectiva e iluminada na vida da comunidade. Assim, criam-se laços mais fortes numa rede social da qual dependemos e que depende de cada um.
Entre a “ignorância” temida por Fernando Savater e a “libertação” veiculada por Paulo Freire pode sinalizar-se um ponto de quiasma. Também este reconhecido educador e filósofo visava a elucidação e conscientização de todas as pessoas (sobretudo, das provenientes de classes oprimidas), pois apenas esse caminho poderia levá-las à libertação e ao delinear de uma igualdade e cidadania planetária.
E este, no fundo, passa também por ser um dos objectivos do Processo de RVCC – um processo de...
...descoberta!
...libertação!
...conscientização!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Avaliadores externos



Através do Anúncio nº 9227/2009, de 30 de Novembro, foi tornada pública a lista dos candidatos acreditados na sequência do procedimento de acreditação de avaliadores externos no âmbito dos Centros Novas Oportunidades, aberto na sequência da publicação do Aviso nº 2473/2008, de 31 de Janeiro.
Para além de uma lista nacional, ordenada alfabeticamente, o anúncio apresenta ainda uma lista estruturada por NUT II e por NUT III.

Fonte : ANQ


quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O Processo RVCC e a ética

Fonte da imagem: aqui

"O processo desenvolve-se ao longo de um conjunto de sessões, individuais e em pequenos grupos, durante as quais os candidatos, apoiados por profissionais de RVC, identificam, avaliam e reflectem sobre as suas experiências de vida e sobre as aprendizagens mais relevantes que elas lhes proporcionaram. Recolhem evidências que comprovem essas aprendizagens e começam a organizar um portefólio que constitui o instrumento privilegiado de avaliação de cada pessoa. Esta primeira fase do processo de RVC de identificação das competências transversais é comum tanto aos processos de certificação escolar, como aos de certificação profissional, sendo integrada nos de dupla certificação." fonte: aqui

Nesta ingerência permanente por parte dos profissionais de RVC e/ou outros elementos da equipa técnico-pedagógica, quando se pode colocar a questão da ética? Onde se encontram os limites que não devem ser transpostos? até que fronteiras pode ir o técnico que "tutoriza" o candidato no seu processo de reconhecimento?

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Como dignificar o sistema de RVCC?

Chegam-nos por vezes alertas que nos remetem para o cuidado a ter no respeito pela Carta de Qualidade dos Centros Novas oportunidades. Um alerta é também um desafio à nossa imaginação para reforçar o lado mais positivo do processo. Ideias originais precisam-se. E que tal partilhar a sua?

"...Dos adultos que se apresentam nos Centros Novas Oportunidades a candidatar-se à obtenção da certificação de um daqueles níveis de qualificação/escolaridade, nem todos apresentam o perfil adequado para a frequência desta modalidade; são então encaminhados para outras modalidades de educação/formação que mais se ajustem aos respectivos perfis.

Devido a alguns defeitos de informação e propaganda e, convenhamos que também, a algumas eventuais más práticas, corre a ideia de que tudo o que diga respeito às “Novas Oportunidades” significa facilitismo.

Também há a ideia de que só os saberes escolares ou de formato escolarizado podem ser reconhecidos como competências.

Estes aspectos contribuem para a desacreditação social desta modalidade de certificação escolar."



Mais:


Dignificar o Sistema de RVCC

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Melhorar a Qualidade: As linhas de Rumo da ANQ

«No domínio da qualidade das intervenções
1. Ajustamento das metas contratualizadas com os Centros Novas Oportunidades de modo a garantir o equilíbrio do binómio quantidade-qualidade (com reflexos, entre vários outros aspectos, na diminuição dos tempos de espera dos inscritos).
2. Reforço da capacitação das equipas técnicas dos Centros Novas Oportunidades, através da promoção de acções de formação diversas, da concretização do plano de acompanhamento aos Centros, da participação da ANQ em encontros promovidos por Centros, da concepção de instrumentos metodológicos relativos às diversas etapas de intervenção das equipas.
3. Criação de um sistema de monitorização da actividade dos Centros Novas Oportunidades a partir do Sistema Integrado de Informação e Gestão da oferta Educativa e Formativa (SIGO), com base no qual é sustentada a actividade de avaliação por parte da ANQ e a actividade de auto-avaliação por parte dos Centros (a partir da adopção do modelo CAF adaptado à realidade dos Centros).
4. Promoção de novas práticas no âmbito dos Centros Novas Oportunidades, em particular, dos processos de RVCC neles desenvolvidos (p.e., resultantes da articulação com o Plano Nacional de Leitura ou do estudo de “Centros Novas Oportunidades – uma oportunidade dupla: da promoção da literacia familiar ao sucesso escolar das crianças”.»
Fonte: ANQ

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Em resposta a uma questão...

Li, recentemente aqui, uma questão que penso é comum (ainda e infelizmente) a muita gente. Foi por isso que pedi a dois profissionais de RVCC e a um adulto que fizessem uma reflexão para poder dar uma resposta à questão que é colocada. Obrigado à equipa do Centro Novas Oportunidades da Gafanha da Nazaré pela disponibilidade na resposta ao meu pedido.

A visão dos Profissionais de RVCC:

«O Processo RVC – Reconhecimento e Validação de Competências – consiste num modelo que, na sua génese, tem por fim criar uma justa equivalência entre aquilo que foram as aprendizagens formais, informais ou não formais e um determinado grau de escolaridade (Básico ou Secundário) de um indivíduo em idade adulta. Partindo do pressuposto que existe uma franja da população portuguesa que abandonou precocemente a escola, por motivos vários, e que foi adquirindo ao longo da vida competências, experiências (profissionais, pessoais e de cidadania) e conhecimentos que nunca viram reconhecidos, este processo constitui a forma de valorizar e validar tais aprendizagens.
Não se tratando de um curso ou de um processo escolar, tal como comummente o concebemos, o Processo RVC resulta da reflexão de cada adulto acerca das suas aprendizagens, orientada por uma equipa de técnicos e formadores, com vista à abordagem, em registo escrito, de um conjunto de critérios pré-definidos num Referencial de Competências-Chave, correspondente a cada nível (Básico ou Secundário). Como este processo tem um cariz individual, nem todos os candidatos a certificação têm perfil para uma equivalência ao nível pretendido, devendo ser orientados para outros percursos formativos complementares. Esta situação verifica-se sobretudo no Nível Secundário, onde os adultos em processo poderão ser encaminhados para outras ofertas formativas, obtendo em RVC uma certificação parcial.
Enquanto técnicos de RVC, consideramos que para os adultos, este processo é crucial, visto que resulta num aumento significativo da sua valorização pessoal e num re-investimento na formação, que anteriormente lhes estava vedada. Acresce ainda o facto de cada PRA (Portefólio Reflexivo de Aprendizagens) ser o testemunho de vivências singulares e conhecimentos empíricos – alguns perdidos no tempo – que por este meio se preservam.»

João Henriques e Helena Silva


A visão de um adulto certificado para o nível Secundário:

«Pediram-me para falar sobre minha experiência no processo RVCC, portanto aqui vai.
Devido à minha actividade profissional, sinto necessidade de me manter em permanente formação, pois o sector da manutenção e construção de máquinas apresenta constantes inovações, desde novos materiais até métodos de produção mais eficazes e novos processos de controlo, o que me obriga a uma actualização constante. No entanto, depois de todas estas formações e experiência adquirida faltava-me algo que atestasse os meus conhecimentos e me permitisse continuar. Por isso, assim que ouvi falar no processo RVCC não hesitei, procurei o centro cujo método de trabalho melhor se adaptasse à minha disponibilidade, inscrevi-me e assim iniciei o processo.
Durante o processo tive momentos de sucesso mas também alguns de desânimo, principalmente no princípio, quando me debati com a dificuldade de compreender o que era pedido no referencial. Mesmo quando o compreendia, sentia dificuldades em o adaptar às minhas experiências. No entanto, quando estas dificuldades surgiam, contava sempre com a ajuda dos técnicos que, com toda a paciência, me ajudavam a ultrapassá-las.
O processo não foi fácil, nem eu queria que o fosse, pois quanto mais difícil mais valorizado seria. Agora com o 12º ano é como se tivesse desaparecido um obstáculo do meu caminho, proporcionando-me um futuro com mais oportunidades. Uma destas oportunidades foi a de me inscrever num CET de Electricidade e Automação Industrial, que tanta falta me fazia. Neste CET, já percorri quase um terço do caminho e o que me falta de conhecimentos académicos sobra-me na experiência de vida, o que me permite, com muita dedicação, ir terminando os módulos com notas razoáveis.
Com a finalização deste CET consigo garantir a posição na empresa onde trabalho, pois ela está num processo de certificação e com isso surge a necessidade de cada sector ser liderado por uma pessoa com formação adequada e certificada.
Nunca é demais relembrar que para mim se não fosse o processo RVCC nada disto era possível.»

Lino Neves

sábado, 27 de junho de 2009

Histórias de Vida, Exemplos e o Processo RVCC

Ao analisar o conjunto de histórias de vida que nos últimos anos tenho acompanho, como Avaliador Externo, penso que a vontade de “regresso” à escola, tantas vezes desejado e tantas vezes adiado, surge inevitavelmente ligado ao processo de RVCC como o cumprimento de uma meta, tantas e tantas vezes, mais pessoal do que social ou profissional.

Tenho por hábito neste dia partilhar as sessões de júri em que estive presente. Hoje farei algo diferente. Partilharei duas reflexões.

O Sr. Manuel foi adulto que frequentou o processo de RVCC do Centro Novas Oportunidades do Agrupamento de Escolas de Ansião. O Sr. Manuel tinha uma história de vida que passava por muitos anos em França, como muitos outros. A sua história foi contada em imagens, com orgulho e com brio. O seu anseio de contar e mostrar o que havia construído, de casas a hospitais, de rotundas a um cachimbo gigante, tudo servia para mostrar o imenso desejo de cumprir o sonho de “não morrer com a 4ª classe”. A sua vontade de aprender mais era um exemplo para muitos outros. O seu “regresso” à escola foi o cumprir de uma meta traçada há muitos anos.

“Vou aqui fazer a apresentação como se fosse para a disciplina que deixei em atraso há 30 anos”. E começou a sua apresentação sobre contabilidade da associação a que fazia parte como tesoureiro. O adulto que frequentou o processo de RVCC no Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária da Mealhada, só queria essa oportunidade. A de concluir aquela apresentação como se fosse para as disciplinas de Contabilidade, Matemática e Francês que ficaram por fazer no Curso Geral de Administração e Comércio que havia abandonado naquela mesma escola há muitos anos atrás.

Não podia deixar de partilhar estas histórias, deixando uma palavra de reconhecimento às equipas pelo trabalho que fazem na recuperação destes caminhos interrompidos, assim como, a cada um dos adultos que termina o seu processo de RVCC. Parabéns a todos!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

O processo RVCC: Relembrar.

«O processo de RVCC organiza-se em três eixos de intervenção:

- O Reconhecimento, que consiste no processo de identificação pessoal de competências previamente adquiridas pelo adulto. Assente na metodologia das histórias de vida, este processo, de alguma complexidade, exige o acompanhamento por parte dos profissionais do Centro, que ajudam, cada adulto a descobrir o que aprendeu em todos os tempos e situações de vida. A reconstrução do percurso pessoal e profissional possibilita a descrição e nomeação de saberes adquiridos, de modo a haver uma apropriação consciente e reconhecimento pessoal das competências mobilizadas na acção quotidiana. Através desta abordagem biográfica cada adulto toma consciência que nas múltiplas tarefas desempenhadas e responsabilidades assumidas, realizou aprendizagens, mobilizou saberes e recursos, produzindo competências. Este processo é, igualmente, consubstanciado num conjunto de actividades que permitem ao adulto fazer o seu balanço de competências, construindo um dossier pessoal que contém todas as evidências documentadas das competências de que o adulto é portador.

- A Validação, que se consubstancia num conjunto de actividades que visam apoiar o adulto no processo de avaliação das suas competências, relativamente às quatro àreas de competência-chave e aos níveis de certificação escolar, de acordo com o definido no Referencial atrás referido. Este processo culmina com a actuação do júri de validação que analisa e avalia o dossier pessoal do adulto, recorrendo sempre que necessário ao pedido de demonstração de competências menos bem documentadas.

- A Certificação, que confirma as competências adquiridas, reconhecidas e validadas com a emissão oficial de uma carteira Pessoal de Competências e do Certificado obtido.»
Fonte: aqui.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Duas actividades: Boas-Práticas

Tenho acompanhado algumas actividades organizadas por vários Centros Novas Oportunidades e escolas no âmbito do Processo de RVCC e Cursos EFA. Deixo dois desses momentos/actividades que podem tornar-se ideias a implementar noutros momentos e noutras entidades...
Clique aqui para saber mais.

«Os Formandos do curso EFA, turma C, têm a honra de convidar V/ Exa. a participar no convívio multicultural que se realizará no dia 28 de Maio de 2009, pelas 19h30m, na Escola Secundária com 3º Ciclo de Pombal

E, o Centro Novas Oportunidades do Agrupamento de Escolas de Maceira organiza, com especialistas, uma explicação/informação/formação para as diferentes áreas do Referencial de Competências-Chave para o RVCC de Nível Secundário. Aqui fica o programa.
Apresentao Referencial Apresentao Referencial jo_eca@hotmail.com

terça-feira, 12 de maio de 2009

O processo RVCC: Individual

Queria partilhar neste espaço uma ideia que me tem acompanhado e que resultou recentemente de um alerta que me foi lançado. A comparação do trabalho entre centros, modelos de intervenção e metodologias, percursos e recursos é uma realidade que emerge, muitas vezes, da implementação de um processo que, pela sua (ainda) necessidade de reconhecimento leva, muitas vezes, a uma reflexão que se centra nas vivências pessoais, mais do que, na lógica institucional ou transversal. Assim, muitas vezes, fora de um contexto que nos é desconhecido, tendemos a tecer considerações ou observações sobre um percurso, um recurso ou um trabalho sem podermos analisar a fundamentação da sua realização naquela forma. Isto passa-se muitas vezes entre os adultos que, por considerarem que, ao consultarem um Portefólio de outra pessoa que se encontra em processo, quer no próprio centro quer em centros diferentes, tende a fazer uma comparação imediata entre processos (no que diz respeito à duas organização, exigência e/ou qualidade). No entanto há dois alertas que urge fazer:

1. Uma das características do processo de RVCC passa pela sua individualidade/personalização o que torna incomparáveis cada um dos percursos, estratégias, solicitações e resultados finais de cada um dos adultos. Se juntarmos a esta característica o factor de adequação/flexibilidade que os referenciais permitem temos essa realidade que é necessário transferir para os adultos, no que diz respeito, aquilo que se pode resumir na velha máxima de “cada caso é um caso”.
2. Que um processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências que assenta numa metodologia de História de Vida resulta sempre numa diversidade entre casos em processo e não numa uniformidade.

Sinto que, no que diz respeito aos Centros Novas Oportunidades e à comparação do trabalho entre si esta questão está a ser superada pela estratégia de criação de redes de cooperação. Uma das mais-valias que tenho encontrado nos Centros é a sua abertura à partilha de experiências quando promovidas numa ambiente de rede de trabalho. Acompanho actualmente duas redes criadas, a Rede MAPA e a Rede TEIA e o que começou tenuemente com uma simples reunião entre centros é hoje um local de visita e troca de ideias, recursos e soluções. Para as equipas dos Centros Novas Oportunidades é cada vez mais claro que diferentes contextos levam a diferentes soluções e como tal a comparação desaparece dando lugar à cooperação para resolução de situações em contexto próximos e identificados. 
Quando estas realidades não existem, por um motivo ou outro, cabe aos Avaliadores Externos, Directores e outros diversos actores promover uma estratégia de harmonização entre actuações de forma a conseguir essa mesma cooperação. Deixamos dois pontos de partida que, pela experiência vivida por mim, podem ser pontos fundamentais para o reconhecimento do trabalho entre Centros Novas Oportunidades:

1. O convite para a participação/assistência de sessões de júri entre centros na mesma área geográfica ou em outras com o objectivo de partilha de práticas e abertura de uma ponte de diálogo. Muitas vezes o primeiro passo pode/deve ser dado pelo Avaliador Externo.

2. O convite para reuniões conjuntas moderadas por uma entidade comunitária ou por uma personalidade de interesse. Estas sessões, com um reduzido número de participantes (geralmente os elementos das equipas de dois ou três centros) funcionam como mobilizadores de uma primeira abertura no conhecimento entre equipas e no reconhecimento dos modelos de trabalho.

Pensamos que, como já referimos anteriormente, a construção do reconhecimento social do processo de RVCC passa muitas vezes pela identificação de pontos fracos ou a desenvolver e não pela ocultação dos mesmos. Para responder à melhoria desejada e sempre contínua consideramos ter deixado, neste texto, algumas ideias e uma ou outra reflexão que podem ser pontes de ligação entre os problemas e as soluções, todos eles resolvidos por via de um processo de colaboração e cooperação entre pessoas.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

O Balanço de Competências.

«O balanço de competências “é uma prática de avaliação que se situa num momento que lhe é especificamente dedicado, mais ou menos longo, organizado numa ou várias sequências, durante o qual uma pessoa se encontra inserida em um procedimento assistido e guiado de auto avaliação. O balanço de competências, portanto, centra-se na pessoa: pressupõe uma tomada de consciência e uma reapropriação pessoal das suas aquisições e implica, na fase de análise, um olhar sobre o passado longínquo ou próximo, na perspectiva de abrir vias para o futuro” (Bayard, 1993).

Como quer que seja, a referência à avaliação, incontornável, faz com que investigadores como Guy Le Boterf (1999a), atribuam aos balanços características como as seguintes: (a) registar os saberes-recurso ou as competências adquiridas pelas pessoas (significando o termo “registo” que o balanço não constitui ele mesmo uma prova de avaliação, mas que consigna os resultados da apreciação efectuada anteriormente), (b) mostrar as provas produzidas para que haja reconhecimento e validação das competências (significando a fórmula “para que haja” que o balanço não constitui enquanto tal um dispositivo de reconhecimento e validação e referindo-se as “provas”, produzidas na ocasião da observação, seja em situações reais de trabalho seja em situações simuladas, a critérios de utilidade, de eficácia, de conformidade ou de juízo acerca do cumprimento das regras de uma profissão), (c) apoiar-se sobre a apreciação de instâncias legitimadas e pertinentes de reconhecimento e de avaliação (que não são as do dispositivo de balanço de competências), (d) ter em conta não somente a aquisição de saberes-recurso e de competências, mas a evolução da profissionalidade no seu conjunto (trata-se de uma apreciação global não sobre as competências, mas sobre a competência do profissional), (e) fazer o ponto sobre os modos de aprender dos sujeitos, (f) realizar-se segundo as periodicidades apropriadas ao conteúdo dos balanços, (g) estruturar a imagem de si do sujeito, nomeadamente enquanto trabalhador e (h) combinar uma abordagem retrospectiva e uma abordagem prospectiva do desenvolvimento pessoal e profissional. Os balanços de competências, em suma, devem permitir traçar as histórias dos sujeitos e não somente fornecer uma informação pontual: o desenvolvimento das competências e da profissionalidade é um processo cumulativo; podem dar lugar à elaboração de uma carteira (de competências), propriedade dos sujeitos, e constituir a memória da sua evolução profissional e das suas competências.»
Fonte: aqui.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Onde está o Processo RVCC?

Uma das questões que tenho abordado com as várias equipas de Centros Novas Oportunidades que acompanho tem sido a questão do papel da metodologia de RVC que ainda se mantém, principalmente ao nível da qualificação para certificação do Nível Secundário.

Tenho registado que, com a criação de um conjunto de instrumentos de apoio (quer instrumentos de mediação, quer instrumento de apoio à formação complementar) e uma certa confusão entre a construção de uma abordagem autobiográfica e o registo da(s) História(s) de Vida, os princípios metodológicos do processo de Reconhecimento de Competências (RVC) estão a perder-se. Uma das principais peças em “esquecimento” é o Balanço de Competências. Cada vez mais consulto portefólios concebidos em função do Referencial de Competências-Chave e menos nas competências demonstradas pelos adultos sem ter como base de trabalho esse mesmo instrumento.

Tenho referido publicamente que é necessário e urgente fazer uma pausa para pensar. Pensar se a metodologia de RVC ainda faz sentido tal como se encontra definida nos seus princípios orientadores fundamentais ou se devemos, de facto, (re)criar uma nova metodologia com base num contexto nacional que faz associar a esta metodologia um conjunto novo de estratégias de apoio/formação aos adultos que integram hoje os Centros Novas Oportunidades. Fica levantada a questão que, considero neste momento, fundamental discutir.

sábado, 18 de abril de 2009

O Desafio de fazer o Processo de RVCC Secundário

Eis que vou iniciar um desafio que espero que venha a ser importante e interessante para todos. Enviei um pedido de autorização e um desafio à ANQ e a um Centro Novas Oportunidades para me aceitar como adulto que irá passar por todas as etapas que uma qualquer pessoa que deseje concluir o Ensino Secundário terá que passar até concluir o processo de RVCC. Do Diagnóstico à criação de um Portefólio, até à sessão de júri, desejo seguir todos esses passos. Durante o tempo em que estiver em processo irei publicar, diária ou semanalmente, neste blog, os sentimentos, dúvidas, perspectivas e actividades de um adulto em processo de RVCC. Esta experiência terá em conta várias adaptações naturais pelo facto da minha condição pessoal e profissional e função que tenho desenvolvido como Avaliador Externo. No entanto, espero que este “estudo de caso” do lado do adulto, sirva para todos (da tutela aos profissionais e a todos os adultos que frequentam o processo) possam reflectir de forma sustentada e prospectiva sobre a forma como está a ser implementado o processo e como, para cada um dos adultos que frequentam esta via de qualificação, conseguem e se integram neste processo. Estou apenas à espera das respostas das autorizações e decisões para iniciar o meu processo … em breve darei as primeiras notícias…

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Alertas e dúvidas...

Este texto é uma chamada de atenção e um alerta. Nos últimos tempos tenho, de forma directa ou indirecta, consultado alguns portefólios, quer do nível Básico, quer do nível Secundário no âmbito das minhas funções como Avaliador Externo. Quer por via de transferências entre centros e consulta dos dossiês neste contexto, quer por consulta a pedido de um ou outro adulto para comparação entre o nível de exigência de diferentes centros, consultei exemplos de trabalho realizado cuja qualidade é muito baixa. O uso exclusivo dos instrumentos de mediação, sem inovação, sem adaptação e o trabalho de formação complementar pensada exclusivamente num modelos escolar, para o nível Básico e a certificação/creditação de competências por evidência de conhecimentos, muitas vezes transcritos de pesquisas realizadas sem enquadramento levam-me a deixar três linhas de reflexão profundas e como alertas sérios:

a) A construção de um dossier pessoal/portefólio para um processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências não deve assentar no princípio de “armazenamento” de documentos ou registos. Deve existir uma lógica organizativa, centrada nas histórias de vida retiradas de uma narrativa auto-reflexiva do percurso de vida do adulto. E os instrumentos de mediação não são “fichas de trabalho” para “preenchimento”. São estratégias e metodologias de trabalho a implementar com o adulto e para reflexão do mesmo com a equipa.

b) A desvalorização da exigência a colocar num processo de RVCC (exigência vista como rigor e não como dificuldade) não deve ser estratégia para promoção de um Centro Novas Oportunidades. Muitas vezes digo que os adultos devem ter orgulho no Portefólio que constroem e devem ter esse orgulho não só a nível pessoal como (podendo como o fazem) a nível da comunidade de relações pessoais, profissionais e sociais.

c) As competências, principalmente ao nível de um reconhecimento de competências para o processo RVC de nível Secundário não se podem centrar em “enxertias” de pesquisas feitas na internet ou por outros meios. Não podem ser realizadas propostas de validação centradas na demonstração de conhecimento que, muitas vezes, nem sequer existem verdadeiramente. As consultas e explorações com apoio podem e devem existir por via de várias formas de trabalho orientado pela equipa, no entanto, do que estamos a falar é de competências. Não podemos esquecer isso sob pena de deixar cair a essência do processo de RVC.

Ficam estas reflexões de quem está atento e observa com preocupação estas realidades que deviam ser monitorizadas.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Modelo Relatório Final: RVCC de Nível Básico

A equipa do Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária de São Pedro do Sul adaptou e utiliza um modelo (tendo por base um documento elaborado pela equipa do Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré) de relatório final para o processo de RVCC - Nível Básico - que considero muito útil partilhar neste espaço pois, um dos mais relevantes aspectos na documentação relativa a este tipo de processos é a forma como a informação é organizada e a forma como pode ser um elemento determinante na comunicação entre equipas (RVCC/EFA).

domingo, 5 de abril de 2009

Três pontos de reflexão: RVCC e CNO.

Ao longo dos últimos 3 meses, os primeiros deste ano, tenho observado algumas situações relativamente aos Centros Novas Oportunidades e ao trabalho realizado no âmbito do processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências que me levantam questões. Deixo aqui três dessas questões.

a) Uma das questões que emerge dos três primeiros meses deste ano está relacionada com a estabilidade das equipas nos Centros Novas Oportunidades integrados em escolas públicas. Com a proximidade do fim do ano lectivo a incerteza da continuação nas actuais funções e para alguns a certeza de cessação dessas mesmas funções deixa um problema grave à estabilidade do trabalho realizado. Por um lado existe a necessidade de consolidar o trabalho realizado até ao momento, por outro, na necessidade de implementar metodologias de transferência de conhecimentos e práticas que foram construídas ao longo do tempo. Penso que urge, às entidades tutelares responsáveis, ponderar modelos de futuro para a particular realidade destes elementos das equipas no que diz respeito à contratação, assim como, às equipas nesta fase, para a construção de um modelo de partilha e consolidação dos métodos de trabalho de forma a transformar esses conhecimentos, recursos e práticas em estratégias transferíveis para outros elementos ou novas integrações de elementos nas equipas.

b) A questão das metas tem sido transversal a toda a implementação do processo de RVC e da estruturação da Iniciativa Novas Oportunidades – vertente Adultos. No entanto, se queremos efectivamente regular o processo por via de metas relativas à qualificação devemos alargar os campos de análise e procurar enquadrar essas metas na realidade regionais, assim como, nos diferentes percursos de qualificação (RVCC, EFA, Modulares) disponíveis em cada Centro Novas Oportunidades. Por muito que o discurso caminhe para a orientação dos adultos para vias de qualificação alternativas ao processo de RVC, a verdade é que a existência de metas focadas neste processo e nesta via limita efectivamente esse caminho de diversidade. Por outro lado, quer a aposta na publicidade, como na forma como a mensagem se transmite publicamente tem sido dirigida para o que os adultos (publico-alvo desta iniciativa) chamam do “Curso das Novas Oportunidades”, ou seja, o processo de RVCC. A aposta na Educação e Formação de Adultos deve ser tão mais eficaz quanto mais ricos são os percursos diferenciados para o fazer.

c) Existe ainda uma ténue aposta nas redes entre Centros Novas Oportunidades. Aqui reside muito do problema quando se fala no reconhecimento social do processo de RVC ou da Iniciativa Novas Oportunidades – vertente Adultos. A resposta individual dos centros resulta muitas vezes numa estratégia isolada, incapaz de dar uma reposta efectiva à procura de qualificação ( e não só) de muitos adultos. Tenho, por experiência própria observada no terreno, que é muito mais fácil atingir números com qualidade e reconhecimento social pelos adultos e comunidades locais, quando o trabalho é feito em redes de cooperação e não isoladamente. Por isso, deixo uma apresentação que pode ajudar os Centros Novas Oportunidades na criação de redes de trabalho colaborativo essenciais para a qualidade e valorização do processo de RVC.