No dia 10 de julho
de 2017 decorreu, no Auditório da Biblioteca Municipal de Pombal, o Seminário Rede de Bibliotecas de Pombal
subordinado ao tema “Desafios e Mudanças
nas Bibliotecas: perspetivas de desafios”.
Durante a tarde, os
temas das Mesas gravitaram em torno das seguintes ideias-chave:
1) O que falta às
bibliotecas para serem o melhor lugar?
2) Desafios e
mudanças nas bibliotecas
3) Autonomia nas
bibliotecas escolares
4) Que práticas nas
bibliotecas perspetivam o futuro?
De facto, as
Bibliotecas (não apenas escolares, mas também municipais e as de instituições
de ensino superior) assumem-se hoje como estruturas formativas de aprendizagem
e de construção do conhecimento, assente em novas abordagens pedagógicas,
baseadas na pesquisa e no processamento da informação e no uso intensivo dos
novos recursos e media digitais.
O evento
proporcionou aos presentes o privilégio de contar com o contributo de um
versátil painel de especialistas que inegavelmente os colocou a refletir sobre
o papel, a missão e "boas práticas" das bibliotecas enquanto espaços
educadores e construtores de Saber(es) e de conhecimento(s).
De entre as muitas (e
relevantes) ideias partilhadas, é de sublinhar a intervenção de Pedro Príncipe,
que atualmente exerce funções nos serviços de documentação da Universidade do
Minho como Gestor de projetos Open Access e integra o Conselho Diretivo
Nacional da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e
Documentalistas. Este orador, da sua experiência académica e, sobretudo,
profissional, fez emergir o seu enriquecedor contributo focando-o em três
aspetos centrais:
- Mudanças nas bibliotecas;
- Desafios às bibliotecas;
- Ações em Portugal.
Quanto às mudanças
nas bibliotecas, referiu que as mudanças ocorrem:
* no acesso e gestão da informação;
* no acesso e gestão da informação;
* nas tecnologias da
informação e comunicação;
* na intenção social
e nas comunidades;
* nos serviços e
recursos e no ensino-aprendizagem.
Em termos de desafios, destacou os seguintes
(sublinhamos o primeiro por ir diretamente ao encontro dos pressupostos da
Educação Permanente e Formação de Adultos e do paradigma da Aprendizagem ao
Longo da Vida):
- valorizar a expansão dos recursos educativos on line (valorizando a Aprendizagem ao Longo da Vida e promovendo um maior reconhecimento da educação formal, não-formal e informal);
- defender os valores do acesso à informação (pois em tempos de agitação política e económica, as bibliotecas são mais desafiadas a defender a liberdade intelectual e, o livre acesso ao conhecimento e à informação);
- promover o acesso livre à informação e ao conhecimento (uma vez que nas bibliotecas das instituições de ensino superior é possível aceder a bases de dados e repositórios digitais de diversas publicações científicas);
- tornar relevantes os fluxos de informação institucionais (devendo ocupar um lugar de destaque nos processos de gestão da informação e da visibilidade de resultados e permitindo a estudantes e a investigadores aceder a uma diversidade de publicações científicas);
- reforçar as competências profissionais (apostando em desenvolver comunidades de prática e um esforço de diálogo e de convergência profissional);
- criar makerspaces (disponibilizando, por exemplo, impressoras 3D, sendo esta uma prática em funcionamento na Universidade do Minho).
Por fim, em relação às ações em Portugal, foi
destacada:
- a importância de “fazer mais com menos” (como sempre tem sido, em plena época de contenção e, simultaneamente, exigência, mostrando o valor da ação);
- a ampliação do campo de ação e a captação de novos públicos (mas… estarão as bibliotecas excessivamente focadas na animação e leitura? Dever-se-á apostar menos na coleção e mais na comunidade e melhor na gestão de informação?);
- a recuperação da memória e do património local e regional (criando suportes sólidos que congreguem esse material e legado);
- o papel das bibliotecas como agentes facilitadores da Ciência Aberta (dada a relevância na política nacional, transformando as bibliotecas em pequenos laboratórios de ciência).
É assim que,
enquanto espaços educadores, também as bibliotecas (escolares, municipais e de
instituições de ensino superior) se enquadram nos princípios da Cidade
Educadora, constituindo-se como verdadeiros palcos vivos de experiências em
ebulição.
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