Entrada para o Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra
O Auditório da Reitoria da
Universidade de Coimbra foi o local eleito para a realização da 1.ª edição do
ciclo de conferências Edutalks, promovido pelo EDULOG, think tank da Educação
da Fundação Belmiro de Azevedo.
A partir do estudo “Que perceções
têm os portugueses sobre o valor da educação?”, dedicou-se a tarde à análise e
à discussão, em maior detalhe, sobre as principais conclusões deste retrato da
sociedade portuguesa e do valor que esta atribui à Educação.
Intervenção de Orlanda Tavares
A sessão iniciou com a
intervenção de Orlanda Tavares (investigadora
no Centro de Investigação de Políticas de Ensino Superior e Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior), que contextualizou o estudo, apresentando os seus
objetivos, método e caracterização da amostra.
O foco da sua apresentação incidiu nas principais conclusões do
estudo, tendo o “valor da educação” sido analisado em função de quatro
variáveis: sexo, nível de escolaridade, idade e região. As principais
conclusões apontaram para o seguinte:
Variações por sexo
- As aspirações educativas são mais altas nas mulheres do que nos homens;
- A intenção de continuar os estudos é mais alta nos homens;
- As mulheres referem como obstáculos a falta de tempo e disponibilidade por razões familiares;
- Os homens referem como obstáculos a falta de tempo e a disponibilidade por razões profissionais.
Variações por nível de escolaridade
- O nível de aspiração é baixo (p. ex.: detentores do nível B1, aspiram atingir o nível B2; detentores do nível B2, aspiram o B3);
- A escola é mais desvalorizada pelas famílias com menor nível de escolaridade;
- Pessoas menos qualificadas sentem menos vontade de se envolver em formação profissional.
Variações por idade
- Quanto maior a idade, menor o desejo de ter níveis de escolaridade mais altos;
- Os jovens têm mais aspirações para terem o ensino superior;
- Os jovens mais qualificados são os que frequentam mais as ações de formação profissional.
Variações por região
- O ensino superior é mais ambicionado na região de Lisboa;
- Alentejo, Algarve, Madeira e Açores são as regiões onde menos se valoriza a educação.
Mesa Redonda "Que perceções têm os portugueses sobre o valor da Educação?"
Foi, porém, durante a mesa redonda - moderada por Bárbara Wong
(jornalista do "Público") e Pedro Sousa Tavares (jornalista do
"Diário de Notícias") e que contou com a presença de Cristina Rocha e
João Caramelo (docentes na FPCEUP) e Orlanda Tavares – que se tocou no tema da
Educação e Formação de Adultos. Os jornalistas recordaram o “Programa Novas
Oportunidades” e lançaram a questão à mesa: até que ponto estes planos fazem
falta e como podem contribuir para melhorar a Educação?
As respostas não surpreenderam e reforçaram aquilo que nós –
profissionais de EFA, que tateámos a realidade, que vivemos nos e dos contextos
e lidámos com centenas de adultos e de histórias de vida – sabemos e sempre
soubemos: a Educação e Formação de Adultos é importante para a promoção e
fruição da cultura, mas é também o campo, em matéria de Educação, que mais tem
oscilado em função das sucessivas reformas governamentais.
Não apenas (mas também) por isso, reunir-nos-emos este sábado,
também em Coimbra, num evento promovido pela ANALCE e que contará com a presença do
Doutor Gonçalo Xufre (Presidente da ANQEP), do Doutor João Costa (Secretário de
Estado da Educação) e de vários especialistas na área.
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