segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Em jeito de balanço

No passado sábado, 08 de dezembro de 2012, na Fundação para os Estudos e Formação Autárquica decorreram as II Jornadas dos Profissionais de Ciências da Educação / IV Encontro Nacional de Licenciados emCiências da Educação. O segundo painel concentrou a atenção na Educação e Formação de Adultos em Portugal. Na presença de especialistas na área, abordaram-se questões tão sensíveis como pertinentes numa altura em que urge construir um quadro sólido neste domínio de atuação.
 
II Jornadas dos Profissionais de CE/ IV ENALCE (Fundação CEFA, 08/12/2012)
 
De um lado da mesa, Sérgio Rodrigues, presidente da ANPEFA, fez referência às limitações financeiras que condicionam as práticas dos (ainda e atuais) Centros Novas Oportunidades, que acolhem grande parte da oferta educativa e formativa destinada a adultos – uma verdadeira “porta de entrada” como a ANQ, no seu tempo, postulou.
 
Do outro lado da mesa – separados pelo moderador, mas em uníssono no reconhecimento que algo (necessita e) tem de mudar – o Professor Luís Alcoforado salientou que é preciso estabilizar as políticas de educação e formação de adultos, dado que até ao momento apenas existiram “contratos-programa” que nunca configuraram verdadeiramente o que se deseja ser uma política estável. Justificou, ainda, porque considera que as políticas devem seguir uma lógica bottom-up, partindo do território, da vontade de mudança por parte da sociedade civil, das experiências locais e das comunidades: o desenvolvimento económico não parte apenas da educação e da qualificação, mas sim da (consciência de) mudança das pessoas.
 
Tal como um edifício assenta numa construção bem implantada e pedra a pedra assume a sua identidade e reconhecimento, também a Educação e Formação de Adultos – enquanto objeto e objetivo das agendas políticas centrais – deveria solidificar as suas bases nestes princípios.
 
 
 
Foi ainda defendido no Encontro que:
  • Cada vez mais a política não é uma ação do Estado central, mas dos atores locais
  • Cada vez mais as políticas tendem a basear-se no conhecimento especializado
  • Cada vez mais os especialistas são atores locais que através dos seus conhecimentos legitimam a ação.
Mas… será que o Povo tem capacidade para uma real emancipação e é, efetivamente “quem mais ordena”?
 
Com o remate de cada dezembro, almejam-se mudanças e novos desígnios. O brinde no auge das doze badaladas aliado ao lema “Ano Novo, Vida Nova” anuncia essa vontade, como o renascer da Fénix. Há uma sensação de recomeço (num contínuo) aliada ao desejo de mudança, de melhoria e de crescimento. Sinónimo de mais um degrau que se subiu na escadaria monumental da existência. Acreditemos que sim… and “always look on the bright side of life”!
 


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