Um ponto inicial: Tenho que destacar a extraordinária capacidade de transformação dos paradigmas e dos métodos de trabalho que as equipas de formadores, profissionais e coordenadores fizeram. A maioria das equipas é constituída por professores e outros agentes ligados à educação que foram “formados” para um modelo completamente diferente de “ensino-aprendizagem”. Esta capacidade de transformação foi evidente e é hoje uma realidade no uso da terminologia a associada ao processo de RVCC que é dominado por muitos e reforçado por outros.
A questão: Hoje o conceito de “processo” passou a “curso”. E hoje, o conceito de “RVCC” passou a “Novas Oportunidades”. Hoje, os adultos terminam “O curso das Novas Oportunidades”. Tenho referido publicamente e em vários contexto que esta ideia não é positiva. Nem positiva nem adequada. A verdade é que as “Novas Oportunidades” têm que ser encaradas como uma estratégia e não como uma marca. Hoje, nas escolas, os jovens completam um percurso de um CEF, um Curso Profissional ou qualquer outra via integrada nas “Novas Oportunidades” mas identificam claramente o percurso de qualificação que frequentaram. O mesmo não se passa nos adultos. A diferenciação Processo RVCC/Cursos EFA não se consegue fazer. Se associarmos a esta ideia que estão a ser, lentamente, apagados do processo de RVCC conceitos e metodologias como o auto-reconhecimento de competências, o balanço de competências, a aprendizagem partilhada e outros, ganhamos a noção do afastamento de uma metodologia para entrarmos na urgente definição de uma nova metodologia de trabalho. A verdade é que, muitas vezes, principalmente no processo de RVCC de nível Secundário os adultos “trabalham e deformam” a sua história de vida para atingir créditos em função do referencial de competências-chave… esta é uma prática nascente do “afastamento” de um modelo metodológico inicial.
A proposta: Existem aqui dois caminhos possíveis. Ou as equipas defendem a essência de um processo de reconhecimento de competências assente num balanço de competências e na operacionalização de uma metodologia de base ou redesenham este processo (tomando algumas práticas como base) e reforçam a componente de certificação em função de um perfil que o referencial de competências-chave representa. Em qualquer um dos casos, sendo que no segundo caminho a necessidade de criar documentação/regulamentação/métodos de trabalho são fundamentais, a verdade é que urge retomar o rigor da linguagem e dar a conhecer aos adultos e por inerência à comunidade social, escolar e profissional as diferentes vias e percursos dentro das “Novas Oportunidades”, vertente adultos.
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