Um ponto inicial: Tenho um profundo respeito pelo trabalho, dedicação e profissionalismo que encontro nas equipas dos Centros Novas Oportunidades com que colaboro. Tenho ainda que reconhecer que foi pela capacidade de dedicação e de aprendizagem/reflexão que as equipas hoje conseguem levar a cabo uma trabalho de qualidade com os adultos.
A questão: Trabalhei nos últimos anos com diferentes centros em diferentes entidades. De escolas públicas a entidades privadas. Tenho que referir que um dos pontos em que divergem estas duas realidades passa pela estabilidade das equipas. Estabilidade e número de recursos humanos em função do número de candidatos. É destes dois factores que nasce a minha primeira reflexão. Com o aproximar do final do ano lectivo nas escolas públicas, a potencial alteração nas equipas vai deitar a perder um ano (ou mais) de trabalho de construção de uma equipa, de conhecimento partilhado, de construção de um espírito de intervenção e de uma relação com os adultos. Assisti recentemente numa sessão de júri a uma referência que, no espaço de um ano e pouco, um adulto tinha sido acompanhado por três formadores diferentes na mesma área. A diferença entre uma equipa em constante mutação e uma equipa estável está, principalmente, na consolidação das práticas e da capacidade de interacção e colaboração entre os seus elementos. Por outro lado, fala-se no alargamento da rede de Centros Novas Oportunidades e não tanto no reforço das equipas, principalmente ao nível dos profissionais de RVCC. Este número, em alguns centros, se reforçado, daria uma muito mais célere resposta aos candidatos.
As propostas: Se a mudança nas equipas das escolas públicas é inevitável pelo modelo de contratação associado ao concurso de professores, podem as equipas preparar o trabalho que as espera em Setembro/Outubro. Para isso devem planear acções de acolhimento e formação internas, promover a implementação de um modelo de gestão do conhecimento e auto-regulação e, sempre que possível, articular a capacidade prospectiva das alterações com o desenrolar do trabalho com os adultos. Considero que mais do que falar (como se está a tentar neste momento) na implementação de um processo de auto-avaliação dos centros, se devia ter pensado e implementado uma estratégia de construção do modelo do CNO como organização aprendente, muito mais útil neste contexto do que a auto-avaliação que podia resultar deste processo de olhar para os centro e das suas necessidades que a avaliação como modelo de regulação. No que concerne ao reforço das equipas, o período de co-financiamento em curso, assim como as orientações para a formação das equipas pode ainda ser pensada, autonomizando realidades e tendo em conta os diferentes factores e contextos.
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