quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A Educação Não-Formal

«A educação não-formal pode ser definida como qualquer tentativa educacional organizada e sistemática que, normalmente, realiza-se fora dos quadros do sistema formal de ensino. É mais difusa, menos hierárquica e menos burocrática. Seus programas de ensino não precisam
necessariamente seguir um sistema sequencial e hierárquico de “progressão” e podem ter duração variável, concedendo ou não certificados de aprendizagem. As categorias de espaço e de tempo não são fixadas a priori, sendo respeitadas as peculiaridades do grupo para a elaboração e para a absorção dos conhecimentos.
O compromisso maior da educação não-formal diz respeito à cidadania, pensada em termos colectivos, donde os conteúdos de ensino podem guardar relações com a transmissão do saber historicamente acumulado pela humanidade, como podem também vincular-se aos interesses e necessidades dos grupos aos quais se destinam. Gohn (2007) considera que a educação não formal se fundamenta na solidariedade e atua sobre aspectos subjectivos do grupo, desenvolvendo laços de pertença e de ajuda na construção da identidade colectiva de seus integrantes, podendo colaborar para o desenvolvimento da sua auto-estima.
Dentre os processos que podem ser desenvolvidos pela educação não formal, a autora destaca:
• a consciência e a organização de como agir em grupos colectivos;
• a construção e a reconstrução de concepção(ões) de mundo e sobre o mundo;
• a contribuição para um sentimento de identidade com uma dada comunidade;
• a formação dos indivíduos para a vida e para as suas adversidades e não somente com sua habilitação para entrar no mundo do trabalho;
• o resgate do sentimento de valorização de si próprio, a rejeição dos preconceitos e a valorização e o respeito às diferenças.»
In: EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL E ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA de Márcia Derbli Schafranski

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