Estamos a chegar a um momento charneira do ano, quer acreditemos quer não: vem aí o solstício de inverno, no próximo dia 21 de dezembro às 16h28. Este momento mágico celebrado desde os confins dos tempos, foi-se adaptando às circunstâncias dos homens, em rituais mais ou menos religiosos, mais ou menos pagãos.
Desde o solstício de verão, os dias têm vindo a diminuir, deixando-nos, agora, com um período noturno mais longo. É o tempo em que o sol parece parar no seu curso, em torno do nosso planeta, numa rota pautada pela soma de todas as ilusões dos sentidos: o que está em cima é igual ao que está em baixo, o que está em baixo é igual ao que está em cima, na lógica hermética do Universo enquanto, na minha lógica, permanece a dúvida que se estende em todas as outras direções: o que está à esquerda e à direita, à frente e atrás, não conta?
Bem, com as limitações que os meus sentidos me impõem, fico confinada a uma visão sincrónica dos acontecimentos, bem longe das dicotomias diacrónicas de quem vê, no decurso da história, muitas explicações. Assim, olho para o mundo e não compreendo por que razão ou razões as diferenças continuam tão difíceis de aceitar. De um lado, o dinheiro, as compras, as prendas, os bolos, as passas, os desejos de paz, de abundância, de calor humano e de amor e do outro nem passas, nem bolos, nem prendas nem compras: a guerra, a fome, a miséria, o frio e o sofrimento.
E se o mundo fosse feito de desejos? Ah! como gostava de ver o mundo mudar e aceitar que não há bandeiras nem nações, apenas humanos, mas sou pequena demais: nem consigo perceber que o planeta respira...
Sou tão pequena que mal consigo discernir o valor do que penso, digo ou faço, mas tenho uma certeza comigo: o que quer que seja que me proponha fazer, deverei procurar fazê-lo com perfeição na intenção e com entusiasmo: os reais segredos do sucesso. "Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura."
E no alvoraçado mundo da superfície terrestre, com o bulício desta época festiva, quem se lembra da existência deste pequeno peixe japonês, artista dos fundos marinhos, impelido pela paixão? O que significa para a História o sucesso deste peixinho? Em que medida terá ele contribuído para a construção de um mundo melhor? O seu modelo de perfeição inspira-nos, a sua contribuição para o equilíbrio das espécies, por mais ínfima que seja, reveste-se de um enquadramento fenomenal.
Sem comentários:
Enviar um comentário