quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

EFA: estás aí?



Com inspiração na nota de imprensa da APEFA, é possível destacar e sublinhar os seguintes pontos.

O Conselho Consultivo de Educação e Formação de Adultos da Associação Portuguesa de Educação e Formação de Adultos (APEFA), integrando personalidades relevantes e distintas da sociedade portuguesa, da academia e da Igreja, tomou posse nesta data, reunindo-se pela primeira vez para refletir sobre a atual situação do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal e para definir linhas orientadoras para a futura intervenção nesta área.

A partir de um conjunto de ideias-chave é possível sintetizar a apreciação que os conselheiros fizeram do estado atual…

…do campo da EFA em Portugal:
  • Contaminação ideológica e política;
  • Estreitamento do conceito e do campo de intervenção;
  • Desinvestimento político, técnico e financeiro;
  • Fragmentação institucional;
  • Descredibilização das iniciativas neste campo;
  • Desconfiança e quebras acentuadas na inscrição e na participação dos adultos;
  • Desmobilização dos potenciais públicos-alvo;
  • Perda de sentido e esvaziamento de um campo. 

…da investigação na EFA:
A este campo, em geral, pouca importância política e social tem sido atribuída, refletindo-se, por um lado, nos recursos afetados, e por outro, no pouco interesse que este campo desperta na investigação científica e na intervenção social, sendo muito relevante o desequilíbrio do número de estudos sobre a educação de adultos quando comparado com outras áreas.


…da relação da EFA com o sistema educativo:
"As intermitências, a sinuosidade, os momentos de desinvestimento e esvaziamento só são possíveis porque, na verdade, a educação e formação de adultos nunca foi realmente e sistematicamente considerada como uma dimensão integrante do sistema educativo, mas antes, foi sempre encarada como uma parte que se pode ligar ou dele separar, um elemento que se pode articular com outras ações, conforme as circunstâncias, as conveniências, as convicções ideológicas e políticas.


…das ambições e do que se deve almejar:
  • Educação como um direito de todos (um direito sem rugas) e ao longo da vida;
  • Educação e Formação de Adultos concebida como um desafio social alargado, com obrigatória responsabilização política dos vários atores;
  • Uma educação com uma forte componente solidária e intercultural que leve em consideração os novos movimentos migratórios e as alterações demográficas, que facilite a estruturação de novas redes de relações sociais de cooperação e voluntariado, que permita a aquisição de saberes e competências de cidadania, democracia e participação, capazes de gerar mais confiança nos sistemas políticos e outros.

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