quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Para reflectir...

"A experiência, as experiências de vida de um indivíduo são formadoras na medida em que, a priori ou a posteriori, é possível explicitar o que foi aprendido (iniciar, integrar, subordinar), em termos de capacidade, de saber-fazer, de saber pensar e de saber situar-se. O ponto de referência dos adquiridos experienciais redimensiona o lugar e a importância dos percursos educativos certificados na formação do aprendente, ao valorizar um conjunto de actividades, de situações, de relações, de acontecimentos como contextos formadores. Assim, os tradicionais curriculum vitae, que pretendiam fornecer indicações úteis para a determinaão dos percursos, dos contextos e dos níveis de formação, revelaram-se de uma extrema pobreza.
O reconhecimento destas aquisições experienciais pela pessoa, em situação de balanço ou em formação, e pelas instituições ou organismos de formação, é, desde há alguns anos, um campo de práticas novas em que se jogam, simultaneamente, o valor das competências quando se está à procura de um emprego, a questão das equivalências que podem economizar tempo de formação, a determinação dos conhecimentos, das capacidades, das competências quando se procura indiviudalizar a formação, a explicação da bagagem intelectual e das representações quando se procura adaptar o ensino aos aprendentes.
Em formação de adultos, este reconhecimento das aquisições experienciais abre a porta a uma concepção renovada dos dispositivos de formação, das situações educativas e das modalidades de aprendizagem. A tarefa é, no entanto, considerável na medida em que, para efectuar este reconhecimento, as metodologias são ainda balbuciantes, não estandardizadas (se é que elas o podem vir a ser) e que os contextos, nos quais um acontecimento se pode efectuar, são extremamente heterogéneos."

Marie-Christine Josso, in "Experiências de Vida e Formação"

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