As alterações que um movimento de Educação e Formação de Adultos, como a Iniciativa Novas Oportunidades vem trazer em vários contextos não podia ser previsto. A capacidade de pensar o que se altera na vida de cada uma das pessoas que completa uma via de qualificação e o impacto que esta tem na rede de relações pessoais e profissionais que são estabelecidas nunca é previsível. No entanto, urge que, entre as instituições públicas essa mesma articulação aconteça…
Estive presente numa sessão de monitorização e acompanhamento, promovida pela Direcção Regional de Educação do Centro, na Escola Superior de Educação de Leiria (IPL), por convite, para fazer uma pequena apresentação sobre a visão de um Avaliador Externo no âmbito da implementação da Iniciativa Novas Oportunidades, vertente adultos. Vários Centros Novas Oportunidades estiveram presentes e foi uma manhã muito interessante. Quer do ponto de vista das apresentações realizadas, destacando a visão de dois centros (IPL e Escola Secundária de Pombal) um recentemente criado e outro com alguns anos de implementação. Estes momentos de troca de experiências são fundamentais para a articulação entre práticas e equipas.
Estive também presente numa sessão de júri no Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré. Tenho que destacar o trabalho desenvolvido por este centro no apoio e orientação pós processo que é trabalhado com cada um dos adultos com vista à sua qualificação, principalmente no que toca aos adultos em processo de nível básico. Tenho ainda que destacar a capacidade de gestão da informação sobre o percurso dos adultos após concluírem uma via de qualificação que permite uma monitorização efectiva da continuação (ou não) de percursos de formação ou qualificação pelos adultos. Esta é uma mais-valia fundamental para a valorização do processo servindo como exemplo e motivação para a aprendizagem ao longo da vida.
Por organização da Rede MAPA, estive na Escola Secundária da Mealhada, cujo Centro Novas Oportunidades, acolheu a segunda reunião presencial dos Centros que integram esta rede. Foram duas horas e meia de reflexão conjunto com vista à resolução de um problema fundamental e basilar que passa pela alfabetização e certificação de nível B1 de um total de cerca de 160 pessoas que, no seu contexto pessoal, não possuem os conhecimentos básicos de leitura e escrita. Com a presença da Dra. Cristina Milagre, em representação da Agência Nacional para a Qualificação, foi possível iniciar uma abordagem ao problema, assim como, as bases para a solução do mesmo.
Passei pela mostra de “Competências em Acção” que o Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária Fernando Namora, em Condeixa, está a organizar. Sendo que o fiz perto das 21.00 horas, o que encontrei foi uma escola com vida. Quer a equipa, quer os adultos enchiam o hall de entrada da escola, estando presentes 4 adultos que demonstravam as suas competências e talentos, desde a pintura aos arranjos de flores. Tenho que dar os parabéns pela ideia e pela qualidade do trabalho realizado que promove uma efectiva demonstração e reconhecimento social que é fundamental para este processo.
Por último, estive numa sessão de júri, promovida pelo Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária Marques Castilho, em Águeda. Este júri teve lugar numa instituição, a Liga dos Amigos de Aguada de Cima. Por um lado tenho que destacar a excelência do trabalho realizado pela equipa do centro que pela dedicação, profissionalismo e mérito conseguiram promover um processo de reconhecimento de competências integrado com a promoção de uma efectiva consciencialização da importância da aprendizagem ao longo da vida. Por outro lado quero destacar e ressalvar uma imagem que registei. Uma das adultas tinha cerca de 30 anos de trabalho nesta instituição que acolhe idosos, crianças e promove um apoio social directo. Nesses 30 anos nunca a “Escola” tinha ido ao seu local de trabalho potenciando a conclusão de um percurso de qualificação escolar. Como ela, várias e vários trabalhadores desta organização terminaram nesse dia a equivalência ao nível básico. Vale a pena pensar nesta mais-valia de flexibilidade do processo que é, sem dúvida, uma das suas vertentes mais fortes. A possibilidade de adaptação e integração em contexto geográfico e profissional.
Por último, e como sempre, os meus sinceros parabéns aos adultos que terminaram o processo de RVCC nestes dias e que esta etapa seja agora seguida de muitas outras que tenham como objectivo uma aprendizagem contínua e continuada ao longo da vida.
2 comentários:
Podemos perdir-lhe para partihar a sua apresentação?
Cara Cristina,
Claro que sim.
Fica disponível aqui: http://www.slideshare.net/JDLIMA/drec-monit09
Já agora, parabéns pela apresentação que o vosso CNO fez neste encontro. Excelente!
Até breve,
JL
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