«A aprendizagem é, tanto do ponto de vista antropológico, como pedagógico e social uma condição/obrigação da existência (Dubar, 2000; Charlot, 2002) e uma questão de mobilização e de sentido na aproximação do sujeito ao saber que supõe uma aproximação ao mundo (Charlot, 2002). Trata-se de uma aproximação ao saber em que a subjectividade e o envolvimento do sujeito em actividades significativas é fundamental (Dubar, 2000; Charlot, 2002). Como salienta Dubar (2000: 184), “os saberes incorporados progressivamente pelo ser humano em devir são antes saberes de acção experimentados numa prática significante, quer dizer ligada a um envolvimento pessoal”, o que se aplica tanto às actividades intelectuais como manuais.
É uma aprendizagem que o sujeito constrói no significado da aproximação ao mundo, aos outros e a si próprio (Charlot, 2002), numa temporalidade fundamento do ser-se no mundo que inclui interacções e acontecimentos, numa relação de formação no/com o mundo (Heidegger, 1964; Honoré, 1990). Neste sentido, para Honoré (1990: 202) – sustentando a formação numa perspectiva fenomenológica – a formação é consubstanciadora da existência, “o homem existe em formação de forma indizível por ele próprio. [...] Ele é [existe] numa relação de formação no mundo”. O autor considera a formação uma exigência fundamental da existência, exigência ou condição que lhe permite abrir pistas identificando um conjunto de elementos de compreensão/orientação do existir em formação. Segundo Honoré (1990: 205-215), existir em formação é:
1) estar numa relação de formação no mundo;
2) instalar e organizar um mundo;
3) existir em interformação;
4) dever formar-se ao longo de uma vida5;
5) existir num elan espiritual de alteridade;
6) estar presente em permanência;
7) existir no caminho de uma obra.»
Fonte: aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário