A Literacia dos Adultos: Competências-Chave na Sociedade do Conhecimento, de Patrícia Ávila
«No plano das representações, avançam-se alguns dados preocupantes. A maior parte dos inquiridos não equaciona as suas competências como um limite às possibilidades de progressão na carreira, e, para além disso, cerca de 70% dos portugueses localizados no nível mais baixo de literacia, afirmam estar satisfeitos com as suas capacidades de leitura e escrita. Assim, reporta-se uma fraca consciencialização da população portuguesa face aos seus baixos níveis de literacia (realidade por si só desanimadora), que se associa a fracas disposições para a aquisição de novas competências.
Uma medida que visa colmatar este défice de competências passa pela formação e educação da população adulta. No contexto nacional essa modalidade de ensino tem uma expressão muito reduzida, e a que existe tende a reproduzir as disparidades aqui encontradas. Entre os adultos que frequentam este tipo de iniciativas, não são os menos escolarizados, ou posicionados nos níveis de literacias mais baixos, que predominam.
Na tentativa de explicar o perfil nacional encontrado, na maioria desprovido competências de literacia satisfatórias, avançam-se algumas pistas que extravasam aquelas que a sociologia tradicionalmente mobiliza:
“Meios familiares de origem extremamente carenciados de habilitações literárias, insuficiente expansão do sistema de ensino, modos de vida quotidiana pobres em práticas de literacia e tecido económico e profissional muito pouco qualificado e mesmo desqualificante quanto a competências de leitura, escrita e cálculo, são alguns dos factores que convergem na produção dos fracos níveis de literacia encontrados entre a população adulta portuguesa” (p. 232).»
Fonte: Aqui.
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