Um ponto inicial: O contexto nacional e o contexto educacional dos últimos 40/50 anos em Portugal resultam numa análise que (feita pela realidade de ouvir milhares de adultos falarem das suas histórias de vida e nestas no afastamento da escola e de outras formas de aprendizagem mais ou menos consolidada) representa uma necessidade de efectiva aprendizagem. Do domínio da Língua Materna às Tecnologias da Informação e Comunicação a necessidade (e mais, o desejo) dos adultos (re)adquirirem alguns conhecimentos fundamentais é evidente.
A questão: Do diagnóstico à intervenção dos profissionais RVCC, passando pelos formadores e Avaliadores Externos, o discurso inicial de que “O processo de RVCC não é para aprender é para reconhecer competências”, resulta num discurso que se transforma na visão dos adultos em algo como: “só tive pena de não ter tido mais aulas de TIC ou de Português…” ou em algo como “o que gostei mais foi das aulas/formação porque aprendi coisas novas”. É evidente que esta vontade de aprendizagens, associado ao desenvolvimento de novas competências é muitas vezes, esquecido. A mensagem, tantas vezes divulgado do "reconhecimento" em vez de "ensino" não encontrou na realidade social, em muitos contextos, a coerência lógica onde nasceu e a necessidade integrada onde se enquadra.
A proposta: Se repensadas as metas, as práticas e os percursos, tendo em conta o perfil, necessidades efectivas e disponibilidade do adulto, a valorização dos Cursos EFA surge como uma mais-valia para muitos adultos. Se não por esta via, a frequência de UFCD/Formação Modular ou outras formas de formação são urgentes e necessárias associar ao processo de RVCC para um tipo de público a quem, de facto, ao processo de reconhecimento de competências temos que associar um percurso de aprendizagem efectiva. O reconhecimento desta necessidade e a implentação de uma resposta coerente (muitas vezes em parceria entre entidades para ofertas formativas) pode resultar um efectivo ganho de conhecimentos e desenvolvimento de saberes para os adultos que, de facto, podem redesenhar a questão da qualificação numa determinada localidade/contexto.
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