«(...) É bom considerar que, na "sociedade de conhecimento" em que vivemos, aquele princípio tem de ser sempre complementado por um outro, também essencial: todas as competências são sempre insuficientes e podem, por isso, ser melhoradas. Se queremos afirmar a educação ao longo da vida, há que ser bem claros neste ponto: reconhecemos e validamos competências que são sempre incompletas, no quadro de processos que pretendem sempre promover as oportunidades educativas para os adultos. É uma preocupação que ganha particular relevo num país que, no que diz respeito às qualificações escolares, apresenta uma forte fractura geracional: apesar de alguns problemas persistentes, apresentamos já indicadores estatísticos relativos à participação escolar dos jovens que estão acima da média dos países da OCDE; mas mantemos um indicador geral de educação e qualificação para o conjunto da população que, de acordo com a OCDE, está muito distante ainda do apresentado pelos nossos parceiros europeus. Os instrumentos de educação e formação de adultos que construirmos têm que considerar que as baixas qualificações, com esta dissonância entre gerações, são o nosso principal problema para garantir não só a sustentabilidade do sistema de emprego mas mesmo, de um modo mais abrangente, do próprio sistema de cidadania.»
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