Partilho aqui mais um conjunto de actividades que desenvolvi no âmbito da minha função enquanto Avaliador Externo. Muitos desafios e muitas mudanças encontrei no terreno, mas acima de tudo, muito anseio por qualidade, melhoria e cumprimento de objectivos.
O primeiro júri decorreu no CNO da Escola Secundária da Mealhada. O trabalho da equipa
resultou na proposta a júri de 5 adultos que pela sua história de vida viram reconhecida a equivalência ao Ensino Básico. A importância do momento de júri revela muitas vezes algumas facetas que não haviam sido partilhadas com o(a) profissional e os(as) formadores(as). A verdade é que muitas vezes encontramos adultos que até ao momento de júri foram extremamente reservados e que, por qualquer razão, revelam novas competências nestes momentos mais formais. O que fazer? Na minha visão de auto-avaliação e evolução contínua a equipa pode destacar, alterar e afirmar essas competências como mais-valias para o adulto nesse mesmo momento. Assim o foi neste júri.Após o júri de validação, uma reunião com a equipa. Havia ficado de ler e analisar 10 auto-biografias. Havia, também, feito a proposta de que as profissionais e os formad
ores fizessem o mesmo. A ideia seria a de aferir, problematizar e dar orientações para a realização de actividades de exploração de indícios para um processo de RVCC Secundário. Acabámos com 10 soluções diferentes para 10 situações diferentes... é essa uma das maiores verdades do processo RVCC Secundário. Este é individual e personalizado. Raramente existe uma solução "modelo" que se aplique a pessoas e histórias de vida sempre diferentes.Outro júri e outro convite aceite. O convite veio do CNO da Escola Secundária Joaquim de
Carvalho na Figueira da Foz. Uma das mais interessantes coisas que me tem acontecido enquanto Avaliador Externo é a mais simples das coisas... Tenho aprendido imenso com os adultos em sessão de júri. Nesta sessão, aprendi como construir um "Parte-Milho" construído a partir de peças de máquinas de lavar roupa e afins... Basicamente uma reutilização de materiais. Para quem não sabe... um "Parte Milho" serve para desfazer o milho e fazer farinha...Mais uma reunião acompanhou este dia. Há Centros Novas Oportunidades que
conseguem conjugar o melhor de dois mundos. A experiência e a juventude. Este é um desses exemplos. A reunião que serviu para dar umas linhas de orientação em debate e troca de ideias com a equipa sobre os possíveis modelos de júri para o RVCC Secundário resultou numa troca de ideias em torno da qualidade, rigor, estrutura e estratégia do projecto RVCC. Muito interessante e muito rica esta troca de argumentos, assim como, fiquei plenamente descansado quanto ao nível de exigência e aposta na qualidade por parte deste CNO. Ficou o desafio de mais uma reunião em breve...Mais uma viagem até ao Fundão. O CNO do Agrupamento de Escolas João Franco convidou-me para estar presente numa reunião onde esteve também o Avaliador Externo
Mas havia, nesse dia, uma viagem para fazer. O CNO da Escola Secundária de Sever do Vouga c
onvidou-me para estar presente num júri de validação em Aveiro. Mais concretamente em Cacia. Vou recordar os rostos e todos aqueles trabalhadores que, com esforço pessoal, iniciaram e concluíram com sucesso o processo RVCC para o Nível Básico. Por indicação da empresa e por determinação e coragem levaram a cabo a construção de dossiers pessoais de elevada qualidade e procuraram sempre aprender mais, saber mais, qualificar-se mais. O desafio que vão, muitos, agora agarrar é o da qualificação profissional e da certificação por curso EFA ou RVCC terminar o Ensino Secundário. Parabéns à equipa pelo excelente trabalho, parabéns à empresa pela aposta na melhoria das qualificações dos seus trabalhadores e parabéns aos adultos por mais uma etapa realizada.Regresso, para terminar, ao CNO do Agrupamento de Escolas João Franco para
mais umas sessões de Júris. A Dra. Isabel e a Dra. Adelina acompanharam a elaboração de dossiers pessoais que, pela melhoria na qualidade e inovação, apostaram numa forma mais enriquecida de evidenciar as competências dos adultos que terminavam, naquele momento, o seu percurso no processo RVCC. De todos, não posso deixar de me recordar da Maria da Conceição Carvalho que era uma adulta com uma paixão por livros e pela leitura. Pedi-lhe, como pergunta, um livro para eu ler. Imediatamente me recomendou: A Ilha. É nestes momentos que acreditamos no valor do projecto RVCC. Quando somos confrontados com exemplos de vida que dão provas que o saber não vem só da escola formal... Parabéns à equipa pela aposta que faz na qualificação efectiva do publico-alvo com que trabalha. Tive também o prazer de reunir e trocar ideias com profissionais, formadores e coordenação e ficou-me a ideia de desejo de qualidade. Qualidade, mudança e desafios...
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