quarta-feira, 5 de março de 2008

Uma proposta de trabalho.

A Dr. Filomena Sousa, que comigo administra já o espaço de debate do Google Groups sobre o RVCC/NO e que tem tido uma dinâmica muito interessante, assim como, ajudado a tirar muitas dúvidas a muitos adultos e profissionais/formadores, deixou esta resposta a uma dúvida que penso, pela sua pertinência e qualidade merecia o devido destaque. Aqui fica.

«O exemplo de uma das metodologia que permitem à equipa CNO orientar os adultos no sentido de cruzarem as competências (acções) dos temas de cada núcleo com os vários domínios de referência e a respectiva história de vida:

É uma metodologia que implica a participação activa dos adultos e alguma dinâmica de grupo:

Depois de descodificar e esclarecer acerca do(s) tema(s) de determinado núcleo pede:
1) Aos adultos para considerarem tudo o que já escreveram sobre a sua história de vida e pensarem num (ou em vários) momento(s) da sua vida no qual se confrontaram com experiências que têm a ver com aquilo que se esteve a falar;
2) Depois de pensarem, os adultos, individualmente, devem escrever um parágrafo curto sobre o assunto (devem escrever sobre essa experiência contextualizando-a – o quê, quando, como, porquê…entre 5 a 10 linha);
3) Passado o tempo estipulado (mesmo que uma ou duas pessoas esteja com dificuldades) os adultos devem juntar-se em grupos – 3, 4 ou 5 pessoas por grupo;
4) Apresentam o que escreveram aos colegas (só aos do seu grupo) e debatem sobre se as experiências se enquadram ou não nos temas. Se alguém do grupo teve dificuldades os colegas devem ajudá-lo a explorar hipóteses.
5)
Cada grupo elege um porta-voz que irá comunicar à totalidade dos adultos e ao formador um (ou dois) exemplo(s) de situações que viveram e que têm a ver com as competências do tema – núcleo em causa;
6) Verificam-se as dúvidas que ainda existem em debate geral e o formador pede para, em casa, os adultos desenvolverem tanto quanto possível a(s) experiência(s) escolhidas, documentá-las e colocá-la(s) no devido sítio do portefólio (momento que os adultos já identificaram quando escreveram o parágrafo).

Os formadores devem acompanhar os grupos e esclarecer dúvidas. Informar se o grupo está a ir no bom caminho ou se está muito “perdido”.

As regras devem ser claras, nomeadamente o tempo que têm para escrever (cerca de 10 minutos) e reunir (...a decidir).

Os adultos só devem ser informados de que vão fazer grupos depois de terem escrito as experiências individualmente;

Quem não quiser partilhar a sua experiência tem esse direito mas deve participar num grupo de debate;

Usualmente os adultos chegam a resultados muito interessantes, partilham experiências, percebem onde “se quer chegar”, motivam e são motivados pelos colegas.

Este é só um exemplo (que pode ser adaptado), não existem receitas e tudo depende dos adultos que têm pela frente – essa é a dificuldade e o desafio do processo.»

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