
Como brinde, foi dado às escolas “uma” autonomia. Não será dada autonomia, mas sim, uma autonomia, porque o Estado não quer deixar de poder “mandar” nas escolas através da regulamentação de práticas que desconhece e burocraticamente determina.
Assim, o Director será o homem, qual Ulisses, que dirige, coordena, manda, exige o cumprimento de metas e objectivos a uma vasta prol de professores...
Este modelo retira das escolas a liberdade. Retira das escolas a democracia. Retira das escolas o espírito de comunidade. Retira as escolas o direito de ser eleito pelos iguais, entre iguais e reconhecido por estes. Este modelo coloca nas escolas os movimentos dos interessezinhos mais básicos, dos movimentos de bastidores, da insuficiência da democracia e da falta de reconhecimento de uns sobre os outros.
A escola andará, com este modelo agora implementado, anos para trás. Será uma escola de poder em vez de uma escola de respeito. Será uma escola de imposição em vez de uma escola de acolhimento.
E tudo dependerá de uma só pessoa. “Uma liderança forte” diria o poder político. Uma liderança oca, dirão muitos professores.
E será isto que os nossos alunos terão como modelo. Cerca de 90% ou mais dos nossos alunos usam regularmente um e-mail. Pergunto, quantos professores usam e-mail’s para enviar e receber trabalhos dos alunos? Percentualmente, muito menos.
Não é a mudança da tecnologia. É a mudança da mentalidade. O mais grave de tudo é que este modelo irá afundar as escolas em perda de vanguarda. E a escola, o local onde se aprende, tem que ser, deve ser sempre, vanguarda!
Esperemos que os novos “velhos” tempos cheguem. Veremos se este artigo, daqui a uns anos não será mais actual ainda… Espero, desejo sinceramente que não."
Publicado pelo autor no Trevim
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