O projecto de Reconhecimento e Validação de Competências não é novo. Não tem dois ou três anos. Tem muito mais. E ao longo dos últimos tempos, com a ajuda de uma imensa publicidade foi massificado. Nada tenho contra a massificação que o programa Novas Oportunidades trouxe a esta forma de ver reconhecidas aprendizagens adquiridas ao longo da vida. Nada tenho contra e pelo contrário, sempre acreditei nesta forma de promover a qualificação de quem, por várias razões não conseguiu concluir um ciclo de estudos. No entanto e depois de 5 anos a acompanhar o projecto RVCC olho para trás e fico com a ideia que estamos num ponto decisivo para este processo.
Ontem, o Primeiro-Ministro apresentou com a devida pompa mediática os "primeiros" 65 certificados do 12.º Ano. Anunciou ainda o alargamento da rede de Centros Novas Oportunidades até ao número de 500.
Sendo avaliador externo olho para tudo isto com a certeza que novamente a ideia que passa da comunicação social para o grande público é de um certo facilitismo. De uma certa rapidez. De uma certa forma errada. A publicidade tem destas coisas. Pode ser mais prejudicial que benéfica. Verdade que é através dos média que a maioria das pessoas tem acesso à informação. Mas também é verdade que durante um discurso político de qualquer dirigente não se ouviu uma única vez as palavras: rigor, credibilidade, exigência. Ouvimos falar de "oportunidades". Acho que é altura de pensar seriamente no que será o RVCC. Corremos o risco de, mais tarde ou mais cedo, se os CNO caírem (também porque muitas vezes são empurrados) no fazer por fazer ou no facilitismo, de ter um milhão de portugueses certificados sem qualificação nenhuma. Repensemos nesta altura o processo. Porque não incluir formação técnica associada? Não incluida no processo mas complementar a este? Porque não promover uma articulação com uma componente profissional? Porque não exigir mais do que ler, escrever e contar? O projecto RVCC está neste ponto sem retorno. Espero, sinceramente, eu que o vi nascer, que ele não morra na praia ou colapse externamente aos desejos políticos e arraste consigo uma descredibilização não desejada. Estarei mais um pouco para ver o que será. Lutarei por ele porque neste projecto acredito. Mas com prudência. Quero acreditar que ainda é possível... veremos.
Ontem, o Primeiro-Ministro apresentou com a devida pompa mediática os "primeiros" 65 certificados do 12.º Ano. Anunciou ainda o alargamento da rede de Centros Novas Oportunidades até ao número de 500.
Sendo avaliador externo olho para tudo isto com a certeza que novamente a ideia que passa da comunicação social para o grande público é de um certo facilitismo. De uma certa rapidez. De uma certa forma errada. A publicidade tem destas coisas. Pode ser mais prejudicial que benéfica. Verdade que é através dos média que a maioria das pessoas tem acesso à informação. Mas também é verdade que durante um discurso político de qualquer dirigente não se ouviu uma única vez as palavras: rigor, credibilidade, exigência. Ouvimos falar de "oportunidades". Acho que é altura de pensar seriamente no que será o RVCC. Corremos o risco de, mais tarde ou mais cedo, se os CNO caírem (também porque muitas vezes são empurrados) no fazer por fazer ou no facilitismo, de ter um milhão de portugueses certificados sem qualificação nenhuma. Repensemos nesta altura o processo. Porque não incluir formação técnica associada? Não incluida no processo mas complementar a este? Porque não promover uma articulação com uma componente profissional? Porque não exigir mais do que ler, escrever e contar? O projecto RVCC está neste ponto sem retorno. Espero, sinceramente, eu que o vi nascer, que ele não morra na praia ou colapse externamente aos desejos políticos e arraste consigo uma descredibilização não desejada. Estarei mais um pouco para ver o que será. Lutarei por ele porque neste projecto acredito. Mas com prudência. Quero acreditar que ainda é possível... veremos.
1 comentário:
Pode contar comigo... Enquanto poder, irei no terreno, transmitir a todos os adultos a necessidade de se fazer um trabalho sério, que seja reflexo de exigência, nós e eles devemos ser exigentes. Cada vez mais percebo, que se pode ao nível do Básico orientar para a reflexão. É preciso não desistir, passar bem a mensagem, fazer perceber que, se pode reflectir atingindo níveis diferentes... os adultos às vezes "assustam-se" um pouco, mas quando compreendem ficam contentes e satisfeitos com o resultado. É tão gratificante ver as pessoas pensar, darem um salto na qualidade de vida intelectual! É verdade que às vezes são saltos pequenos, mas não deixam de ser saltos...
A auto estima dos Portugueses é fundamental para a saúde do País, e só terá efeitos positivos se corresponder a uma realidade. O facilitismo, nunca irá fazer crescer os Adultos e a Educação, só os números...
Maria da Luz
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