sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Aprender ao Longo da Vida no Reino Unido... e em Portugal?

Encontra-se aqui um artigo interessante sobre a nova imagem que a Aprendizagem ao Longo da Vida parece estar a adquirir no Reino Unido. Fruto de diversas mudanças que o mosaico da sociedade está a sofrer, sente-se como premente operar algo também no cenário educativo.

«Um relatório independente, publicado a 17 de Setembro, “Aprender ao Longo da Vida” – “Learning through Life” recomenda que se repense a forma como o governo britânico, empregadores e público em geral estão a gastar anualmente 55 mil milhões de libras para a educação-formação ao longo da vida.Se este investimento pudesse ser radicalmente reformulado, estariam lançados os alicerces para criar no Reino Unido uma verdadeira sociedade educadora, com a potencialidade de se alargar a educação e a formação durante a vida de todos os seus cidadãos. O sistema actual está excessivamente desequilibrado, favorecendo os mais jovens e os já privilegiados. Esta situação deixa demasiadas pessoas mal equipadas para enfrentarem as mudanças, em aceleração, nos sectores sanitário, social, tecnológico e económico que ocorrem nas diferentes fases de vida.
À medida que os modos de vida se tornam mais complexos e menos previsíveis, com um aumento da mobilidade social, geográfica e no emprego, e alterações familiares mais frequentes, os adultos precisam de adquirir, constantemente, mais competências e conhecimentos para viverem com sucesso, realização pessoal e independência.
Para mais, o rápido envelhecimento da população, cada vez mais dependente, conduzirá a um aumento brusco no número de pessoas social e economicamente excluídas, a menos que possam obter mais competências para controlar e dar qualidade às suas vidas. Se tal não acontecer, muito talento ficará desperdiçado e ter-se-ão assim criado mais pressões na saúde e no bem-estar das famílias e dos contribuintes.

O relatório, coordenado pelo Prof. Tom Schuller, apresenta em 290 páginas a visão de uma reforma radical em torno das seguintes propostas chave:
- Reorientar, de forma sensata e justa, os 55 mil milhões investidos pelo governo, empresas e indivíduos para garantirem a educação e formação para todos, tanto para efeitos de trabalho como de lazer. (...)
- Não deve fazer-se distinção, no apoio financeiro, entre estudo a tempo inteiro ou parcial e relativamente ao aconselhamento e orientação para todos os que os requeiram ou deles necessitem.
- Garantir sistemas flexíveis de aprendizagem quando e onde as pessoas necessitem, em que a progressão se faça através da acumulação de qualificações baseadas em créditos.
- Criar oportunidades para que todos os cidadãos possam desenvolver as suas capacidades por via de acções de educação informática, para a saúde, financeira e cívica.
Há que estabelecer um novo relacionamento entre governo central e local, que dê melhores respostas às necessidades locais e individuais.O estudo considera o actual sistema demasiado complexo e opaco, dando preferência aos jovens e desmotivando muitas pessoas. Assim, as desigualdades em educação acumulam-se durante a vida das pessoas até grau inaceitável.
O Director do Inquérito, Tom Schuller, afirmou:“A Aprendizagem ao longo da Vida é uma questão maior na política pública, ultrapassando largamente as fronteiras da educação formal e incluindo um vasto leque de factores sociais e económicos. As nossas recomendações ao governo, empregadores e indivíduos sugerem que repensem a forma como se está a distribuir a aprendizagem ao longo da vida das pessoas. Assistimos à emergência de um mosaico novo do tempo – um novo equilíbrio entre trabalho remunerado e voluntário, entre aprendizagem e tempos livres.”»

Para ler mais sobre este assunto: visitar esta página

E em Portugal? O que irá (e o que nos irá) acontecer? Teremos em nossa posse as ferramentas suficientes para responder a esse mosaico social em constante movimento? E a educação nessa plataforma fluída? E o papel da Aprendizagem ao Longo da Vida?

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