sábado, 2 de maio de 2009

Júris, exposições e reflexões...

Há uma questão que deve ser respondida por todas as equipas dos Centros Novas Oportunidades antes da organização das sessões de júri. A questão é muito simples: O que representa a sessão de júri no âmbito do trabalho desenvolvido pelo Centro Novas Oportunidades? A resposta deve incluir três vectores: o que representará para o adulto no seu percurso (desejavelmente contínuo) de qualificação; o que representar para a consolidação de boas-práticas para a equipa e o que representa enquanto momento de credibilização social do processo. É uma resposta fundamental para ser pensada por todos e sobre a qual a resposta depende das equipas, dos adultos e dos avaliadores externos, não de forma independente mas de forma co-construída.

Estive presente numa sessão de júri a convite do Centro Novas Oportunidades do Agrupamento de Escolas de Maceira. Tendo referido à equipa a necessidade de uma consolidação de práticas no que diz respeito à organização das sessões de júri, tenho a destacar a interessante troca de ideias após a sessão de júri que tive com os adultos. É sempre muito importante para mim, pessoalmente, ouvir dizer de uma pessoa que esteve 10, 20, 30 anos afastada da escola que só estav
a à espera da conclusão da equivalência ao Ensino Básico (9.º ano) para se inscrever num curso de formação. Foi, numa troca de ideias e palavras tida com os adultos enquanto visitava uma exposição sobre o 25 de Abril, organizada pela equipa dos cursos EFA (Básico e Secundário) que registei essa vertente positiva do trabalho dos Centros Novas Oportunidades ao abrirem portas para novos caminhos de qualificação que nascem nestes momentos e processos.

Uma sessão de júri levou-me ao Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária Fernando Namora, em Condeixa. Referi anteriormente o bom trabalho que a equipa do centro desenvolve e tenho a destacar a importância desse mesmo bom trabalho no que diz respeito aos júris para certificação parcial. Neste caso, duas adultas terminaram o seu processo de RVCC para irem integrar um percurso de formação num Curso EFA. Quando encontramos os adultos informados, conscientes da valorização e ap
oio que um percurso de formação num curso EFA representa, sabemos que o trabalho realizado pela equipa foi bem feito. Tenho ainda que destacar a consolidação de boas práticas que a equipa conseguiu fazer em pouco espaço de tempo, tendo assistido, a uma efectiva demonstração de competências em sessão de júri, pela qual deixo os meus sinceros parabéns pois é, sem dúvida, dos exercícios mais difíceis de fazer e que, neste caso, foi conseguido.

Por último, uma visita e sessão de júri ao Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária de Pombal. Visitar este centro é sempre reencontrar amigos e uma equipa dedicada a um trabalho de qualidade. Este júri teve algumas curiosidades interessantes que quero destacar. Foi um júri com adultos que foram acompanhados por profissionais diferentes e foi interessante ver a equipa toda reunida. Foi também muito curioso encontrar, mais ou menos, dois anos depois um adulto que tinha terminado o processo de RVCC de nível básico e estava agora a terminar o seu processo de nível secundário. É sempre bom ouvir que neste tempo havia realizado um conjunto de acções de formação muito relevante para o ganho de competências pessoais e profissionais e que tinha já projectos concretos de continuação do seu percurso de qualificação. Por último quero destacar as apresentações realizadas pelos adultos. Em cada uma encontrei um pouco do que, de melhor, tem o processo de RVCC quando é feito com base numa estruturada metodologia de balanço de competências. 

E como sempre, a minha palavra vai para os adultos que concluíram neste dia o seu percurso de qualificação, quer de nível básico, quer de nível secundário. Que este percurso realizado em processo de RVCC seja um passo numa caminhada mais longa e consolidada com novas aprendizagens num futuro que se deseja próximo. Parabéns a todos!

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