quarta-feira, 18 de março de 2009

Competências: É possível formar?

«As competências manifestadas por essas acções não são, em si, conhecimentos; estas utilizam, integram ou mobilizam tais conhecimentos. Uma competência nunca é a implementação racional pura e simples de conhecimentos, de modelos de acção, de procedimentos. Formar em competências não pode levar a dar as costas à assimilação de conhecimentos, pois a apropriação de numerosos conhecimentos não permite sua mobilização em situações de acção. A construção de competências, pois, é inseparável da formação de esquemas de mobilização dos conhecimentos com discernimento, em tempo real, ao serviço de uma acção eficaz. Os esquemas constroem-se ao sabor de uma formação, de experiências renovadas, ao mesmo tempo redundantes e estruturantes, formação essa, tanto mais eficaz quando associado a uma postura reflexiva.
Fala-se, às vezes, em competências apenas para insistir na necessidade de expressar os objectivos de um ensino em termos de condutas ou práticas observáveis; ou seja, retoma-se a tradição da pedagogia do domínio ou das diversas formas de pedagogia por objectivos. A assimilação de uma competência a um simples objectivo de aprendizagem confunde as coisas e sugere, erradamente, que cada aquisição escolar verificável é uma competência, quando na verdade a pedagogia por objectivos é perfeitamente compatível com um ensino centrado exclusivamente nos conhecimentos.»
Fonte: aqui.

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