terça-feira, 11 de setembro de 2007

Qualificação e RVCC

O discurso político fala em Qualificação. Esta está intimamente ligada ao desenvolvimento de competências. Há quem defenda que o processo RVCC desenvolve essas competências. A minha visão é diferente.
Não é o processo RVCC por sí só que irá melhorar a competências de ninguém. Não é por estar 4 a 6 meses num processo que pode ter formação associado que irá melhorar a qualificação de ninguém. São simplesmente todas as oportunidades que se abrem após este momento. Vezes sem conta alertamos os adultos em sessão de júri que o Programa Novas Oportunidades, na sua valência de RVCC, só terá sucesso se houver, pela parte dos adultos continuação dos estudos. E quando falamos em “estudos” não falo só na escola dita tradicional. Falamos de formação profissional, falamos de cursos técnicos, falamos de ascensão nas carreiras. O processo RVCC é acima de tudo uma oportunidade. Quem não tem o 9.º ano, e agora também o 12.º ano, pode ver reconhecido todo aquele tempo em que "estudou" na "escola da vida".
Existem neste momento mais de 250.000 pessoas à espera de ver esse processo iniciado e concluído. Mas cabe aos Centros Novas Oportunidades não serem só centros onde se faz o RVCC. É preciso todo um trabalho antes e depois de concluído o processo. Para orientar. Ao contrário do que tenho ouvido tantas vezes, o processo RVCC não qualifica ninguém. Abre é portas. Muitas. Para a qualificação. E veremos daqui a alguns anos quantos foram aqueles que realmente aproveitaram esta nova oportunidade e a levaram até ao fim.A validação de competências, isto é, ver reconhecido o que a profissão e a vida ensinou a alguém ao longo de anos é uma peça importantíssima no meio do Sistema de Ensino em Portugal. No entanto, deve ser levada a sério. Com rigor, com exigência, com desejo real de qualificar os recursos humanos. O que o RVCC dá é só uma oportunidade para novas oportunidades. Nada mais. E já é uma porta tão grande que se abre para tanta gente neste momento.

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