quarta-feira, 16 de novembro de 2011

VESTIR A CAMISOLA



Ontem, assisti a um jogo magnífico de futebol, entre a Bósnia e a Seleção Nacional, da qual, confesso, sou aficionada acérrima. Sei que chego a ser tendenciosa, defendendo até ao extremo os nossos jogadores e sendo implacável no juízo da destreza do adversário. Sou daquelas que festeja cada um dos golos como se tivesse sido o único e que se recusa a valorizar o que considera ser abusos e contingências de um desporto que se espraia muito para além das quatro linhas. 
Mas se o faço, é porque tenho gosto em vestir a camisola de um país no qual acredito, porque é o meu. 
Se o faço, é porque estou a sentir-me parte integrante de um momento da história desportiva de uma nação. Se o faço, é porque entendo que o meu papel, embora inócuo, consiste em apoiar, mesmo do lado de cá do ecrã, os esforços estratégico-musculares daqueles que falam a minha língua e que, num espaço confinado de terreno se encontram a esgrimir as cores da minha bandeira, também em meu nome. 
Ilusão? Qual ilusão? 
Não faz a ilusão parte do nosso devir? A sociedade em que vivemos está repleta de ilusão. 
Não haverá ilusão quando usamos um cartão de crédito, julgando servir-nos de dinheiro, usamos apenas a sua promessa, pela qual iremos pagar ? E a ilusão de que estamos a ser devidamente informados, quando na realidade escolhem, para nós, os pensamentos e a reflexão que deveria ser nossa? Não será a própria vida um sonho de si-mesma? Um pálido reflexo de uma outra realidade que ainda não vislumbramos? 
Pois, enquanto as respostas não surgem, confesso que continuarei a defender as cores do meu país e da bandeira que me viu nascer. 
Vestir a camisola também se aplica a outros setores e valores, àqueles nos quais acreditamos e defendemos, convictos de estarmos certos. Por vezes, compreendemos que valores de outrora, outrora também nossos, com o tempo se transformaram e deram lugar a novos, nascidos dos primeiros, em evolução segura. Mas isso não nos impediu, em tempos, de os defendermos com convicção, com a mesma congruência que apresentamos hoje, conscientes de termos passado por processos evolutivos necessários e dinâmicos. 
Vestir a camisola também pode trazer dissabores, confronto, controvérsia e discussão. Ainda bem. Enquanto puder haver discussão, haverá uma fonte para a luz das ideias e da inovação.
De há uns anos a esta parte, em maio de 2008, vesti outra camisola: a das Novas Oportunidades. As suas cores, verde e vermelho, lembram-me as cores do meu país. 

Hoje , quero aqui celebrar as cores dessa mesma camisola. Deixo-vos com uma imagem criada por Jorge Silva, formador de TIC no Centro Novas Oportunidades de Águas Santas, e aproveito para lhe dar as boas vindas a este espaço de partilha, na qualidade de administrador do Blog RVCC NO. Obrigada...

10 comentários:

Jorge Silva disse...

Quanta honra!
Não por ter lido o meu nome nesta excelente publicação da minha amiga Anabela mas por ter sido convidado por ela e por outra amiga, Isabel Moio, a participar na dinamização deste espaço.
Faço-o com gosto, com imenso prazer, porque também eu visto a camisola das equipas que integro.
Espero apenas estar à altura deste projecto. ;-)

Anónimo disse...

E eu faço minhas as palavras da Anabela! :)
Torna-se sempre mais prazenteiro e menos turbulento o caminho que se percorre com pessoas que acreditam neste paradigma da educação!

CNO Dr. Joaquim de Carvalho disse...

Olá,

Gostei imenso do texto e penso que as suas palavras refletem a posição de muitos dos que trabalham na INO, independentemente até, da modalidade ou do operador em que exercem a sua atividade. E refiro isto, porque é sempre bom lembrar que a INO não é apenas os CNO, nem o RVC, embora sejam estes a sua face mais visível.
Este comentário, serve também um pedido :)
A camisola está orgulhosamente vestida ... mas, essa imagem é de facto muito bem conseguida! Gostaria muito de a postar no blog do meu cno! Posso?

Obrigada!

Cidália Gonçalves
TDE

CNO Esc. Sec. c/ 3º CEB Dr. Joaquim de carvalho

http://cnojoaquimcarvalho.blogspot.com/

JL disse...

Olá!

Deixo eu, ex-habitante deste lugar, o desejo de boas ideias e acima de tudo, de boas partilhas.

Boa viagem. Porque tudo é sempre uma viagem.

JL

Anónimo disse...

Obrigada por nos presentear com este belíssimo texto.

Géraldine Silva
TDE

Anónimo disse...

Boa noite, JL!
O percurso neste espaço prossegue a sua missão: crescer, partilhando.
Aqui, honra-se a Educação de Adultos.
Enquanto o veículo do saber for conduzido por quem gosta do que faz e faz o que gosta, creio que a viagem correrá bem! :)

Jorge Silva disse...

Cidália Gonçalves (CNO Dr. Joaquim de Carvalho),

Grato pelas palavras sobre a imagem aqui publicada.
Esta imagem foi inicialmente partilhada no grupo do Facebook "Centro Novas Oportunidades em Rede" e está disponível no mesmo (https://www.facebook.com/media/set/?set=oa.273725899315133&type=1). Na altura eu dei autorização a todos para "vestirem a camisola" e usarem-na.
Fico muito satisfeito por também a "usarem"... ;-)

CNO Dr. Joaquim de Carvalho disse...

Obrigada Jorge Silva :)

Estou a ver que é uma camisola que muitos vestem com orgulho ;)

Cidália

CNO Escola Secundária Dr. Solano de Abreu disse...

Parabéns Anabela, pelo excelente texto. Somos de facto uma grande equipa a vestir esta camisola. Aproveito a autorização e vou partilhar a imagem também no nosso blog. Obrigada.

Isabel Pinheiro

Mário Ferreira disse...

As Novas Oportunidades não são um fim, mas um meio de dinamizar e incentivar a aprendizagem. Aprendi a recordar episódios ocorridos ao longo da vida.
A vida vai-se organizando para uns, ou desorganizando para outros. E, com caminhos mais ou menos tortuosos, lá entramos na fantástica história da vida, onde tudo gira em nosso torno não existe mais nada, nem mais ninguém: o mundo esta precisamente centrado no nosso umbigo.
Quando chegamos à fase do trabalho, ai chega o choque o mundo é injusto, difícil, cheio de regras, de jogos que não sabemos jogar.
Ou nós começamos a entrar no “sistema”, ou assim a vida encarregasse de nos mostrar como podemos nela navegar.
Por isso costumo dizer no dia em que não acreditar em mim e que vale a pena deixarei de ser eu.