terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A des/re/construção do PRA (IV)


(CONTINUAÇÃO) Nós, para os outros, apenas criamos pontos de partida (Simone de Beauvoir)
Vai, acredita e escreve mais ainda, que eu gosto de te ler. Mostra-me essas tuas competências científicas, linguísticas ou de cidadania, nos teus contextos de existência privada, profissional, institucional e macro-estrutural. As palavras transportam frutos insuspeitos, como as plantas. Vê o que podemos encontrar se seguirmos a vida de uma semente. Estarei ao teu lado para fazer de tutor, para te limpar de folhas secas e ajudar o teu renovo. Por vezes, também me sinto insegura. Não sei se tenho o direito de intervir, de te mostrar caminhos e direcções ou de te impedir de continuar. Quem sou eu para te pôr em causa? Quem sou eu para te dizer: não vás por aí? para questionar as tuas escolhas? Alguns pensadores que às vezes consulto dizem que é suposto deixar-me contagiar pelo efeito Pigmalião, sabes, o escultor que ao apaixonar-se pela obra criada, lhe deu vida. É suposto despertar em ti o que tens de melhor para dar, estimulando o teu lado mais positivo e desocultando competências cujos indícios me vais revelando, aqui e ali. E então, acreditar em ti, no que tu tens para dar. Dizem que é este o segredo. Sabes, António , as minhas inferências a teu respeito levaram-me a criar expectativas especiais, mesmo que, na maior parte das vezes eu não tivesse disso consciência, nem tu. E bem vou tentando não me deixar influenciar pelas imagens que vou construindo a teu respeito, mas nem sempre consigo, porque sou feita da mesma matéria de que és feito também. (CONTINUA)

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