sábado, 9 de janeiro de 2010

Formação e integração social

O jornal Público traz na sua edição de hoje uma reportagem sobre as pessoas que se encontram a receber o Rendimento Social de Inserção e que estão inseridas em programas de formação. Com o título "Aprender pode ajudar, mas não faz milagres", esta é uma reportagem que retrata o dia-a-dia que muitos de nós conhecemos, com os seus aspectos positivos e negativos. Apesar de todos os constrangimentos, a integração em programas de formação é, muitas vezes, uma das formas mais eficazes de combate à exclusão social. Realço, no entanto, algumas passagens que são, igualmente, alertas relativamente ao actual sistema de educação/ formação de adultos.

«Na opinião do sociólogo Eduardo Vítor Rodrigues, "é preciso diversificar a formação e orientar os formandos a partir de um diagnóstico bem feito". De outro modo, o país fica-se pela "formação de plástico, estandardizada, desfasada. Há modas. Primeiro era contabilidade. Depois, informática. Agora, ajudante de lar".»

«(...) Eduardo Vítor Rodrigues lembra que "a formação é formidável enquanto instrumento de capacitação" e fomento de auto-estima. Recusa, porém, ilusões: "A pessoa até pode fazer formação em várias áreas. Se o mercado estiver repulsivo, como agora está, não consegue entrar".
O país tinha uma economia muito baseada em mão-de-obra intensiva, barata, desqualificada. No decurso de um violento processo de desindustrialização, apanhou a crise económica e financeira internacional. "Passou-se de uma fase em que não se acreditava na formação para uma fase em que se acha que a formação resolve tudo. Não resolve".»

In Público, 9 de Janeiro

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