quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sobre a Auto-Avaliação dos CNO…

Um ponto inicial: Tenho como princípio que não existe boa auto-avaliação de uma organização se esta não se definir como uma organização capaz de mobilizar práticas de aprendizagem e desenvolvimento próprios, assim como, de criar uma identidade individual fruto das competências individuais dos seus recursos humanos, assim como, do conhecimento colectivo. Não sou, nem nunca fui, da ideia que qualquer pessoa é insubstituível pois cada um dos recursos humanos numa organização tem capacidades, aptidões e competências única que foram, com todos os outros, uma unidade viva e aprendente, única na sua essência e significado. 

Uma questão: Se por um lado a introdução dos conceitos de clusters, redes, auto-avaliação e monitorização são muito positivas, existe uma questão por resolver e que se torna a base e sucesso dessa mesma implementação/consolidação destes conceitos que se desejam práticas. Um Centro Novas Oportunidades, como qualquer outra entidade pode ser identificado com uma organização em constante mutação. No entanto, para se implementar um modelo sério e rigoroso de auto-avaliação há um trabalho imediatamente anterior que é necessário realizar. Falo da implementação/criação de uma identidade própria (identidade essa resultante do Saber/Conhecimento conjunto); da consolidação de modelos e métodos de trabalho e da identificação com objectivos de melhoria contínua e de aprendizagem do próprio centro enquanto organismo detentor de alguma autonomia que provem do contexto de actuação local e social. Sem esta base de trabalho o modelo de auto-avaliação resultará numa recolha de dados predefinidos em função, não de um modelo de monitorização para a melhoria/observação mas para a identificação quantitativa de práticas que não representam a entidade nem os seus recursos humanos.

A proposta: Se a criação de redes/clusters “artificais” pode resultar a médio prazo na transferência de algumas práticas, a verdade é que, a promoção de uma estratégia aberta, mobilizadora por entendimentos e integrações por motivação, localização geográfica, afinidades tipificadas promovidas por via de encontros de essência local e mais informais resultaria numa mais-valia muito mais relevante para o contexto situacional das redes a formar. Por outro lado, a necessidade de uma consultoria em contexto, para implementação concreta de práticas de gestão do conhecimento, mobilização de um modelo de organização aprendente e de consolidação de um modelo e identidade funcionariam muito melhor do que a implementação de uma auto-avaliação que, embora tendo a capacidade de se adequar aos centros não tem a capacidade, sem orientação, de mobilizar a implementação das restantes práticas e processos tão ou mais necessários.

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