domingo, 5 de abril de 2009

Três pontos de reflexão: RVCC e CNO.

Ao longo dos últimos 3 meses, os primeiros deste ano, tenho observado algumas situações relativamente aos Centros Novas Oportunidades e ao trabalho realizado no âmbito do processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências que me levantam questões. Deixo aqui três dessas questões.

a) Uma das questões que emerge dos três primeiros meses deste ano está relacionada com a estabilidade das equipas nos Centros Novas Oportunidades integrados em escolas públicas. Com a proximidade do fim do ano lectivo a incerteza da continuação nas actuais funções e para alguns a certeza de cessação dessas mesmas funções deixa um problema grave à estabilidade do trabalho realizado. Por um lado existe a necessidade de consolidar o trabalho realizado até ao momento, por outro, na necessidade de implementar metodologias de transferência de conhecimentos e práticas que foram construídas ao longo do tempo. Penso que urge, às entidades tutelares responsáveis, ponderar modelos de futuro para a particular realidade destes elementos das equipas no que diz respeito à contratação, assim como, às equipas nesta fase, para a construção de um modelo de partilha e consolidação dos métodos de trabalho de forma a transformar esses conhecimentos, recursos e práticas em estratégias transferíveis para outros elementos ou novas integrações de elementos nas equipas.

b) A questão das metas tem sido transversal a toda a implementação do processo de RVC e da estruturação da Iniciativa Novas Oportunidades – vertente Adultos. No entanto, se queremos efectivamente regular o processo por via de metas relativas à qualificação devemos alargar os campos de análise e procurar enquadrar essas metas na realidade regionais, assim como, nos diferentes percursos de qualificação (RVCC, EFA, Modulares) disponíveis em cada Centro Novas Oportunidades. Por muito que o discurso caminhe para a orientação dos adultos para vias de qualificação alternativas ao processo de RVC, a verdade é que a existência de metas focadas neste processo e nesta via limita efectivamente esse caminho de diversidade. Por outro lado, quer a aposta na publicidade, como na forma como a mensagem se transmite publicamente tem sido dirigida para o que os adultos (publico-alvo desta iniciativa) chamam do “Curso das Novas Oportunidades”, ou seja, o processo de RVCC. A aposta na Educação e Formação de Adultos deve ser tão mais eficaz quanto mais ricos são os percursos diferenciados para o fazer.

c) Existe ainda uma ténue aposta nas redes entre Centros Novas Oportunidades. Aqui reside muito do problema quando se fala no reconhecimento social do processo de RVC ou da Iniciativa Novas Oportunidades – vertente Adultos. A resposta individual dos centros resulta muitas vezes numa estratégia isolada, incapaz de dar uma reposta efectiva à procura de qualificação ( e não só) de muitos adultos. Tenho, por experiência própria observada no terreno, que é muito mais fácil atingir números com qualidade e reconhecimento social pelos adultos e comunidades locais, quando o trabalho é feito em redes de cooperação e não isoladamente. Por isso, deixo uma apresentação que pode ajudar os Centros Novas Oportunidades na criação de redes de trabalho colaborativo essenciais para a qualidade e valorização do processo de RVC.

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