segunda-feira, 27 de abril de 2009

O Balanço de Competências.

«O balanço de competências “é uma prática de avaliação que se situa num momento que lhe é especificamente dedicado, mais ou menos longo, organizado numa ou várias sequências, durante o qual uma pessoa se encontra inserida em um procedimento assistido e guiado de auto avaliação. O balanço de competências, portanto, centra-se na pessoa: pressupõe uma tomada de consciência e uma reapropriação pessoal das suas aquisições e implica, na fase de análise, um olhar sobre o passado longínquo ou próximo, na perspectiva de abrir vias para o futuro” (Bayard, 1993).

Como quer que seja, a referência à avaliação, incontornável, faz com que investigadores como Guy Le Boterf (1999a), atribuam aos balanços características como as seguintes: (a) registar os saberes-recurso ou as competências adquiridas pelas pessoas (significando o termo “registo” que o balanço não constitui ele mesmo uma prova de avaliação, mas que consigna os resultados da apreciação efectuada anteriormente), (b) mostrar as provas produzidas para que haja reconhecimento e validação das competências (significando a fórmula “para que haja” que o balanço não constitui enquanto tal um dispositivo de reconhecimento e validação e referindo-se as “provas”, produzidas na ocasião da observação, seja em situações reais de trabalho seja em situações simuladas, a critérios de utilidade, de eficácia, de conformidade ou de juízo acerca do cumprimento das regras de uma profissão), (c) apoiar-se sobre a apreciação de instâncias legitimadas e pertinentes de reconhecimento e de avaliação (que não são as do dispositivo de balanço de competências), (d) ter em conta não somente a aquisição de saberes-recurso e de competências, mas a evolução da profissionalidade no seu conjunto (trata-se de uma apreciação global não sobre as competências, mas sobre a competência do profissional), (e) fazer o ponto sobre os modos de aprender dos sujeitos, (f) realizar-se segundo as periodicidades apropriadas ao conteúdo dos balanços, (g) estruturar a imagem de si do sujeito, nomeadamente enquanto trabalhador e (h) combinar uma abordagem retrospectiva e uma abordagem prospectiva do desenvolvimento pessoal e profissional. Os balanços de competências, em suma, devem permitir traçar as histórias dos sujeitos e não somente fornecer uma informação pontual: o desenvolvimento das competências e da profissionalidade é um processo cumulativo; podem dar lugar à elaboração de uma carteira (de competências), propriedade dos sujeitos, e constituir a memória da sua evolução profissional e das suas competências.»
Fonte: aqui.

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