segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A nova Orientação: Análise de Risco...

Ao consultar o documento «Orientação técnica para os Centros Novas Oportunidades: validação de aprendizagens formais» devo dizer que a minha primeira abordagem foi de alguma dúvida. Vou, como sempre o faço, nos próximos tempos observar com atenção como, no terreno serão acolhidas e principalmente, implementadas, algumas ideias desta orientação. E vou deixar aqui as minhas dúvidas com base no texto.

1. Cito:
«Torna-se, de facto, indispensável clarificar junto da rede de Centros Novas Oportunidades quais as estratégias que permitam, em articulação com as metodologias definidas para os processos de RVCC, valorizar de forma adequada os percursos formais de aprendizagem já concluídos com aproveitamento

Reflexão: Embora não tendo nada contra esta diferenciação, por exemplo, para quem tem apenas uma ou duas disciplinas do 9.º ano por fazer e não tem qualquer disciplina do Ensino Básico, parece-me que carece de alguma clarificação que a actuação em contexto prático do "terreno" vai trazer. Penso que estamos perante um processo de RVCC. E ou o pensamos na sua essência como tal ou teremos alguma dificuldade prática nesta articulação entre dois sistemas que na sua essência são distintos.

2. Cito:
«Após a recolha e análise de toda a documentação, deve ser realizada uma reunião da equipa técnico-pedagógica onde serão discutidos os casos nestas situações e cujo principal objectivo é validar as Unidades de Competência /Competências que foram efectivamente adquiridas por via das aprendizagens formais realizadas com aproveitamento desde que devidamente comprovadas no âmbito do processo de RVCC através da apresentação de certificados.»

Reflexão: O processo de RVCC tem por base uma abordagem interdependente e interligada dos saberes: Formais, Não-Formais e Informais. E tem na sua essência uma mais-valia de auto-valorização e consciencialização da importância dos princípios base da Aprendizagem ao Longo da Vida. Temo que esta reunião possa tornar-se demasiado centrada em análise técnicas e burocráticas e pouco virada para um trabalho contínuo e continuado para essa mesma abordagem auto-reflexiva. Penso que é fundamental o reforço da perspectiva apontada no mesmo documento com essência na criação do «planeamento individual da continuação dos processos de RVCC orientado face às validações realizadas, de duração variável, e em função do percurso formal de aprendizagem que cada candidato possui, garantindo de qualquer modo todos os pressupostos metodológicos contidos nos documentos orientadores produzidos pela ANQ e demais legislação enquadradora.» Se esta estratégia for bem aplicada e de forma sólida é possível manter a qualidade do processo em si mesmo, assim como a sua essência. Se não, temo que seja apenas uma formalidade.

Numa análise teórica são estes os pontos de reflexão que terei em conta na análise que farei em contexto. Espero que o trabalho a realizar pelas equipas tenha em conta a efectiva promoção desta orientação tendo como base os princípios de essência do processo de RVCC, mais do que, uma visão técnica de "equivalência" entre dois sistemas.

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