sábado, 3 de janeiro de 2009

Cursos, Financiamentos e a Gestão das Escolas...

Duas notícias surgiram hoje nos meios de comunicação social que merecem reflexão. Deixo dois excertos do Público e TSF:

«A "instabilidade do financiamento" das oito escolas tecnológicas do país põe em risco a sua sobrevivência, apesar de terem taxas de empregabilidade dos alunos superiores a 80 por cento, afirma o responsável pela Escola de Tecnologia e Gestão Industrial.(...) "O financiamento agora é aparentemente único e as escolas têm que ver os seus cursos inscritos no Catálogo Nacional de Qualificações", explicou o responsável, "e isso ainda não aconteceu, porque a Agência Nacional para a Qualificação", entidade responsável pelas admissões, "não consegue dar resposta aos múltiplos pedidos" de instituições candidatas a cursos de especialização tecnológica (CET).»

«A Agência Nacional para a Qualificação garantiu que não há atrasos na inscrição de cursos e que as escolas têm de se adaptar às novas regras. Os responsáveis de uma escola tecnológica estão preocupados por ainda não terem recebido uma resposta e temem não ter acesso a subsídios. (...) O presidente da Agência Nacional para a Qualificação assegurou que não existem atrasos nos pedidos de inscrição de cursos, como afirmam os responsável de uma escola tecnológica do Porto, e que à luz das novas regras os critérios de avaliação para financiamento são agora diferentes. «É um problema de regra do Programa Operacional do Potencial Humano (POPH), do instrumento principal da União Europeia para apoiar o desenvolvimento do ensino e da educação em Portugal. As escolas sabem bem que têm de cumprir com essas regras. Não há escolas acima das regras gerais», concluiu.»

Vale a pena lembrar dois elementos que são fundamentais nesta discussão: O Financiamento e modelo de gestão do mesmo (que muitas vezes revela fragilidades nos tempos de resposta) pelo POPH, que também afecta os Centros Novas Oportunidades, assim como, a existência de um instrumento nacional a que é necessário reportar que é o Catálogo Nacional de Qualificações. Não podemos deixar de indicar aqui que até para as UFCD's (Formações Modulares) a estrutura já se encontra definida.

2 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia, fui Directora Pedagogica da FORESP Vale de Cambra e já vivamos exclusivamente dos ditos subsidios pois ninguem fazia nada para tentar resolver o problema.
Os formandos recebiam bolsa avultadas os formadores recebiam 42,5 euros/ hora e mais subsisio de deslocação...é um ROUBO para quem quer ver.
Digo mais fui despedida sem justa causa, alegando a direção da FORESP "Penuria Financeira" para poder libertar o meu posto de trabalho para a filha de um grande empresario da região que por mero acaso, foi fiador no emprestimo bancário que a FORESP teve que fazer para conseguir fechar o projecto que terminou a 15 de Setembro do ano passado.
Sem mais vos deixo e espero que 2009 traga menos corrupção e menos trafico de influÊncias, será isso possivel?
Cumprimentos e um BOM 2009

Anónimo disse...

Depois de ler a mensagem da Paula não resisto a denunciar mais um caso inqualificável de falta de fiscalização. Sou amigo (sou professor numa escola...) de uma formadora de um CNO que foi obrigada a sair por deixarem de pagar. Foi-lhe dito que o POPH não enviava o dinheiro e depois muitas desculpas foram dadas sem qualquer cabimento... a verdade é que a certa altura convocam outros formadores e começam a pagar-lhes...os outros continuaram sem receber. Esta minha amiga teve a vida muito complicada... é uma vergonha pois não há de facto fiscalização. Entretanto o dito CNO também tem familiares a trabalhar lá acumulando funções e dando sempre uma imagem de grande honestidade...fiquei de facto chocado com o que ouvi contar...afinal onde está a fiscalização??? Os colegas que lá ficaram não têm qualquer coragem de reclamar, existem represálias, o CNO tem a faca e o queijo na mão... também percebi que os directores fazem acreditar a alguns que estão a fazer um grande favor por ter lá os formadores. Pelo que percebi, o que seria do CNO sem o empenho e profissionalismo de tantas pessoas que lá trabalharam e de repente desaparecem sempre com uma imagem de "falta de respeito" pelo seu trabalho.
Por favor POPH e ANQ tenham coragem, mudem as regras, fiscalizem, ajudem a existir a justiça básica para quem trabalha ainda por cima com tão poucas regalias. Tentem saber nos CNO´s para onde vai de facto o dinheiro.
Obrigada
J.R.