domingo, 23 de novembro de 2008

A pergunta: A decisão do adulto?

Tenho tentado combater a ideia da omnipotência do adulto na escolha do percurso de qualificação que fará após entrar em contacto com um Centro Novas Oportunidades. A maioria das pessoas que acede à Iniciativa Novas Oportunidades - Adultos, vem com a ideia concreta do processo RVCC. Sou defensor, como sempre fui, que o processo de RVCC não é para todos. Principalmente o processo de RVC de nível secundário. Muitas vezes o grau de autonomia e efectiva existência de competências adquiridas pela aprendizagem ao longo da vida determinam o sucesso ou abandono do processo. Eis a abordagem publicada recentemente:

«Se o adulto não tiver perfil para ser encaminhado para uma alternativa e persistir com essa escolha, a decisão final pertence ao adulto? O que fazer se o adulto não concordar com as propostas de encaminhamento?
No que se refere aos adultos que pretendem uma opção de percurso de qualificação distinta da que lhe é proposta pelo/a Técnico/a, a sua opção prevalece (...) sobre todas as outras. Todavia, há que reflectir sobre estas situações, uma vez que os Centros Novas Oportunidades, enquanto “porta de entrada” nos sistemas de qualificação, têm a missão de encaminhar os adultos para os percursos mais adequados, sendo que iniciar um percurso desadequado tem custos para o adulto e para o sistema. Neste sentido, é importante reforçar que a etapa de Diagnóstico (anterior a este momento de negociação de encaminhamento) tem como objectivo trabalhar com o adulto a adequação e realismo das suas expectativas, pelo que, em complemento às expectativas e aspirações reveladas, o/a Técnico/a pode e deve apresentar-lhe várias propostas para apreciação. A entrevista individual assume aqui um papel extremamente importante. Deste modo, pensamos que um trabalho cuidado a montante pode prevenir situações de discordância inconciliável como resultado deste processo.»
Fonte: Aqui.

Vou um pouco mais longe na resposta apresentada e penso que é papel do/a Técnico/a de alertar para, no caso da manutenção da escolha pelo adulto e evidência de não conformidade com o perfil para o percurso escolhido, deve haver, por parte do/a Técnico/a uma alerta para os caminhos que o adulto poderá enfrentar após ingresso numa das vias de qualificação escolhidas por si sem ter perfil para tal.

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