segunda-feira, 17 de novembro de 2008

História de Vida e Formação

«Na segunda parte, “As histórias de vida como metodologia de pesquisa-formação”, como o próprio título aponta, a autora define a história de vida como metodologia de pesquisa e formação. Aqui descreve e discute as etapas desta abordagem: a fase de introdução à construção da narrativa da história da formação, a fase de elaboração da narrativa, a fase de compreensão e de interpretação das narrativas escritas e a fase de balanço dos formadores e dos participantes. Com isso vai demonstrando que “a narrativa de vida não tem em si poder transformador mas, em compensação, a metodologia de trabalho sobre a narrativa de vida pode ser a oportunidade de uma transformação, segundo a natureza das tomadas de consciência que aí são feitas e o grau de abertura à experiência das pessoas envolvidas no processo”. Neste movimento, fica claro o grau de implicação dos diferentes sujeitos nesse trabalho. Trabalho que exige observação e escuta de cada um sobre o que se passa consigo mesmo e com cada um do grupo, o que implica em respeito, disponibilidade e humildade.

Caminhar para si não significa caminhar sozinho, dessa forma, o papel do formador neste processo é fundamental. Segundo Josso, ele assume diferentes “figuras antropológicas” (p. 160): o de amador, ancião e animador, tendo como função conduzir alguém até si mesmo. Para tanto, é imprescindível que este tenha feito sua própria experiência de “caminhar para si”, para que então possa alimentar e instigar o grupo a encontrar o seu próprio caminho, bem como colocar-se ele próprio na posição de aprendente. Tarefa nada fácil numa sociedade onde predomina uma educação que tem como marca a ideia de que, neste processo, apenas o aluno se forma, sendo o professor alguém detentor do saber e que deve despejá-lo em um outro, recipiente passivo. Esta é uma dificuldade não apenas para o formador mas também para o grupo, que muitas vezes espera tal depósito.»
Fonte: Aqui.

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