sábado, 5 de julho de 2008

Reuniões, PAT's e um Júri...

Muitas vezes tenho referido que o trabalho de Avaliador Externo não passa só por realizar as sessões de júri. O Avaliador Externo deve também auxiliar a equipa do CNO sempre que a sua presença e intervenção é útil e contextualizada. O exemplo desta realidade foram as últimas actividades que levei a cabo...

A semana começou com uma reunião com a equipa do CNO do Agrupamento de Escolas de Ansião. Como disse no meu espaço do Twitter, uma adulta está quase preparada para ir a júri para a conclusão do processo RVCC Secundário. A equipa tem os "medos" normais e iguais em todos os CNO que trabalham com seriedade, rigor e qualidade, de estar ou não a cumprir as orientações para a implementação deste processo. No entanto, a competência de todas as profissionais, formadoras e do coordenador são uma pedra fundamental para a efectiva qualificação dos adultos que passam por este CNO. O Portefólio que consultei é o exemplo dessa qualidade. Já estou a pensar em convidar a adulta a publicar o seu trabalho.

Depois, Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária de Arganil. Mais uma reunião com a equipa. Desta vez, como as restantes equipas, as dúvidas são várias. Centram-se muitas vezes no nível de exigência, na forma de como reconhecer uma evidência, na estrutura dos PRA e também, na organização das sessões de júri para o RVCC Secundário. Trouxe para ler 4 Portefólios que irão a júri em breve. Sempre disse que uma das principais mais-valias no processo de Avaliação Externa se centrava na relação estabelecida entre o Avaliador e as Equipas. Neste caso a confiança é plena. O CNO da Escola Secundária de Arganil tem uma das equipas mais dedicadas que conheço e como tal, poucas dúvidas me restam, no bom trabalho que está feito. Acima de tudo quem ganha são os adultos.

Mais uma reunião me esperava num outro dia. No CNO da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré. Foram-me entregues 3 portefólios para analisar e estive em reunião toda a manhã com a equipa. Uma das dúvidas mais importantes e que é sempre colocada ou surge nestas reuniões é muito simples mas complicada para as equipas. Qual a diferença entre o adulto terminar com 40/50/60/70/80... créditos? Tenho dito várias vezes que as equipas têm que procurar informação fora dos círculos normais. Ou então, estão a pedir reflexividade, actualização e aquisição de informação sem terem eles próprios essa atitude.
Importa pensar os créditos como uma classificação. Não como notas mas como posicionamento do adultos pós processo em comparação. Isto é...
a) Para os Cursos de Especialização Tecnológica, muitas universidades e politécnicos já pensam e usam os créditos como sistema de classificação dos adultos.
b) Para efeitos profissionais esse mesmo número de créditos, associados ao CNQ é diferenciador e será ainda mais com a disseminação da certificação profissional.
c) Comparativamente, e com a potencial abertura transversal da utilização de do sistema de crédito no ensino dito formal, quer superior, quer secundário, os adultos que terminam o processo RVCC Secundário serão colocados, comparativamente, em posição de classificação face a estes modelos formais de ensino...
É preciso ter isto em conta na decisão de terminar o processo, que pelo adulto, quer pelas equipas.

Depois, o Professor Francisco Rodrigues, convidou-me para estar presente nas PAT (Provas de Aptidão Tecnológica) do Curso Profissional de Multimédia da Escola Secundário Reynaldo dos Santos. Fora da minha função de Avaliador Externo fui. Como amigo e como interessando nestas coisas da formação e da Multimédia e encontrei duas coisas: um projecto de curso muito dinâmico, bem estruturado, interessante e de uma elevada qualidade e alunos "digital natives" que estão muitos passos à frente na sua formação. Deixo o exemplo do Flávio Santos, com 18 anos, que criou um portefólio digital e tem um blog pessoal... É uma geração voltada para o imediato/interacção e solução de problemas, dotada de uma capacidade técnica muito elevada e de capacidade tecnológica muito forte. Parabéns ao professor Rui e Francisco e aos alunos pelas excelentes provas realizadas que tive a honra de acompanhar.

E por fim, um júri... Sim que também é essa a função do Avaliador Externo. Foi no CNO do Agrupamento de Escolas do Fundão. Senti aqui o que representa a mudança provocada pela alteração nas equipas. Senti aqui, no sentido humano do coordenador o desafio que se avizinha com a reformulação das equipas. Senti também aqui que a estratégia que tenho usado de convidar sempre outros CNO a estarem presentes nas sessões de júri de validação é uma boa prática para desmitificar ideias pré-concebidas. Tenho sempre convidado CNO para estarem presentes em sessões de júri uns dos outros. É preciso quebrar medos, "olhares por cima do ombro" e demais visões que separem em vez de unir todos num mesmo objectivo. Assim, o CNO da Escola Secundária Campos Melo, com alguns elementos da sua equipa estiveram presentes.
Tenho que destacar uma coisa que me fez muito bem assistir. O "Grupo 83", composto por vários adultos, revelou, em sessão de júri, uma das coisas que tenho dito que está a ser mal feita e perdida pelos CNO. O chamado balanço de competências contextual ou o registo de evidências de criação de pontos comuns estrategicamente orientados para uma "inteligência colectiva". Os adultos interagiram com os profissionais e formadores mas também entre si partilharam e "ganharam" competências. Isto deve estar presente nos seus dossiers/portefólios. Tenho que destacar este grupo, assim como, o excelente trabalho da Dra. Adelina Clemente na construção de um trabalho sólido, de qualidade e rigor e acima de tudo, de credibilidade. Parabéns. Ficam imagens dos dossiers/portefólios apresentados.




1 comentário:

Bewlay disse...

Como fazer sentir aos adultos a importância de não trabalhar somente para os minímos quando a documentação certificadora que resulta do RVCC não identifica o número de créditos?