domingo, 20 de julho de 2008

A aventura de ser o primeiro...

Este ano de trabalho que agora se interrompe, em breve, para umas férias, revelou o culminar da implementação do processo de RVCC Secundário. Tenho acompanhado em vários CNO os primeiros júris e tenho que deixar aqui uma palavra de reconhecimento pessoal e profissional às equipas que conseguiram levar a cabo este desafio, sem deixar de apostar na qualidade e credibilidade do processo, e acima de tudo, de acreditar nos adultos e na aprendizagem ao longo da vida, tão esquecida até à data.

Assim, deixo aqui as minhas últimas experiências como Avaliador Externo e com as equipas dos CNO que acompanho.

Começo pelo júri em que estive presente no CNO da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré. Foi o primeiro júri do RVCC Secundário. O trabalho levado a cabo pelo profissional João e pela profissional Isabel revelaram dedicação, espírito de rigor e acima de tudo, de humanismo. Penso que, como todos os CNO, nesta fase o ajustamento ao modelo de júri para o RVCC Secundário tem vantagens para o processo que ainda não são claras. Gostei muito deste júri pela capacidade de reflexão que promoveu nos elementos da equipa em torno do conceito e metodologia que sempre defendi. O adulto não é só o seu PRA. Há capacidades, aptidões e atitudes que não podem ser traduzidas no PRA mas que devem ser integradas. Parabéns à equipa por essa abertura. Deixo, aqui uma imagem que está no site deste CNO para todos aqueles a quem acham que a idade é uma razão para não aprender... Cito: "Que os 81 anos (quase 82) do Sr. Leopoldo Oliveira seja um novo motivo para regressarem à escola".

Segue-se o Júri no CNO da Escola Secundária de Pombal. Como sempre tenho dito considero o trabalho deste CNO como exemplar. No entanto, nota-se, nesta altura aquilo que veio trazer a agitação neste contexto para as equipas. O concurso para profissionais RVC e para Técnicos Superiores veio, na minha perspectiva, trazer agitação a uma estabilidade em consolidação. Não que se note no trabalho deste CNO mas nota-se em todos. Não podemos deixar aqui de referir este facto que podia ter sido evitado, não nos objectivos, mas na forma como foi levado a cabo. No entanto, destaco pela positiva, como sempre o fiz, a dedicação, a qualidade e a credibilidade do trabalho realizado por uma equipa que desde o primeiro momento acreditou e fez o melhor que sabe, pode e consegue com e para os adultos que visitam o Centro Novas Oportunidades. Parabéns pelo que conseguiram até à data.

A minha visita seguinte foi ao CNO do Agrupamento de Escolas de Ansião. Curiosamente este CNO começou por onde mais nenhum que eu acompanho começou. Por um júri parcial. Eu gosto particularmente dos júris parciais. Não pelo facto de serem parciais mas pelo papel que o Avaliador Externo pode e deve ter. Encontrei uma equipa na expectativa do que seria o trabalho a realizar, mas com um trabalho de base em PRA dos adultos propostos a júri muito consolidado. Parabéns desde já pela qualidade. Mas o meu particular gosto por estas sessões tem que ver com a proximidade necessária do Avaliador ao adulto envolve um sentido, sentimento e metodologia de orientação que a total não o tem. É preciso explicar e envolver o adulto no caminho que o espera. Explicar o contexto, a forma e a organização, por exemplo de um percurso a completar em curso EFA. É preciso percorrer este caminho com o adulto para que ele sinta a orientação que lhe está a ser dada. Penso que este trabalho foi conseguido em Ansião. Por parte da equipa e na sessão de júri. Foi um desafio que, particularmente, gostei de responder e estar presente.

Mais um júri de RVCC Secundário. Desta vez no CNO do NERGA. Tenho que destacar a qualidade do trabalho realizado por este CNO para o processo de RVCC Secundário. Ao ir assistir ao primeiro júri do RVC Secundário nos CNO fico sempre com mais expectativa para o segundo e seguintes do que para o primeiro. A verdade é que as equipas preparam muito o primeiro júri. Manter a qualidade é tão ou mais importante do que esse primeiro momento. Neste CNO encontrei isso. A manutenção da qualidade, do bom trabalho de base e do rigor. Parabéns por isso. Destaco também a presença de duas equipas de dois CNO que foram assistir ao júri. Da Covilhã e de Viseu. Acho determinante, nesta fase esta abertura e partilha. Parabéns por tal.

Por último, os Júris do CNO do Agrupamento de Escolas do Fundão. Ao longo do tempo em que sou Avaliador Externo enviei três louvores. Um a um CNO e dois a profissionais RVCC. Tive, nestes júris do RVC Secundário, a prova que o louvor que enviei à equipa deste CNO foi mais do que merecido. Encontrei uma equipa que domina de forma excelente o referencial de competências-chave. Que aposta no humanismo e no equilíbrio entre a exigência e a individualidade. Que trabalha com os adultos e não só para os adultos. Quero agora, publicamente, louvar a coordenação deste CNO pela dedicação pela capacidade de coordenar com qualidade este projecto, na pessoa do Prof. José Brito, assim como, a toda a equipa de profissionais e formadores pela forma como, num meio socialmente contextualizado, conseguiram abrir novos caminhos para todos adultos. Não posso deixar de destacar aqui uma adulta. A Rosária Janeira. Uma senhora que, completando o 9.º ano, e com uma dedicação e trabalho exemplar, aceitou a minha proposta de até ao Verão acabar o processo do RVCC Secundário e assim o fez. Parabéns Rosária por me fazer acreditar cada vez mais na força do ser humano e neste projecto.

Obrigado a todos pela forma como sou sempre recebido nos CNO e pelo muito que tenho aprendido com as equipas e com os adultos.

Não posso deixar de falar em todos os adultos. É por eles que todos nós estamos de corpo e alma neste desafio. É também para eles que vão sempre os principais e maiores Parabéns!


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