segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Para os adultos que visitam este blog...

Maria Florinda Poças, 36 anos, ajudante agrícola, é um exemplo de sucesso que importa registar. Aexperiência profissional anterior (por exemplo, tricotadeira) e o forte desígnio para novas aprendizagens, foram motivos suficientes para aceitar o desafio. Excertos de uma breve conversa:
Equipa de Projecto (EP) – Em que altura começou, como soube do processo RVCC ?
Maria Florinda Poças – Em Setembro. Recebi uma carta daqui (CRVCC), mas não tinha conhecimento do processo... dias depois soube pelo jornal e pela rádio.
EP – Como reagiu ao ler a carta ?
MF Poças – Foi uma reacção um bocado esquisita. Pensei que era para o meu filho (que frequenta aqui a escola) iniciar o ano lectivo. Depois li o conteúdo todo e o meu marido, que já tinha lido acarta, disse: “És parva se não fores..!”
EP – O que a motivou então a responder ?
MF Poças – No futuro, o meu patrão poderá abrir um escritório em Montemor-o-Novo, pode dar jeito. Há meses que sentia essa necessidade. Comecei a pensar... Será que vou continuar aqui? Se não tivermos conhecimentos de computadores e sem o 9.º ano, nos dias de hoje, é complicado.
EP – Tinha o 2.º Ciclo (6.º Ano) quando chegou ao Centro. Com que idade deixou de estudar ?
MF Poças – Com 14 anos (...). Não gostava da escola e deram-me a escolher: ir à escola ou fazer malhas à máquina. Como adorava fazer malhas à máquina, não pensei duas vezes !
EP – Trazia consigo a ideia de escola ?
MF Poças – Não. Pensei muita coisa... mas acabei por ser surpreendida positivamente. Acho que agora dou mais valor às pequenas coisas da vida, do que na altura. Fui recordar coisas da minha vida. Por exemplo, a carta de condução. Preciso dela todos os dias e não dava valor à formação quetive e ao que aprendi, agora acabo por dar.
EP – Para quem nos lê, sabe agora em que consiste um processo RVCC ?
MF Poças – Tem muito a ver com a disponibilidade das pessoas e com aquilo que fazem. Explicar é complicado, mas dizer das vantagens é mais fácil. Quem pense evoluir na carreira é aconselhável. Tive um convívio espectacular com as formadoras. Foi muito bom.
EP – Que conselhos daria a uma pessoa que pensa obter a certificação escolar, através do RVCC ?
MF Poças – Tentar conciliar da melhor maneira o trabalho com isto (processo). Ninguém sabe o dia de amanhã. Hoje pode estar com um bom emprego e não precisar do 9.º ano, mas depois pode necessitar dele. Aprender a dar valor às coisas. Por exemplo, para mim a aprendizagem mais importante foi na área da informática. Agora trabalho com ele (computador) sozinha.
EP – Que tipo de dificuldades sentiu e de que forma as ultrapassou ?
MF Poças – Uma das dificuldades foi a época em que conclui o processo (período de Natal). Tive alguma formação complementar na Matemática para a Vida e também em TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação). Na parte da Cidadania e Empregabilidade, recorri à experiência que já tinha na Fotografia e nos Bombeiros. Em relação ao Português [Linguagem e Comunicação também correu bem.
EP – Que balanço faz desta experiência no RVCC ? Tem novos projectos para a sua vida, continuar a estudar ou a fazer formação ?
MF Poças – Em relação a mim própria fez-me muita diferença. Estudar não... Só numa situação de um dia fazer o RVCC secundário. O meu marido está à espera do RVCC secundário, tem o 11.º ano.
EP – Três palavras finais que caracterizam um processo RVCC ?
MF Poças – Espectacular... experiência única !
In: MFP

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