terça-feira, 18 de setembro de 2007

CNO destaque do Mês: CNO da ENB da Lousã

O CNO da Escola Nacional de Bombeiros encontra-se em destaque este mês no Blog RVCC/NO. Com uma equipa bem estrutura e uma capacidade de motivação e atenção ao adulto muito elevada, o CNO da ENB da Lousã tem realizado um trabalho consistente e que cumpre os príncipios orientadores para o desenvolvimento do processo RVCC.

Publicamos aqui notícia do Jornal Trevim.
«Dentro de pouco tempo, já é possível no Centro Novas Oportunidades (CNO) da Escola Nacional de Bombeiros da Lousã certificar competências ao nível do 12º ano. Está a ser constituída a equipa necessária para que o projecto avance. Já há centenas de pré-inscritos interessados em obter essa equivalência
O CNO é o nome dado desde Janeiro aos Centros de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências. Localizado no Aeródromo, o centro da Lousã está vinculado à Escola Nacional de Bombeiros e já viu, desde a sua criação em 2001, 1200 pessoas saírem com êxito do processo de validação das competências alcançadas ao longo da vida, ao nível social, profissional e pessoal. Um número pequeno quando comparado com as inscrições recebidas pelo centro, que foram de 2.400 nos seis anos, sendo cerca de mil do concelho da Lousã. Este desfasamento fica a dever-se às dificuldades que vão surgindo ao longo do processo. Segundo Rita Correia, engenheira industrial nomeada para o cargo de direcção do organismo em 2006, os entraves acontecem a vários níveis. “Trata-se de um processo que demora algum tempo, no qual a pessoa tem de demonstrar que possui competências adquiridas ao longo da vida, o que muitas vezes não é fácil”, refere a responsável.O processo inicia com uma sessão de esclarecimento explicativa de todos os passos que os interessados terão de percorrer para conseguir a equivalência pretendida: o quarto ano, o sexto ou o 9º ano. Dentro em pouco, o 12º ano. “Depois decidem ou não se pretendem continuar e fazem a inscrição”, explicou a responsável. Em seguida, são chamados para uma entrevista individual. Nesse encontro, os interessados ou se decidem por fazer o processo RVCC ou são encaminhados para cursos alternativos (cursos EFA, de Educação e Formação de Adultos, por exemplo).Os que optarem em prosseguir o processo são desafiados a construir um dossier pessoal, em que descrevem toda a experiência pessoal e profissional obtida ao longo da vida, em que deve ser dito tudo de relevante, desde a participção em colectividades, estadias no estrangeiro, colaborações em órgãos de comunicação social, bem como os cursos de formação frequentados. O dossier é acompanhado em sessões quinzenais por um profisisonal e, depois de finalizado, o utente recebe ainda formação em quatro áreas, de acordo com as necessidades manifestadas: Matemática para a Vida, Cidadania e Empregabilidade, Tecnologias da Informação e da Comunicação e Linguagem e Comunicação. Por fim, o adulto é sujeito a um júri de validação, formado por um avaliador externo que irá analisar o dossier e a conformidade do processo com as suas regras e o seu espírito e com o nível de qualidade e exigência do Ministério da Educação através da Agência Nacional para a Qualificação. “É na sessão de júri que os adultos revelam, através de questões orientadas que coloco, as suas competências e saberes ao longo da vida, que devem estar de acordo com os registos que deixaram presentes no dossier pessoal”, explicou João Lima, um dos avaliadores que trabalha com o Centro de Novas Oportunidades da Lousã.O percurso demora de quatro a seis meses (podendo haver alguns que se prolongam mais) e pode proporcionar progressões na carreira profissional, aceder a outros níveis de escolaridade, aumentar as saídas profissionais dos adultos que não puderam estudar na altura considerada mais apropriada para o efeito. João Lima tem, a este respeito, uma opinião muito particular. “Não é por estar quatro a seis meses num processo, que pode ter formação associada, que irá melhorar a qualificação de ninguém. O programa novas oportunidades só terá sucesso se houver continuação dos estudos”, observa o professor, esclarecendo que os adultos podem, não só apostar na escola convencional, mas também em cursos técnicos e formação profissional. “O RVCC dá uma oportunidade para novas oportunidades”, remata João Lima.No entanto, não é apenas a continuação dos estudos que serve de motivação a quem recorre a estes centros. A valorização pessoal e a auto-estima são outros estímulos. Sandra Carvalheiro, uma das formadoras do CNO, destaca a força de vontade que os mais velhos têm em aprender mais e em certificar as suas competências. “Depois de saber algumas histórias tão dificéis de vida e observar o empenho dessas pessoas é bastante interessante e até comovente”, relata.O centro RVCC da Lousã aceita todos os cidadãos portugueses, ou estrangeiros com autorização de residência, com mais de 18 anos para a obtenção de equivalências para o 4º, sexto ou nonos anos. Para o secundário, já se exige que o adulto comprove uma experiência de três anos a nível profissional. Para oferecer uma maior qualidade no serviço prestado, o Centro, que ainda funciona em instalações provisórias, necessitaria de um espaço mais alargado. “Vamos contar com mais uma administrativa e quatro formadores, um a tempo inteiro. Teremos também muitos mais alunos”, referenciou Rita Correia. As novas instalações serão mais próximo da vila da Lousã, mas o local ainda não está definido”, informou.»
Maria João Borges 13 Setembro 2007

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