sábado, 21 de julho de 2007

O Perfil do Avaliador Externo

Recentemente deixei aqui um post sobre as críticas feitas ao processo RVCC. Hoje farei um conjunto de considerações sobre o papel do Avaliador Externo neste processo, tendo em conta a leitura que faço às respostas deixadas neste espaço ao longo de 2 meses.
Primeiro: A selecção.
A ex-DGFV fazia a selecção dos Avaliadores Externos por via de um questionário de conhecimentos sobre o processo RVCC, que iam da sua componente organizativa à sua operacionalização, associado à análise curricular do candidato a Avaliador Externo. Hoje, na chamada lista nacional, são incluídos novos elementos sem este processo. Aqui começa a necessidade de credibilização do processo. Sou defensor de uma prova de conhecimentos, uma entrevista e análise curricular pela, agora ANQ. Nem toda as pessoas têm um perfil adequado a esta função. A função de Avaliador Externo é, ao contrário do que muita gente pensa, extremamente difícil. Estamos, muitas vezes a avaliar equipas de colegas ou a ter extremo cuidado com as palavras, visto estas poderem sem ser esse o desejo, ferir um adulto num ponto mais sensível da sua vida. É necessário um perfil. Um perfil humano e profissional.
Segundo: A formação.
Até à presente data, creio que nenhum Avaliador Externo, pode dizer que teve formação para a função que desempenha. Claro que a maioria de quem exerce esta função tem, ou teve, funções de avaliação do mesmo tipo em experiência profissional, mas as orientações organizativas e objectivos dependem essencialmente das entidades que devem coordenar o trabalho desenvolvido por que os representa. Penso que seria extremamente útil a realização de um fórum ou oficina de formação. Principalmente porque a função de avaliador externo é essencialmente solitária. Urge debater estratégias, metodologias, sistemas de trabalho. Quer para o nível básico, quer agora, para o nível secundário.
Terceiro: A qualidade.
O trabalho do Avaliador Externo tem que ser pautado pela qualidade. Qualidade do seu acompanhamento aos CNO; qualidade das suas orientações aos CNO; qualidade da informação dada; qualidade e conhecimento sempre em "cima da hora" da legislação em vigor e das possíveis actualizações; qualidade na análise dos dossiers pessoais dos adultos e contributos para a sua melhoria; qualidade na "entrevista avaliativa" feita aos adultos em sessão de júri; qualidade nas orientações dadas ao adulto para seguimento dos "estudos"; qualidade nas relações humanas com as equipas dos CNO. Associado a este principio de qualidade, surge, evidentemente o da exigência. Consigo e com os CNO que apoio e com quem colabora.
Quarto: Os instrumentos.
O Avaliador Externo faz um relatório obrigatório de avaliação de dois em dois anos. Estes relatórios servem para a ANQ obter por esta via conhecimento do que se passa em cada CNO e qual a visão e situação qualitativa dos mesmos aos olhos do Avaliador Externo. Aqui faço uma questão... de dois em dois anos? E é só este instrumento que o Avaliador Externo deve usar? Como discordo, criei mais dois. Um relatório intermédio para a ANQ e um para os CNO. A informação e formalização da actividade do Avaliador Externo é determinada pela seriedade da utilização destes instrumentos.
Quinto: A avaliação.
Aqui uma provocação.... O Avaliador Externo tem que trabalhar. Sim, trabalhar. Preparar as avaliações. Consultar legislação, colocar questões, preparar atempadamente as indicações a dar aos adultos. O Avaliador Externo que vai a uma sessão de validação dizer que o dossier está bem feito, que o adulto deve continuar a "estudar" e que está de parabéns não é um Avaliador Externo. A avaliação do Avaliador Externo passa pela indicação de estratégias de melhoria contínua do processo, de acompanhamento às equipas dos CNO, pela articulação e credibilização do processo junto da comunidade social e científica, passa pela indicação concreta adulto a adulto de formas adequadas para continuar a sua qualificação, passa pela sua própria formação e avaliação continua e essencialmente passa por orientar os CNO para a elevação da qualidade do processo RVCC.
Sexto: A valorização.
O júri de validação é o momento do adulto. Nunca do Avaliador Externo. O trabalho que muitos Avaliadores Externos fazem de valorização do processo RVCC é tanto mais conseguido se todos os restantes Avaliadores Externos valorizarem esse momento ao adulto. É por eles que exercemos esta função.

Deixo aqui o resultado das respostas... Em breve comentarei o Perfil dos Profissionais RVCC.

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